E o show de horrores das quartas de final da Copa América prosseguiu em Salvador. Depois da amarelinha desbotada e do Chile, chegou a vez de o Peru garantir a classificação na marca da cal. Após ‘oxo’ no tempo normal, derrotou o Uruguai por 5 a 4 nos pênaltis. Luis Suárez perdeu a cobrança.
Brasileiros e chilenos também não saíram do zero contra paraguaios e colombianos, respectivamente. Apenas Messi & Cia. correram para o abraço diante da Venezuela (2 a 0). Ou seja, em 270 minutos, nenhum mísero golzinho, apesar da presença de alguns badalados atacantes em campo – Firmino, Gabriel Jesus, James Rodríguez, Falcao, Alexis Sanchez, Guerrero, Cavani e Luis Suárez.
Desde que o atual formato do torneio passou a figurar, em 1993, as quartas de final não eram tão pobres em gols. As piores marcas pertenciam as edições de 2011 e 2015, com sete tentos cada.
O jejum de gols se reflete na artilharia: ninguém se destacou até o momento. Dez jogadores dividem as glórias de artilheiro com… apenas dois gols, entre os quais os brasileiros Everton Cebolinha e Philippe Coutinho.
As semifinais começarão com Brasil x Argentina, na próxima terça, às 21h30, no Mineirão. Já Chile e Peru jogarão na quarta, também às 21h30, no estádio do Grêmio.
Uma das favoritas ao caneco, a equipe uruguaia decepcionou contra o Peru, no estádio da Fonte Nova (18.083 pagantes/R$ 3.134.820; 3.097 entraram no peito). A Celeste foi um pouco superior, mas não o suficiente para merecer o triunfo ao longo dos 90 minutos.
O Uruguai chegou a marcar três gols, anulados corretamente pelo VAR. No primeiro tempo, Arrascaeta estufou a rede, porém Nandez estava impedido no início da jogada. Na etapa final, Cavani e Suárez também marcaram em situação irregular. Sua senhoria, o brasileiro Wilson Pereira Sampaio, e os bandeirinhas Rodrigo Figueiredo e Kleber Gil realizaram um bom trabalho.
Do primeiro ao último minuto, houve muita disputa e pouca bola. A burocracia prevaleceu em um jogo truncado e chato. Nem ‘uhhh’ a galera gritou. Na reta final, o Peru se fechou à espera dos pênaltis, comemorado pela torcida, porque finalmente haveria momentos de emoção.
Luis Suárez abriu a série, bateu à meia altura e o goleiro Gallese defendeu sem muita dificuldade. Depois, todos balançaram a rede: Guerrero, Cavani, Ruidíaz, Stuani, Yotún, Bentancur, Advíncula, Torreira e Flores, na última cobrança. Placar final: 5 a 4.
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Pitaco do Chuky. Marcelo Álvaro Antonio: ministro do Turismo e maior produtor de laranjas do país.
Incompetência. Se não bastassem os preços mais salgados que bacalhau de terceira, os gramados esburacados e o nível técnico mais fraco que leite C, a logística da Copa América é um exemplo de imprestabilidade. O Chile conheceu de perto o fantástico mundo louco do trânsito de São Paulo: chegou atrasado para a partida com a Colômbia. O jogo começou 20 minutos depois da hora programada.
Zé Corneta. Nada como morar na paradisíaca ilha da fantasia do mestre Tattoo: Bozo e Doria brigam pela bandeirada do GP Brasil de Fórmula 1.
Holanda despacha italianas… Com gols de Miedema e Van der Gragt, a seleção holandesa derrotou a Azzurra por 2 a 0 e alcançou um feito inédito na Copa do Mundo feminina: pela primeira vez chegou às semifinais do torneio. Depois de um primeiro tempo pouco eficiente, a Holanda tomou conta do confronto na etapa final e mereceu a classificação. A campanha holandesa é histórica, já que é sua segunda participação em Mundiais. Há quatro anos, a equipe sucumbiu nas quartas de final. A Itália também merece elogios. Depois de duas décadas sem disputar uma Copa, passou em primeiro no grupo que tinha Brasil e Austrália.
