Nada como encarar um velho freguês em tempo de vacas magras. O Corinthians abriu as portas do Itaquerão, minha casa minha vida pela 10ª vez ao soberano São Paulo e voltou a festejar uma vitória, deixar a Fiel feliz da vida (42.203 pagantes/R$ 2.219.753) depois de tropeços nos últimos jogos. Manteve o tabu de nunca ter perdido um Majestoso em casa e ainda pulou para a liderança do grupo C do Paulistinha, a pré-temporada com ingresso pago.
Com o triunfo por 2 a 1, o Corinthians chegou a 10 pontos em sete jornadas. Ferroviária e Bragantino têm nove. O Mirassol carrega a lanterna com cinco. O Tricolor ocupa a segunda colocação no grupo D, com nove, um atrás do Ituano. Mas pode ser ultrapassado pelo Oeste, que também soma nove e encara o São Bento no encerramento da jornada.
O São Paulo virou saco de pancadas do Corinthians no Itaquerão. Em 10 jogos, levou sete sapatadas e obteve três empates. Na verdade, como visitante o Tricolor é um prato cheio para os coirmãos. Na última década, cravou um desempenho medíocre nos clássicos: em 60 embates, ganhou sete, empatou 14 e perdeu 39.
O Majestoso foi bem chinfrim no primeiro tempo. Raros momentos de lucidez. Erros bizarros nos passes. O Corinthians abusou da ligação direta, enquanto o São Paulo se mostrou incompetente para superar a zaga adversária.
Aos 43, o zagueiro Manoel, de cabeça, abriu o placar. A jogada teve início em um lance irregular. A bola havia saído pela linha de fundo quando Clayson cruzou. Na sequência, Pedrinho chutou e Tiago Volpi mandou para escanteio. Após batida de Sornoza, Manoel conferiu.
No segundo tempo, sua senhoria, o assoprador de apito Lucas Canetto Bellote, cometeu outro erro. Antony fez falta em Danilo Avelar, e nada foi assinalado. Reinaldo cobrou escanteio, a zaga corintiana ficou contando estrelas e Pablo desviou de cabeça.
O gol não abalou o Corinthians, que continuou melhor. E o time encaçapou o tento da vitória aos 27. Fagner avançou pela direita e cruzou. Tiago Volpi falhou feio ao tentar desviar a bola, que sobrou para Gustagol, sem querer, empurrar para o gol.
Júnior Urso estreou no Corinthians e mostrou serviço. No final, foi substituído por Richard. Outras mudanças do ‘professor’ Fabio Carille na segunda etapa: Clayson por Vagner Love e Pedrinho por Mateus Vital.
No Tricolor, o interino Vagner Mancini barrou Diego Souza, Nenê e Jucilei. Quando a vaca estava indo para o brejo, colocou Diego Souza no lugar de Pablo e Nenê no de Willian Farias. Outra alteração: Everton por Antony.
Na Fonte Luminosa, em Araraquara, o Palmeiras ficou no ‘oxo’ com a Ferroviária. A equipe apresentou um futebol de baixa qualidade. Não merecia outro resultado. O meia Ricardo Goulart estreou. Ele entrou no segundo tempo.
Único jogador a disputar todas as partidas, o atacante Dudu foi um dos poucos que agradaram a torcida. Já Lucas Lima, Borja (foto) e, principalmente, Carlos Eduardo foram muito mal.
Apesar do empate, o Palestra segue à frente no grupo B, com 14 pontos, dois a mais que o Novorizontino. O Guarani, com 10, entra em campo nesta segunda, contra o Santos.
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Pitaco do Chucky. Nem tudo está perdido: há que se acreditar sempre.
Futebolixo. Que a pátria das chuteiras furadas se encontra há muito tempo num invejável buraco recheado de incompetência, ninguém discute. Mas ele sempre é capaz de se superar, de ganhar um Oscar pelo show de horrores. Nada lhe é impossível. Inclusive começar a decidir um caneco sem ninguém nas arquibancadas por uma imbecilidade inominável, a disputa de um setor do ‘new Maraca’ para a galera se acomodar. Vasco e Fluminense brigaram pela Taça Guanabara, o primeiro turno do Carioquinha, com os portões fechados até os 30 minutos de partida. O vergonhoso e histórico gol contra foi marcado porque os clubes queriam o setor sul para acolher a torcida.
Futebolixo 2. Após troca de farpas entre os cartolas, com promessa de guerra, a desembargadora Lucia Helena do Passo colocou a bola na marca do pênalti e fuzilou: o clássico deveria ser realizado com portões fechados. O Vasco entrou com um agravo de instrumento tentando derrubar a decisão, mas teve o pedido negado e a bola rolou sem torcida. Fora do estádio, muita confusão. Correria, gás de pimenta e bombas de efeito moral. Em meio ao caos, a Justiça liberou a entrada da torcida – 26.500 pagantes (R$ 1.112.000). E a galera vascaína festejou o título com um gol de Danilo Barcelos aos 35 do segundo tempo.
Zé Corneta. Prefeito Marcello Crivella garante a mudança da Fórmula 1 de São Paulo para o Rio. Agora só falta construir um autódromo.
Roda da incompetência. O exemplar e invejável profissionalismo do soberano Tricolor continua a brilhar como nunca no alto de uma montanha de cupim. Desde a festa do último título, a Sul-americana de 2012, a estabilidade na casamata é marca registrada do clube: 10 demissões, sem contar o trabalho dos interinos. Nenhum dos quatro grandes de São Paulo chamou tantos ‘professores’ para um papo no RH. Que venha mestre Cuca… em abril. O show não pode parar.
