O Peixe bem que tentou, chegou até a conversar e sonhar, mas na hora de a onça escovar os dentes… pimba na caxirola. Dono de uma situação financeira invejável na pátria das chuteiras furadas, o Palmeiras abriu o cofre e passou a perna no coirmão da Baixada: acertou a contratação de Alejandro Guerra.
Os palmeirenses pagaram R$ 10 milhões ao Atlético Nacional e nocautearam o Santos. O meia venezuelano de 31 anos foi considerado o melhor jogador da última Libertadores, conquistada pelo time colombiano. Guerra assinou por três anos. Deve ganhar algo em torno de R$ 250 mil para a xepa.
A transação envolvendo Guerra deixa claro que no ludopédio brasileiro de hoje quem dá as cartas é o Palmeiras. E joga de mão. Ninguém tem condições de competir com os periquitos em revista, a menos que se disponha a mergulhar numa dívida de consequências avassaladoras. Enfiar a cabeça ainda mais no fundo do poço.
Outros números que mostram a força do Palmeiras como rei da cocada preta, o time a ser batido em 2017. Enquanto o Corinthians planeja gastar R$ 13 milhões e o soberano Tricolor promete aplicar R$ 17 milhões em reforços, o Palestra já mandou bala em R$ 23,3 milhões.
Além dos R$ 10 milhões investidos em Guerra, comprou parte dos direitos de Hyoran (R$ 6 milhões), Raphael Veiga (R$ 4,5 milhões) e Keno (R$ 3 milhões). O São Paulo, por exemplo, só conseguiu acertar com Cícero porque o Fluminense topou pagar 30% do salário do atleta (ganha R$ 500 mil). E o Corinthians aposta em Kazim…
O próximo reforço palmeirense acertou nesta sexta: Michel Bastos, contrato de dois anos, luvas de R$ 1 milhão e R$ 300 mil de salário, mais bônus por metas atingidas. O meio-campista de 33 anos rescindiu o contrato com o São Paulo. O volante Felipe Melo e o atacante Lucas Pratto também estão na mira.
Alexandre Mattos, o gerente de futebol, deixou claro nos últimos dias que o
Palmeiras não vai medir esforços para voltar a erguer a Libertadores e chegar ao tão sonhado título mundial: “Não que a gente não queira o Brasileiro, mas a Libertadores é o grande objetivo e, depois o Mundial.”
O pontapé inicial para formar um time com jogadores ‘cascudos’ foi dado com Guerra. O meia disputou 34 jogos pelo Atlético Nacional e marcou 10 gols. Já defendeu 61 vezes a seleção da Venezuela.
Em entrevista ao jornal ‘As’, edição da Colômbia, Guerra afirmou que sofre terrível marcação em casa. Sempre leva um puxão de orelha da mulher, Kris Espejo, quando não corre para o abraço em um jogo. “Outro dia, fiz um gol e perdi dois. Cheguei em casa e ela estava irritada. Não falou do gol que marquei, só dos que perdi. Disse que eu perdi no ‘mano-a-mano’ contra o goleiro”, contou o novo reforço do Palmeiras.
Eles estão juntos há 18 anos e têm dois filhos. O mais velho, Kleverson, 10 anos, também corneta o pai após uma atuação ruim. “As críticas da minha família são boas. Por eles eu mudei até minha mentalidade. Ela cresceu comigo no futebol e entende perfeitamente quando estou bem, quando estou mal e quando posso fazer mais. É muito detalhista. Penso que tenho um treinador em casa que me ajuda muito.”
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Sugismundo Freud. Aos navegantes e afogados: não basta ler, tem que entender. Feliz ano novo!
Missão 2017. Nada como um ano depois do outro. Com a conquista da Copa do Brasil, o Grêmio passou às chuteiras de Fluminense e soberano São Paulo a gloriosa liderança da fila do gargarejo sem títulos (estaduais e nacionais) entre os principais times do esporte bretão nacional. Os Tricolores não soltam o grito de campeão há quatro anos. Depois aparecem Flamengo e Raposa, com duas temporadas de jejum. Galo, Botafogo, Corinthians e Saci colorado carregam um ano.
Zé Corneta. O Palmeiras entregará um Boeing a um piloto de teco-teco?
A vida é bela. Alô você, Pachecão argentino! Pode mandar lavar a camisa da seleção e, depois, guardá-la na gaveta até carimbar o passaporte para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. As chances de Messi & Cia. ficarem fora da grande festa da mamãe Fifa são mais remotas do que o Brasil expurgar a corrupção. Pode até não figurar entre as quatro seleções que garantirão a classificação direta para a competição. Mas não dá para tropeçar na repescagem contra um poderoso e nada significante representante da Oceania. Se isso acontecer, deve fechar as portas e passar o ponto, a AFA, para a federação de cuspe à distância. Ou será que os hermanos poderão ser abatidos por Fiji, Ilhas Cook, Ilhas Salomão, Kiribat i, Nova Zelândia, Vanuatu, Tahiti, Nova Caledônia, Papua Nova Guiné, Samoa Americana ou Tonga na luta pelo último suspiro? Para felicidade geral da nação, a Austrália briga por vaga na Ásia.
Pitaco do Chucky. O saque da política está cada vez mais forte no futuro de Bernardinho. O treinador deve sair candidato pelo PSDB nas eleições de 2018.
