Flamengo aposta no gajo Paulo Sousa, um ‘professor’ com títulos de segunda categoria

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo… e dá-lhe cheirinho! Depois de dançar o vira e saborear uma bela bacalhoada com Jesus, a cartolagem do Rubro-negro finalmente acertou a contratação do substituto de Renato Gaúcho. Ele vem da terrinha, mas atende por Paulo Sousa, 51 anos. O gajo arrancou suspiros dos dirigentes ao longo de uma rápida reunião de seis horas. Provou por a+b+um pratinho de tremoço que poderá desenvolver o DNA desejado pelo clube: um time encantador.

Poucas horas depois de concluir a negociação com o novo ‘professor’, o Flamengo ficou sabendo que o grande sonho de consumo, Jorge Jesus, havia sido demitido pelo Benfica após um motim de jogadores. Mas o Rubro-negro não recuou e teve a coragem de deixar de ser um refém do Mister – até quando é que são elas!

Paulo Sousa aterrissará no ninho do Urubu com um currículo animador. Em um ano à frente da seleção da Polônia, o treinador cravou seis vitórias, cinco empates e quatro derrotas. Os triunfos foram sobre equipes respeitadíssimas no planeta bola: Albânia, Andorra e San Marino (duas vitórias sobre cada uma).

O time polonês terminou em segundo no grupo I das eliminatórias da Copa do Catar, com 20 pontos, dois à frente da Albânia e três a mais que a Hungria – a Inglaterra fechou em primeiro e se classificou para o Mundial de 2022. A Polônia disputará a repescagem. Em 24 de março, jogará contra a Rússia; se vencer, brigará pela vaga contra o ganhador de Suécia x República Tcheca.

Na Eurocopa, os poloneses sucumbiram diante de Eslováquia e Suécia, empataram com a Espanha e terminaram com a lanterna do grupo E. Na prova dos nove, a certeza: Paulo Sousa não deixará saudade. A galera não perdoa o papelão na Euro. O treinador prometeu muito, mas realizou pouco, mesmo com o artilheiro Lewandowski.

Depois de trabalhar como auxiliar de Carlos Queiroz na seleção de Portugal, Paulo Sousa começou como ‘professor’ em 2008. Voou pela segunda divisão inglesa, sem despertar atenção. Treinou Queens Park Rangers, Swansea e Leicester. Na sequência, assumiu o Videoton e faturou a Taça da Liga Húngara, em 2011/12, e o bi da Supercopa da Hungria.

De acordo com o ge.com, em 13 anos de carreira, só em duas ocasiões Paulo Sousa obteve aproveitamento de vitórias superior a 60%: no Maccabi Tel Aviv (63% de triunfos e o título de campeão israelense em 2013/14) e Basel (62% e campeão suíço na temporada seguinte).

Entre 2015 e 2027, Paulo Sousa trabalhou na Fiorentina. Ganhou manchetes no primeiro ano, quando a equipe surpreendeu com um futebol ofensivo e fechou o campeonato em quinto lugar. Além do desafio de colocar o Flamengo novamente em ‘oto patamar’, Paulo Sousa vai encarar um terrível fantasma. Três ou quatro tropeços serão suficientes para a torcida clamar pela volta do Mister.

(Jorge Jesus, 13 meses no Flamengo: 58 jogos, 44 vitórias, 10 empates, 4 derrotas e 75,86% de aproveitamento. Títulos: Libertadores de 2019, Brasileirão de 2019, Supercopa do Brasil de 2020, Recopa Sul-americana 2020 e Carioquinha 2020)

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Pitaco do Chucky. O gado comemora efusivamente a chegada de 2022: somente 63% dos brasileiros reprovam o governo do Capitão Corona. A pesquisa PoderData indicou ainda que fantásticos 30% dizem amém, e 7% não responderam.