Sugismundo Freud. Acredite: a vida pode mudar, mas seja o primeiro a lutar para que isso aconteça.
Que dureza! Não está nada fácil a sobrevivência dos clubes alemães. Na temporada 2017/18, as receitas das duas principais divisões da Bundesliga atingiram módicos 4,4 bilhões de euros (R$ 17,6 bilhões), um aumento de 10% em relação à anterior. Cresceu pelo 14º seguido. A divisão especial contribuiu com 3,81 bilhões de euros. A mídia rendeu 1,25 bilhão de euros, contra 960 milhões de euros em 2016/17.
Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). São Paulo lamenta a venda de Pratto: “Seria fundamental contra o Talleres”.
Facão. Chega de esporte e cultura! A Petrobras vai direcionar os patrocínios para a educação infantil (ciência e tecnologia). A estatal já estuda uma fórmula de rescindir o contrato de R$ 40 milhões por temporada como fornecedora de combustível para a equipe McLaren. Ao todo, a Petrobras tem acordos que somam R$ 3,5 bilhões. A estatal promete priorizar crianças carentes de regiões em que tem unidades de produção. São Tomé já está de prontidão para conferir.
Zapping. Gol de placa da Rede TV!: fechou acordo com o serviço de streaming DAZN e começou a mostrar o Sul-americano. No pontapé inicial, com Corinthians x Racing, obteve a maior audiência dos últimos sete anos. O contrato é de um ano.
Retranqueiro. O espanhol Pep Guardiola é mesmo o rei do futebol pragmático, tão elogiado por Dunga e seus anões. Pela 10ª vez consecutiva, ele atingiu a marca de apenas 120 gols ou mais à frente de um time – quatro vezes pelo Barcelona, três pelo Bayern de Munique e três pelo Manchester City. O recorde pertence ao Bayern, com 150 gols na temporada 2013/14.
Pega ladrão. A casa do polêmico Prince-Boateng foi visitada pelos amigos do alheio enquanto ele defendia o Barcelona contra o Valladolid. Os ladrões levaram 300 mil euros (R$ 1,2 milhão) em joias e dinheiro. O Barça ganhou por 1 a 0.
Cometa. Aos 20 anos, o francês Kylian Mbappé vai se firmando como um dos maiores astros do futebol e deixando o brasileiro Neymar na poeira. Campeão do mundo como um dos protagonistas da Copa, o atacante do Paris Saint-Germain chegou a 14 gols em 24 jogos pela Champions. Igualou a marca de Ronaldo Fenômeno (precisou de 40 embates). Com a mesma idade, Messi tinha dois gols no torneio, e Neymar e Cristiano Ronaldo, nenhum.
Gilete press. De Mauricio Lima, em Veja: “Depois de romper contrato com o Flamengo (a quem prometeu R$ 190 milhões, não pagou sequer 10 e ainda deve pelo menos cinco), a empresa de enérgéticos tailandesa Carabao acumula outro problema na Justiça. Um de seus distribuidores, a Ferreira Internacional, reclama uma dívida de R$ 6 milhões. A suspeita é que nenhum dos credores vai levar nada.” Que beleza!
Tititi d’Aline. A brasileira Luisa Ungerer, jogadora de vôlei, tatuou o número 9 no braço em homenagem ao atacante Emilio Sala, morto num acidente aéreo. Ela namorava o atleta desde setembro de 2017. Ao mostrar o carimbo nas redes sociais, Luisa escreveu “para sempre Emi” – apelido do argentino. O romance começou na época em que eles defendiam o Nantes.
Você sabia que… o Fluminense amargou um prejuízo de R$ 250 mil em cada jogo como mandante na fase de classificação da Taça Guanabara, o primeiro turno do Carioquinha?
Bola de ouro. Bahêa. A torcida poderá curtir em agosto um documentário sobre o segundo título brasileiro conquistado pelo time em 1988. O filme, dirigido por Chico Kertész, traz depoimentos dos campeões, entre os quais Bobô, a grande estrela da equipe. Na final, o Bahêa derrotou o Saci colorado por 2 a 1, na Fonte Nova, e empatou em 0 a 0, no Beira-Rio.
Bola de latão. CBF. O pontapé inicial da amarelinha desbotada em 2019 será extremamente complicado. O Circo Brasileiro de Futebol conseguiu persuadir o… Panamá, 76º no ranking da mamãe Fifa. O amistoso será em 23 e março, no Porto.
Bola de lixo. Vascaínos. A homenagem do clube ao Flamengo, com a inclusão da bandeira rubro-negra na camisa vascaína no jogo com o Resende, irritou 102 conselheiros brucutus. Eles elaboraram uma carta de repúdio. “A irrestrita solidariedade às vítimas da tragédia, que atingiu tantos jovens talentos, não pode servir de pretexto a gestos demagógicos, que atentam contra nossas tradições e ferem frontalmente o estatuto do clube”, diz parte da repugnante carta.
Bola sete. “Raí decepciona como dirigente, em mais um exemplo de que um ídolo do passado pelo que fez nas quatro linhas não carrega obrigatoriamente a garantia de que será bom como cartola” (de Mauro Cezar Pereira, no ‘Uol’ – fato).
Dúvida pertinente. São Paulo, tu és forte, tu és grande?
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