Mais preocupado com o embate contra o campeão Flamengo, domingo, na mansão Allianz Parque, ‘fratello’ Menezes poupou vários titulares diante do Fluminense e se deu mal. O Palmeiras perdeu por 1 a 0, gol de Marcos Paulo, no ‘new Maraca’ (30.947 torcedores/R$ 337.160), e completou quatro jogos sem vencer (duas derrotas e dois empates) no Brasileirão.
O Palestra permanece com 68 pontos, em terceiro lugar. Só não se complicou na luta pela vice-liderança do campeonato porque o Peixe foi fisgado pelo Fortaleza (2 a 1). A equipe santista soma o mesmo número de pontos, mas ocupa o segundo lugar por ter mais vitórias, 20 a 19. Já o Fluminense, com 41 pontos, deixou a zona do agrião queimado. Está na 15ª posição, após 35 rodadas.
A equipe palmeirense, com apenas Weverton, Vitor Hugo e Luiz Adriano do time titular, foi envolvida pelo Fluminense no primeiro tempo. Praticamente não incomodou o goleiro Marcos Felipe.
Mesmo superior em campo, o Tricolor da Laranjeiras só conseguiu marcar aos 37 minutos. Marcos Paulo recebeu na esquerda e, com um belo toque, colocou no ângulo esquerdo de Weverton. Justiça no placar. Sem criatividade, o Palestra foi uma presa fácil.
No segundo tempo, ‘fratello’ Menezes colocou Dudu e sacou Hyoran. Obviamente, o Palmeiras cresceu e acuou o Fluminense. Aos 16, Digão evitou o gol de empate após cabeçada de Luiz Adriano.
Outra mudança: Raphael Veiga por Lucas Lima. E, aos 30, Willian pelo garoto Gabriel Veron, eleito o bambambã do último Mundial sub-17. Pegou pouco na bola. Apesar de pressionar, o Palmeiras não furou o bloqueio do Fluminense, que havia perdido nove das últimas 11 partidas contra os paulistas.
No Castelão, o Fortaleza derrotou o Santos pela primeira vez na história. A equipe de Rogério Ceni ganhou por 2 a 1 e deu um bico no ‘fantasma’ do rebaixamento. Com a vitória, chegou a 46 pontos, na 10ª posição.
Edinho e Osvaldo marcaram para o Fortaleza. Sanchez diminuiu. O uruguaio poderia ter empatado o duelo aos 40 do segundo tempo, mas desperdiçou um pênalti. Mandou uma bomba na trave, enlouquecendo a torcida nas arquibancadas (33.925 pessoas/R$ 271.260). Festa no Castelão: agora, o retrospecto aponta um triunfo cearense, oito do Santos e oito empates.
No final do confronto, Soteldo foi expulso por ter chutado a bola na galera. Quando sua senhoria, o assoprador de latinha baiano Diego Pombo Lopez, os jogadores e a comissão técnica do Santos invadiram o gramado para reclamar o pouco tempo de acréscimo (oito minutos). Na confusão, Pará foi expulso.
O soberano São Paulo salvou a honra dos paulistas. Com um gol de Antony, aos 5 minutos do primeiro tempo, superou o Vasco no Morumbi (11.970 pessoas/R$ 343.649) e ficou mais tranquilo na luta para conquistar a vaga direta na fase de grupos da Libertadores.
A equipe tricolor tem 57 pontos, na sexta posição. O Corinthians caiu para sétimo, com 53. O Vasco permanece com 44, na 12ª colocação.
O São Paulo acabou com um jejum de quatro confrontos sem faturar os três pontos. O resultado dará mais tranquilidade para o ‘professor’ Fernando Diniz trabalhar. A pressão para substituí-lo é grande. Fala-se até em Jorge Sampaoli, que deve deixar o aquário da Vila Belmiro.
Pitaco do Chucky. Brasília, um ninho de cobras alimentado pela corrupção.
Pai coruja. ‘Seu’ Gelson Santos Gonçalves, 49 anos, confessa: chora sempre quando o filho Tailson defende o Peixe. Mergulha no tempo: a infância do garoto foi muito difícil. Lembra de um campeonato em que Tailson foi artilheiro. Viu um gol ou outro, “porque enquanto as partidas aconteciam eu catava latinhas no estádio para poder vender”. Com o dinheiro, ‘seu’ Gelson pagava a mensalidade da escolinha e, às vezes, comprava chuteira para o filho. Além de Tailson, ele é pai de mais nove filhos (cinco homens e quatro mulheres). Separado da mulher, ‘seu’ Gelson espera que o atacante ganhe o suficiente para que a mãe pare de trabalhar como faxineira.