… e vai pegar a Suécia. Franco atiradora, a seleção sueca (foto) derrotou a favorita Alemanha por 2 a 1, de virada, em Rennes. As alemãs dominaram o início da partida e saíram na frente com um gol de Magull. Aos poucos, as bicampeãs começaram a sentir os efeitos do calor (mais de 30 graus) e a Suécia empatou com Jakobsson. Na segunda etapa, Blackstenius garantiu a classificação. Suecas e holandesas decidirão uma vaga na final em Lyon, quarta-feira. Na mesma cidade, um dia antes, jogarão Estados Unidos e Inglaterra. Enquanto as inglesas sonham com a primeira vez numa decisão, as americanas correm atrás do tetra.
Sugismundo Freud. Liderar não é impor, mas despertar nos outros a vontade de fazer.
Bye-bye, Vadão. Artilheira e uma das líderes da seleção feminina, Cristiane abriu o jogo: o Circo Brasileiro de Futebol precisa cair na real e convidar ex-jogadoras para assumir o comando da equipe. Chega de Vadão! A atacante até sugeriu dois nomes, Sissi e Simone Jatobá, que defenderam a seleção por muito tempo. ‘A Sissi mora nos Estados Unidos Unidos e tem muito prestígio. A Simone é a única treinadora que tem licença A da Uefa. Mas precisa deixar trabalhar, as coisas acontecerem’, explicou Cristiane. E a longo prazo.
Bandeirada. Do deputado federal Alexandre Frota, do PSL, sobre a vontade de Bolsonaro em construir uma pista no Rio para o GP de Fórmula 1: “Ele deseja um autorama para brincar com os filhos e Olavo de Carvalho”. Muy amigo.
Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Gramado da Arena do Grêmio detona desempenho da seleção de Tite: ‘É absurdo, inconcebível’.
Zapping. O Esporte Interativo mandou para o espaço mais dois programas que eram apresentados no Space: ‘De Placa’ e ‘+90’. Há um mês, rifou ‘No Ar com André Henning’. A ideia é investir pesado na Champions e no Brasileirão.
Gilete press. De Lauro Jardim, no Globo: “A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio manteve a decisão que determinava à CBF pagar a Coca-Cola uma multa milionária pela rescisão do contrato de patrocínio da seleção, em 2001. Na ocasião, a Coca foi trocada pela Ambev. Em 2006, data da primeira condenação da CBF, o valor a ser pago era de R$ 10 milhões. Hoje, a multa atualizada deve rondar R$ 80 milhões. Ainda há o pedido de perdas e danos feito pela Coca. Mas, neste caso, caberá ao STJ arbitrar o valor a ser pago.” Sabor amargo.
Dona Fifi. Acredite se quiser: os fracassados Marco Aurélio Cunha (coordenador) e Vadão (treinador) querem continuar à frente da seleção feminina.
Tititi d’Aline. Os sanguessugas da Conmebol festejam: os ingressos mais ‘baratos’ (R$ 190, R$ 290 e R$ 390) para o jogo da amarelinha desbotada contra a Argentina, no Mineirão, pelas semifinais da Copa do Brasil, estão esgotados. Restam bilhetes de R$ 590. Também há entradas para o setor VIP bem acessíveis: variam entre R$ 2.090 e R$ 4.790. O tira-teima será na terça.
Você sabia que… a seleção brasileira disputou o primeiro jogo no Mineirão em 7 de setembro de 1965, na vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai, em um amistoso?
Bola de ouro. Cavani. O uruguaio de 32 anos é um craque dentro e fora de campo. O atacante enlouquece os zagueiros e trata a galera com inacreditável atenção, um comportamento bem diferente de outras estrelas do ludopédio. Sempre encontra tempo para dar autógrafo e tirar selfie. Por onde passa, deixa um vazio de humildade.
Bola de latão. Gabriel Jesus. Xodó do ‘professor’ Tite, o atacante completou 625 dias sem correr para o abraço em jogo oficial da amarelinha desbotada. O menino Jesus balançou as redes pela última vez em 11 de outubro de 2017. Assinalou o segundo e o terceiro gols da vitória por 3 a 0 sobre o Chile, pelas eliminatórias da Copa. Totaliza 657 minutos e uns quebrados sem marcar.
Bola de lixo. Copa América. A cada rodada, uma certeza: o torneio só é útil para a Conmebol encher o cofre. Não acrescenta nada ao esporte. Apenas os engravatados de colarinho branco se satisfazem com as mordomias.
Bola sete. “Nivelados por baixo, Brasil e Argentina duelarão pela vaga na final da Copa América” (de Mauro Cezar Pereira, na ESPN – fato).
Dúvida pertinente. ‘Professor’ Tite ou Messi, quem precisa mais da Copa América?
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