O Palmeiras atropelou o Godoy Cruz e garantiu uma vaga nas quartas de final. Mas só chegou à goleada por 4 a 0, na mansão Allianz Parque (35.666 pagantes/R$ 2.515.490,05), após um belo empurrão de sua senhoria, o assoprador de latinha uruguaio Esteban Ostojich. Ele marcou erradamente um pênalti contra os argentinos depois de rever uma jogada pelo VAR. A bola bateu no braço de Varela, em disputa com Borja.
Raphael Veiga cobrou, aos 11 minutos do segundo tempo, e abriu o caminho para o massacre do Palestra. Que mandou o adversário a nocaute com gols de Borja (aos 29), Gustavo Scarpa (aos 39) e Dudu (aos 49).
Depois da eliminação do Godoy Cruz, a mídia argentina lembrou da polêmica no jogo Brasil x Argentina, pela Copa América, para ironizar o pênalti a favor do Palmeiras. ‘Voltou o VARsil’, escreveu o ‘Olé’.
Apesar de ter um time superior tecnicamente, o Palmeiras só conseguiu se impor depois do primeiro gol. O Godoy Cruz fez um duelo equilibrado e certamente pretendia cozinhar o periquito até os 30 minutos da etapa final, quando partiria para o tudo ou nada.
Se vencesse, estaria classificado, já que havia empatado por 2 a 2, em Mendoza. O VAR, porém, entrou em ação e o planejamento argentino foi para o espaço. O Palmeiras se aproveitou e, aos gritos de ‘olé’ da torcida, fez a festa.
O primeiro tempo foi dos mais fracos, com um festival de passes errados e nenhuma emoção. O time do ‘sargento’ Felipão tentou, sem sucesso, dominar as ações. Na fase final, o Palmeiras voltou um pouco melhor, mas só deslanchou após a marcação do pênalti. Na bacia das almas, Manzur foi expulso por entrada violenta em Dudu.
Nas quartas de final, o Palmeiras jogará contra o ganhador de Libertad x Grêmio. Na primeira partida, em Porto Alegre, o imortal gaúcho venceu por 2 a 0. Nesta quinta, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, o Grêmio seguirá no torneio mesmo se perder por um gol de diferença.
No Mineirão (55.567 torcedores/R$ 2.464.451), o River Plate colocou a Raposa para dançar o tango e carimbou o passaporte para as quartas de final. As equipes voltaram a repetir o ‘oxo’ do primeiro jogo, em Buenos Aires, e nos pênaltis os hermanos ganharam por 4 a 2.
O herói do atual campeão da Libertadores foi o goleiro Armani, que pegou as cobranças de Henrique e David (Fred e Robinho marcaram). O River fez a festa com De la Cruz, Montiel, Martinez e Borré (100% de aproveitamento). O time argentino enfrentará o vencedor de Cerro Porteño x San Lorenzo – no primeiro embate, 0 a 0.
A Raposa voltou a encarar a maldição argentina. Pela sétima vez consecutiva tombou diante dos hermanos em mata-mata pelo torneio continental. Antes do River, havia fracassado contra Boca Juniors (final de 1977), Boca Juniors (oitavas de 2008), Estudiantes (decisão de 2009), San Lorenzo (quartas de 2014), River (quartas de 2015) e Boca Juniors (quartas de 2918). Um freguês de caderneta!
O pão de queijo agora vai brigar com o Saci colorado nas semifinais da Copa do Brasil e lutará para se safar da ameaça de rebaixamento no Brasileirão. O time está na 16ª colocação, com 10 pontos, um à frente do Fluminense, líder da zona do agrião queimado.
Detalhe: o Cruzeiro faturou apenas um dos últimos 17 confrontos da temporada (Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão). A equipe do ‘professor’ Mano Menezes completou seis jogos consecutivos sem balançar a rede do adversário.
Pela Sul-americana, o Fluminense bateu o Peñarol por 3 a 1, no ‘new Maraca’ (31.620 espectadores/R$ 1.278.355), e se classificou para as quartas de final. A equipe comandada por Fernando Diniz também faturou o primeiro jogo (2 a 1). No segundo duelo, Marcos Paulo (2) e Yony Gonzalez marcaram os gols. Viatri descontou.
Na próxima fase, o Tricolor jogará contra Corinthians ou Montevideo Wanderers. Na primeira partida, os corintianos venceram por 2 a 0. O jogo de volta acontece nesta quinta, no Uruguai.
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Pitaco do Chucky. Só falta um bigodinho no homem.
Artilheiro indesejável. A sutileza do ‘sargento’ Felipão e do gerente Alexandre Mattos é semelhante à delicadeza de um paquiderme em uma loja de cristais. Depois de um longo e tenebroso tempo com o bumbum no banco de reservas, o colombiano Borja voltou ao ataque do Palmeiras. E marcou dois gols nos jogos contra o limitadíssimo Godoy Cruz, na Libertadores. Prêmio: ganhou mais dois concorrentes na briga pela titularidade: Henrique Dourado, o Ceifador, e Luiz Adriano. Os outros candidatos são Deyverson e Arthur Cabral. Henrique Dourado foi emprestado pelo chinês Henan Jianye até dezembro, a custo zero. Luiz Adriano estava no Shakhtar Donetsk, que o liberou após o perdão de uma dívida. Os direitos do atleta foram divididos, mezzo a mezzo, entre Palestra e Shakhtar.