Zapping. ‘SporTV’, o canal campeão: Luiz Carlos Júnior (14,4%) e Milton Leite (11,86%) conquistaram os dois primeiros lugares como piores narradores, em pesquisa do ‘Uol’ com os jogadores. André Henning, do ‘Esporte Interativo’, fechou o pódio, com 9,32%. Os melhores: o global Galvão Bueno (48,3%), Milton Leite (12,71%) e Luís Roberto (11,01%), da plim-plim.
Caiu na rede (by ‘Kibeloco’). O brasileiro se f*d&u tanto em 2016 que a retrospectiva do ano será mostrada no sex hot.
Zapping 2. ‘Resenha ESPN’ foi escolhido pelos boleiros como melhor programa esportivo. Recebeu 22,88% dos votos. Em segundo ficou ‘Bem, Amigos’, da ‘SporTV’, com 13,55%, à frente de ‘Seleção SporTV’ (11,86%). Já o ‘Donos da Bola’, comandado pelo ex-jogador Neto na Band, ganhou como pior, com 24,57%. Depois aparecem ‘Fox Sports Rádio’ (7,62%), ‘Bate-bola’, da ‘ESPN Brasil’ (6,77%) e ‘Expediente Futebol’, da ‘Fox’ (6,77%).
Patolino na geral. O soberano São Paulo vai às compras com a mesma velocidade de uma tartaruga grávida.
Pique no lugar. Mais do que nunca, o futevôlei virou a grande sensação do verão. Explica-se: os jogadores queimam 600 calorias em uma hora, reforçam os músculos do abdome, glúteos e pernas, aceleram o metabolismo e melhoram a capacidade de adaptação social.
Dona Fifi. A cartolagem do Corinthians anda mais parada que manequim de loja em shopping.
Na onda. O havaiano John John Florence, novo rei da prancha, faturou US$ 676 mil (R$ 2,2 milhões) nesta temporada. Campeão mundial pela primeira vez, o surfista começou o ano ganhando o Eddie Aikau (ondas grandes) e fechou com a conquista da Tríplice Coroa Havaiana. O brasileiro Gabriel Medina embolsou US$ 287 mil e ficou em quarto no ranking de premiações.
1 – John John Florence (HAV) – US$ 676 mil
2 – Matt Wilkinson (AUS) – US$ 362 mil
3 – Jordy Smith (AFS) – US$ 320 mil
4 – Gabriel Medina (BRA) – US$ 287 mil
5 – Kelly Slater (EUA) – US$ 259 mil
6 – Filipe Toledo (BRA) – US$ 241 mil
7 – Sebastian Zietz (HAV) – US$ 229 mil
8 – Kanoa Igarashi (EUA) – US$ 228 mil
9 – Michel Bourez (TAI) – US$ 226 mil
10 – Kolohe Andino (EUA) – US$ 210 mil
Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na ‘Folha’: “As seis boas atuações e vitórias seguidas da seleção com Tite devem ser elogiadas e vistas com otimismo, mas sem oba-oba e sem perder o senso crítico. Zagallo, Parreira e Felipão foram campeões do mundo e, depois, bastante criticados. Antes da derrota para a Holanda, na Copa de 2010, Dunga tinha 80% de aprovação popular. Um descuido, um erro, uma expulsão mudam toda a história (…) O Brasil voltou a ser um dos candidatos ao título mundial. Temos de sonhar, mas com os pés no chão.” Bingo!
Zé Colmeia. A média de público da Bundesliga é de apenas 41.640 pagantes por jogos. Mesmo sem fazer grande campanha, o Borussia Dortmund dá show nas arquibancadas: 81.072 torcedores por confronto.
Tititi d’Aline. O hermano Tevez viajou para o outro lado do planeta, mais precisamente para defender o Shanghai Shenhua, em troca de US$ 39.652.200 por temporada, ou US$ 3.234.000 por mês, ou US$ 826.000 por semana, ou US$ 4.952 por hora, ou US$ 82,53 por minuto, ou US$ 1,37 por segundo, ou mais que Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Tom Brady e LeBron James. O ex-corintiano só come poeira do piloto Sebastian Vettel, que fatura US$ 49 milhões por ano na Ferrari. Que dureza!
Você sabia que… o homem-bala jamaicano Usain Bolt e a ginasta americana Simone Biles foram escolhidos como ‘Campeões dos Campeões’, em votação do jornal esportivo ‘L’Equipe’?
‘Bola de ouro’. Marco Polo Del Nero. O imperador ostentação passou mais uma temporada sentado, belo e formoso, no trono do Circo Brasileiro de Futebol. Não viajou, é verdade, para compartilhar donuts com os amigos do FBI, mas pôde cantarolar à vontade ‘daqui não saio, daqui ninguém me tira…’
Bola de latão. Rio-16. Organizou a grande festa do esporte olímpico, gastou os tubos e agora está de pires na mão. Sob a batuta do interminável e irrequieto Carlos ‘Rolando Lero’ Nuzman, pode até entrar com pedido de recuperação judicial. Não há dinheiro nem para pagar a conta do cafezinho.
Bola de lixo. 2016. Que aninho duro de terminar! Um show de corrupção, violência e intolerância. Vade retro, satanás! Vai que é suuuuuaaaa, 2017!
Bola sete. “O Brasil é o único país onde puta tem orgasmo, cafetão sente ciúmes e traficante é viciado” (do saudoso Tim Maia – nunca é demais repetir).
Dúvida pertinente. Ano novo, bola velha?
O que você achou? jr.malia@bol.com.br