Bico na SAF. A transformação da Raposa em Sociedade Anônima de Futebol, com o fofo Ronaldo comprando 90% das ações do clube mineiro por R$ 400 milhões, dominou a mídia nos últimos dias e deixou na poeira até o Papai Noel. Muitos cartolas já pensam em seguir o exemplo cruzeirense, menos a ‘titia’ Leila Crefisa. A presidente do Palmeiras não se cansa de repetir: enquanto reinar no ninho dos periquitos em revista, o assunto não entrará nem em pauta nas reuniões do conselho. “Sou totalmente contra a transformação do Palmeiras em clube-empresa. O Palmeiras não pode ter dono. Os donos do Palmeiras são nossos milhões de torcedores, nossos associados”, justificou a rainha dos palmeirenses.

Zé Corneta. Em 21 meses, 14 crianças morreram a cada 30 dias por causa da covid-19, ou praticamente uma a cada 48 horas, de acordo com a Anvisa. Mas o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, continua boicotando a vacinação para a  garotada.

Humilhação. O esporte bretão nacional viveu uma loucademia de casamata no início da semana. Mestre Cuca pegou o boné no Galo, Jesus recebeu cartão vermelho no Benfica, Alexander Medina foi apresentado no Saci colorado e Paulo Sousa fechou com o Flamengo. Nenhum deles, porém, foi tão desrespeitado quanto o ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo na Raposa. Em apenas três parágrafos e sem citar sequer o nome do treinador, o clube comunicou a dispensa da comissão técnica, que tinha um acordo para permanecer até dezembro de 2022. A vassourada no departamento de futebol era esperada desde que o fofo Ronaldo comprou a Raposa. Os linguarudos de plantão garantem que o relacionamento do ex-jogador com o ‘mestre dos mestres’ não é dos melhores há muito tempo.

Sugismundo Freud. Você não precisa ser ótimo para começar, mas precisa começar para ser ótimo.

Pingos nos is. Os ‘professores’ brasileiros estão bem na fita. A tradicional revista inglesa Four Four Two carimbou apenas Tite na lista dos 50 melhores treinadores de 2021. O técnico da amarelinha desbotada ocupa a 35ª posição, porque “lapidou uma geração de astros na seleção e chegou à final da Copa América”. Segundo a publicação, o time é um dos favoritos ao título da Copa, “e Tite segue sendo um treinador capaz de dar harmonia às estrelas do samba”. Apesar do oba-oba na pátria das chuteiras furadas, os portugueses Abel Ferreira e Jorge Jesus não aparecem no ranking. Somente o patrício Bruce Lage, do Wolverhampton, ganhou destaque com um 44º lugar. O top 10:

1) Pep Guardiola (ESP) – Manchester City
2) Thomas Tuchel (ALE) – Chelsea
3) Jürgen Klopp (ALE) – Liverpool
4) Antonio Conte (ITA) – Tottenham
5) Hansi Flick (ALE) – Alemanha
6) Roberto Mancini (ITA) – Azzurra
7) Diego Simeone (ARG) – Atlético de Madrid
8) Julian Nagelsmann (ALE) – Bayern de Munique
9) Gareth Southgate (ING) – Inglaterra
10) Mauricio Pochettino (ARG) – PSG

Motociata. Os passeios eleitoreiros de moto do Capitão Corona custaram R$ 5 milhões aos cofres públicos, ou seja, ao meu, ao seu, ao nosso rico dinheirinho.

Playground. A bola voltará a correr em 2 de janeiro, com a disputa da Copa São Paulo de juniores, vestibular da pátria das chuteiras furadas e banquete de sanguessugas do pé de obra alheio, os agentes. Sempre colocando a política acima de qualquer objetivo esportivo, a nobre FPF distribuiu 128 equipes em 32 grupos de quatro clubes cada, espalhados pela capital e interior. Em 2021, por conta da pandemia, a Copinha foi cancelada. O grito de campeão sairá em 25 de janeiro. Com 10 canecos, o Corinthians lidera o ranking de vencedores. O Saci colorado deu a volta olímpica na 51ª edição do torneio, em 2020. O time gaúcho e o Fluminense aparecem em segundo na lista dos bambambãs, com cinco taças cada. Dos grandes clubes paulistas, o Palmeiras é o único que não tem Copinha.