Artilheiro indesejável 2. O Palmeiras agora reza para San Gennaro encontrar alguém interessado em Borja. Isso porque, se não negociar o atleta até o dia 17, será obrigado a comprar os 30% dos direitos que ainda pertencem ao Atlético Nacional, algo em torno de R$ 11 milhões. E o investimento chegaria a R$ 44 milhões, já que o Palestra adquiriu 70% por R$ 33 milhões, em 2017, com a grana da Crefisa. O colombiano é o segundo maior artilheiro do Palmeiras na Libertadores, com 11 gols, ao lado de Tupãzinho. O primeiro é Alex, com 12.
Zé Corneta. Raposa fora da Libertadores: um prêmio ao retranqueiro Mano Menezes.
Escudeiros desprezíveis. Cartolas do Corinthians, que pertencem ao grupo ‘Fiéis Escudeiros’, enviaram carta ao Cori (Conselho de Orientação) exigindo a retirada de uma camiseta em homenagem a Marielle Franco do memorial do clube. Na festa do título da Liga Ouro de 2018, o armador Gustavinho usou o enxoval com a frase ‘Quem matou Marielle’, vereadora assassinada no Rio, em março do ano passado. O grupo ameaçou invadir o local e tirar a camiseta ‘na marra’. A diretoria se curvou à pressão e deixou apenas uma foto. Uma vergonha.
Sugismundo Freud. Os bons conselhos costumam ser amargos.
Pan(demônio). O Brasil conquistou a primeira medalha antes mesmo de começar o Pan de Lima: Carlos Arthur Nuzman, o ínclito e nada saudoso ex-chefão do COB (caixinha, obrigado Brasil), sumiu do mapa esportivo. Após uma dinastia que o levou a mandar prender e soltar nos últimos seis Pans e seis Jogos Olímpicos, o nobre cartola aguarda ‘no escurinho do cinema’ o resultado de processos por corrupção.
Dona Fifi. Helicóptero da FAB, a carruagem oficial da família Bozo.
Gilete press. De Juca Kfouri, no Uol: “O ex-presidente do Corinthians no ano em que o clube ganhou a Libertadores e o Mundial, Mário Gobbi, protestou contra a medida obscurantista de um grupo de conselheiros autodenominados Escudeiros da Fiel que exigiu a retirada da camisa de Gustavinho sobre Marielle Franco, cujo assassinato até hoje não foi desvendado. Fraca, a direção alvinegra concordou em retirar a camisa usada pelo capitão do time de basquete e deixou apenas a foto no Memorial de Conquistas.” Lamentável.
Caiu na rede. Que River que nada! O maior rival do Cruzeiro ainda é a polícia
Tititi d’Aline. O amor é lindo: a bela Jennifer Lopes ganhou um presente de R$ 570 mil do noivo Alex Rodriguez, ex-jogador e comentarista de beisebol: um Porsche 911 GTS vermelho. JLo completou 50 anos em 25 de julho. O mimo surpreendeu a aniversariante, já que não dirige um carro há mais de 20 anos.
Você sabia que… a Raposa perdeu um bônus de R$ 4,6 milhões com a eliminação da Libertadores e deixou o torneio com R$ 15,2 milhões em prêmios?
Bola de ouro. Jorge Sampaoli. O hermano chegou de mansinho, bombardeado pelo corporativismo dos ‘professores’ brasileiros, e mostrou que pode ser um mestre para todos. Mesmo com um elenco mais limitado que salário de aposentado, Sampaoli levou o Peixe à liderança do Brasileirão. Deixou os milionários Palmeiras e Flamengo se perguntando: ‘Onde eu errei?’
Bola de latão. Corinthians. É a festa do caqui: o sub-23, criado para disputar a Copa Paulista e alimentar os empresários amigos do rei, conta com apenas 38 atletas, 25 contratados especialmente para defender a equipe. Oito foram promovidos da base e cinco voltaram de empréstimo. O custo anual vai superar os R$ 4 milhões.
Bola de lixo. Avaí. É o único time do Brasileirão ainda sem vitória. Em 12 jogos, acumula cinco empates e sete derrotas. Ganhou cinco pontos em 36 possíveis. Recompensa: a cobiçada lanterna do campeonato e o caminho das trevas.
Bola sete. “Uma violência a democracia, cidadania e a dignidade da pessoa humana. A camisa será retirada do Memorial e a foto permanecerá! Temos que perdoar os rebeldes. A ignorância deles é enorme, não permite que enxerguem um centímetro além dos olhos! Pior, os tornam truculentos!” (de Mário Gobbi, ex-presidente do Corinthians, sobre a ridícula condenação de conselheiros a camiseta em homenagem a Marielle Franco).
Dúvida pertinente. VAR, uma boa ferramenta destruída pelos assopradores de latinha?
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