Zé Corneta. Novo hit domina o ninho dos periquitos em revista: Yes, nós temos banana/Banana pra dar e vender…
Rouxinol. Os quatro mosqueteiros paulistas sem espada e sem documento investiram R$ 345 milhões em reforços apenas para ver a banda de Jesus passar. Palmeiras (R$ 140 milhões), soberano São Paulo (R$ 80 milhões), Peixe (R$ 77,5 milhões) e Corinthians (R$ 45,5 mi) brigaram só para soltar o grito de… vice-campeão brasileiro, o primeiro derrotado. O Flamengo gastou R$ 190 milhões para montar uma supermáquina. Investiu em atletas que chegaram e tomaram conta do pedaço. Nada de promessas. Qualidade à frente da quantidade. A conta é simples: vale mais aplicar o dindim num rouxinol da Scala de Milão do que em 20 pardais de circo mambembe.
Rouxinol 2. O café no bule de Gabigol, algo em torno de R$ 1,2 milhão por mês, rende muito mais do que Dayverson, Borja e Carlos Eduardo no ninho dos periquitos em revista, ou o trio parada dura Pato, Pablo e Raniel no Tricolor, ou os santistas Uribe, Sasha e Marinho, ou as eternas esperanças Vagner Love, Boselli e Gustagol no Corinthians. O futebol exige profissionalismo e competência também fora das quatro linhas. Caso contrário, o Flamengo seguirá reinando absoluto, enquanto Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Peixe continuarão à toa na vida, vendo a banda passar com uma coleção de canecos na tuba.
Sugismundo Freud. Raspar a panela pode ser melhor que o doce.
Zapping. O goleiro Diego Alves quebrou as asas do repórter Eric Faria, da plim plim, na comemoração do título rubro-negro. Ao ser chamado pelo narrador para a entrevista com o jogador, Eric Faria disse: “Estou aqui com o Diego Alves.” O atleta sapecou: “Você não está comemorando, não?”. Aos risos, o repórter respondeu: “Se eu estivesse ao vivo, tu tinha me quebrado.” Dançou, porque a conversa foi ao ar.
Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Depois das pichações ‘sevandijas’ e ‘diretoria quilingue’, torcida do Cruzeiro ganha Prêmio Nobel de Literatura.
Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Jorge Jesus tem sido excepcional no comando do Flamengo, o que não significa que sempre teve sucesso na carreira. Se o Flamengo não tivesse tantos ótimos jogadores, nem ele nem Guardiola formariam um grande time. Além disso, não há nenhuma certeza absoluta de que o Flamengo, com os mesmos jogadores e com o mesmo técnico vai brilhar, da mesma maneira ou mais, em 2020. Jorge Jesus não é mágico.” Na mosca.
Tititi d’Aline. O Ministério da Cidadania anunciou a ex-nadadora Fabíola Molina como substituta de Washington ‘Coração Valente’ na Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. Fabíola disputou três Olimpíadas (2000, 2008 e 2012). Nomeado em abril deste ano, Washington pediu exoneração para assumir o posto de diretor de Desenvolvimento da Confederação Brasileira de Futebol.
Você sabia que… Jürgen Klinsmann, 55 anos, afastado de uma casamata desde 2016, quando deixou a seleção dos EUA, vai comandar o Hertha Berlim, que demitiu o croata Ante Covic?
‘Bola de ouro’. Rogério Caboclo. Figura patética na entrega da taça ao campeão Flamengo. Ficou fazendo gracinha antes de passar o troféu aos jogadores. O ‘presidente fantasma’ do Circo Brasileiro de Futebol faz das tripas sem coração um força hercúlea para aparecer. Menção honrosa: Luiz Roberto. A cada entrega de medalha, fazia questão de citar o nome do cartola.
Bola de latão. Adilson Batista. Após 13 jogos, o ‘professor’ foi chamado para um tête-à-tête com o RH do Ceará. O treinador deixa o clube depois de quatro triunfos, dois empates e sete bordoadas, a última do Flamengo (4 a 1). Aproveitamento de cobiçados 35,9%. O Ceará está no bico da cegonha sem asas, com apenas 37 pontos. Neste ano, já teve três treinadores. Antes de Adilson, abrigou Lisca e Enderson Moreira.
Bola de lixo. Chapecoense. Fiel ao coirmão Avaí, também mergulhou no caldeirão do diabo da série B. A pancada mortal foi desferida pelo Botafogo. Com 28 pontos na penúltima colocação, a Chape não tem mais condições de evitar o rebaixamento. É a primeira queda do clube desde o acesso no Brasileirão. Nenhum time de Santa Catarina disputará a elite do campeonato em 2020. Há cinco anos, o estado teve quatro representantes: Chapecoense, Avaí, Joinville e Figueirense.
Bola sete. “O Gabriel precisa ter um pouquinho mais de responsabilidade, ser mais equilibrado. Mas acho que se fosse muito responsável não seria o jogador que é. Em Lima, jogou como se estivesse numa pelada. Ele tem um coração espetacular, gosto dele, é muito doce” (de Jesus, sobre o artilheiro do Flamengo – é vero).
Dúvida pertinente. ‘Fratello’ Menezes resistirá a um tropeço contra o Flamengo?
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