O sonho do mandachuva e raios do Peixe, José Carlos Peres, de ‘matar os gambás’ no segundo duelo das semifinais do Paulistinha, a pré-temporada com ingresso pago, ficou bem mais complicado. O Corinthians venceu por 2 a 1, no Itaquerão, minha casa minha vida (39.919 pagantes/R$ 2.467.185,50), e agora depende apenas de um empate no confronto do Pacaembu, dia 8, para carimbar a vaga às finais contra Palmeiras ou soberano São Paulo.
Clayson foi o grande destaque da partida. Já o volante Ralf, com bom trabalho, comemorou seu 400º jogo com a camisa do Corinthians. Nunca foi expulso.
A equipe da Baixada precisa ganhar por dois gols de diferença para seguir na briga pelo caneco. Se faturar por um, levará a decisão para a marca da cal. A vantagem santista: torcida a favor. A Fiel ficará na frente da TV.
O time corintiano está invicto em clássicos nesta temporada – em cinco jogos, três triunfos e dois empates. ‘Nosso time cresce em partidas contra rivais mais poderosos. Isso mostra um grupo que tem personalidade’, afirmou o ‘professor’ Fabio Carille. O Santos perdeu o primeiro confronto contra os outros grandes.
O embate no Itaquerão começou em ritmo de Fórmula 1. Alucinante! Logo aos 3 minutos, o Corinthians abriu o placar. Sornoza cobrou falta, o zagueiro Manoel tocou levemente de cabeça e colocou no canto direito de Vanderlei.
A alegria da Fiel durou pouco. Aos 8, após falha grotesca de Cássio em cruzamento de Jean Mota, Derlis González empatou, também de cocoruto.
Depois da igualdade, o jogo ficou morno, sem lances de muito perigo. Até os 31 minutos: o zagueiro Luiz Felipe falhou duas vezes na devolução e Clayson, o melhor da partida, concluiu a gol depois de um belo corte em Victor Ferraz.
O Santos terminou a fase inicial com 62% de posse de bola, contra 38% da equipe corintiana. Trocou 177 passes sem muita objetividade. O Corinthians, com apenas 45, foi muito mais vertical e mereceu a vantagem.
Na bacia das almas do primeiro tempo, um susto: o zagueiro santista Felipe Aguillar caiu desacordado após um choque de cabeça com Danilo Avellar. Ele foi atendido rapidamente pelos médicos e deixou o campo de ambulância. Passa bem. O jogador saiu aplaudido pela Fiel.
Depois do choque, a bola sobrou para Fagner concluir a gol. Mas o lance já estava paralisado. Aguillar foi substituído por Lucas Veríssimo.
O Peixe voltou do vestiário com Rodrygo no lugar de Cueva (nada fez). O professor Jorge Sampaoli também trocou Sanchez pelo baixinho Soteldo. Não adiantou. Mais bem armado no gramado, com uma sólida defesa e um eficiente meio de campo, o Corinthiana fisgou o Peixe com tranquilidade.
Carille mudou três: Sornoza por Richard, Love por Pedrinho e Clayson por Mateus Vital. Diminuiu o poder de fogo do ataque, reforçou o setor defensivo e saiu de campo com mais uma vitória em clássicos, a 15ª diante de Santos, Palmeiras e São Paulo. Empatou sete e perdeu somente três, aproveitamento de 72%.
Antes de a bola rolar, o Corinthians postou no Twitter uma mensagem celebrando a Democracia Corinthiana, movimento comandado pelo doutor Sócrates, Casagrande e Vladimir na década de 80 contra a ditadura no país – 31 de março marcou os 55 anos do golpe militar e foi festejado nos quartéis a pedido do presidente capitão Jair Bolsonaro.
O clube não preparou nenhum texto. Colocou apenas uma foto e o símbolo de um punho. A Fiel aplaudiu o gesto. O Corinthians também levou para o setor Norte do estádio uma estátua de Sócrates (1954-2011).
Pela manhã, na velha Fazendinha, as meninas corintianas bateram as santista por 3 a 1 na estreia do estadual.
No `new Maraca`, mesmo atuando com reservas e sem o técnico Abel Braga, que se recupera de uma arritmia, o Flamengo ganhou a Taça Rio, segundo turno do Carioquinha. O Vasco saiu na frente no tempo regulamenar, com um gol Tiago Reis. O Flamengo empatou com Arrascaeta aos 48 do segundo tempo. Nos penaltis, 3 a 1 para o Urubu.
Com o resultado, os duelos das semifinais do campeonato serão os mesmos que aconteceram na Taça Rio, com o Flamengo enfrentando o Fluminense no sábado, e o Vasco pegando o Bangu no domingo. O Rubro-Negro e o Vasco jogam com a vantagem do empate. Público pagante: 34.776 (38.787 presentes). Renda: R$ 1.361,328.
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