Caiu na rede. Flamengo malvadão pegou fixação por gringos, coisa de Copacabana. Vem aí o Valdemar Lemos português.

Acorda Brasil! Preocupadíssimo com a tragédia baiana (várias cidades submersas e mais de 20 mortos em razão das chuvas), o Capitão Corona decidiu passar o réveillon em São Francisco do Sul, no litoral catarinense. Antes do Natal, ele curtiu uma semana de bem-bom no Guarujá. A volta ao batente na ‘ilha da fantasia de mestre Tattoo’ está programada para 3 de janeiro. Outubro vem aí!

Caixinha, obrigado! ‘Um passo gigante’ – assim a Conmebol anunciou a nova premiação ao campeão da Libertadores feminina. A volta olímpica representará US$ 1,5 milhão (R$ 8,4 milhões) no caixa, enquanto o vice embolsará US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões). Em 2021, o Corinthians faturou nada menos que… US$ 85 mil (R$ 478 mil). Mesmo com o reajuste de 1.600%, o valor ainda está muito longe da recompensa dada aos marmanjos. O prêmio do masculino passou de US$ 15 milhões (R$ 85 milhões) para US$ 16 milhões (R$ 90 milhões). O tilintar das moedas no masculino em 2022:

Fase preliminar 1 – US$ 400 mil
Fase preliminar 2 – US$ 500 mil
Fase preliminar 3 – US$ 600 mil
Fase de grupos – US$ 3 milhões
Oitavas de final – US$ 1,05 milhão
Quartas de final – US$ 1,5 milhão
Semifinal – US$ 2 milhões
Vice-campeão – US$ 6 milhões
Campeão – US$ 16 milhões

Ambição tricolor. Cartolagem comandada por Júlio ‘Instagram’ Casares define metas do soberano São Paulo para 2022: chegar às finais do mequetrefe Paulistinha e da Sul-americana, às quartas da Copa do Brasil e pelo menos ao sexto lugar do Brasileirão. Aí cai a ficha: lutar com todas as forças para fugir do rebaixamento.

Hegemonia. O grito de bicampeão do Galo, depois cinco décadas, impulsionou ainda mais a superioridade dos representantes do Sudeste no Brasileirão. Eles abocanharam todos os canecos da era dos pontos corridos, iniciada em 2003. São Paulo é o recordista com 10 títulos – quatro do Corinthians, três do soberano Tricolor, dois do Palmeiras e um do Peixe. O Rio papou cinco, três com o Flamengo e dois com o Fluminense, enquanto  Minas festejou quatro, três com a Raposa e um com o Galo.

Libertadores/22. Os times que não têm estádio poderão participar do Pião da Casa Própria no Baú da Felicidade.

Gilete press. Do tricampeão mundial Paulo Cezar Caju, em Veja: “Vi tricolores vibrando com a chegada de Felipe Melo ao clube. Eu sofro. Vi morteiros explodindo com a contratação de Paulinho para o Corinthians. Eu sofro. Vi comentaristas, e não foram poucos, pedindo Hulk e David Luiz na seleção. Inclusive, aproveito a ocasião para fazer uma seleção dos malas pesadas que estão comentando por aí! Não vou citar nomes, mas são locutores e comentaristas da ESPN, Fox Sports e SporTV! Eu quase infarto (…) Que retrospectiva positiva dá para fazer de 2021 em termos de futebol? A volta da torcida aos estádios, e só. Porque essa volta representa a vida voltando ao normal, a ciência vencendo o inimigo.” No alvo.

Tititi d’Aline. O incrível Hulk decidiu fechar a temporada com chave de ouro: comprou uma cobertura em Miami, com direito a sala de cinema, varanda gigante e outras mordomias. O pequeno palácio fica no condomínio Paramount Miami Worldcenter. No complexo há shopping center, spa, área comum de lazer com piscinas, ginásio, salão de jogos, kids room e até observatório do céu de Miami. O preço dos imóveis no luxuoso edifício varia entre US$ 3,3 milhões (R$ 19 milhões) e US$ 11 milhões (R$ 62 milhões). O atacante do Galo bico de ouro possui ainda uma mansão em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, diversos imóveis e empreendimentos em João Pessoa e um teco-teco particular avaliado em R$ 11 milhões. Ô coitado!

Esquindolelê. Rasgue a fantasia e tome um porre de tubaína na virada do ano. Ninguém é de ferro. A coluna voltará em 10 de janeiro – ou a qualquer momento.

Bola de ouro. Rebeca Andrade. A pequena notável roubou a cena no esporte brasileiro em 2021 ao conquistar o ouro no salto e a prata no individual geral da ginástica olímpica em Tóquio. Pela primeira vez uma atleta do país subiu ao pódio da modalidade. Menção honrosa: Galo bom de bico, Palmeiras e Corinthians feminino. O time mineiro voltou a ganhar o Brasileirão depois de meio século e também faturou a Copa do Brasil e o Mineirinho. O Palestra, por sua vez, soltou o grito de ‘soy loco por tri América’, o mesmo acontecendo com as minas da Fiel, um show na Libertadores.

Bola de latão. Grêmio. ‘Até a pé nós iremos…’ Pois é, a torcida gremista colocará a bandeira nas costas e o pé na estrada para acompanhar pela terceira vez as peripécias do imortal na série B. O Grêmio foi a grande decepção da temporada. A caravana será acompanhada por baianos, pernambucanos e catarinenses, já que Bahêa, Sport e Chapecoense também foram abençoados com a degola. Menção honrosa: Raposa. Atolado em dívidas, o pão de queijo se mostrou incompetente para retornar à elite do Brasileirão. Terminou a segundona num vergonhoso 14º lugar. Na UTI das chuteiras, ganhou oxigênio nos últimos dias ao ser vendido para o fofo Ronaldo por R$ 400 milhões.

Bola de lixo. Racismo. A temporada terminou melancolicamente no ludopedio nacional: 53 casos registrados pelo Observatório da Discriminação Racial do Futebol. Mais de 200 denúncias foram feitas desde 2014, mas só 40% chegaram aos tribunais, e apenas 60% destes tiveram punição dos envolvidos. O caso mais recente aconteceu no último jogo do ano, na decisão da Copa do Brasil entre Furacão e Galo, em Curitiba. Dois homens e uma mulher imitaram macaco, ofendendo atletas do time mineiro. O Brasileirão contou apenas com dois treinadores pretos ou pardos, Roger Machado e Marcão.

Bola sete. “Com a volta dos torcedores aos estádios, infelizmente os casos de racismo voltaram com números assustadores. Parece que o torcedor voltou angustiado, com ódio. Continuamos sem nenhuma ação contundente de clubes ou entidades. Os casos aumentam, e as punições, não. O racista vai tranquilo ao estádio, comete o crime e sai impune” (do escritor Marcelo Carvalho, membro do Observatório Racial do Futebol – nocaute).

Dúvida pertinente. 2022, o ano do Pix no futebol brasileiro?

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Hermano Vojvoda dá show na casamata do Fortaleza e merece a coroa de melhor treinador do ano

O pior cego é aquele que não quer ver. Por mais que se mostre e prove, não abre os olhos e só enxerga o que lhe convém. O argentino Juan Pablo Vojvoda, 46 anos, deu show de competência no Fortaleza, mas foi solenemente ignorado tanto na 52ª edição do Bola de Prata da ESPN quanto na premiação aos bambambãs do Circo Brasileiro de Futebol. A coroa ficou com mestre Cuca, do Galo. Injustamente.

Mesmo sem um elenco recheado de estrelas, Vojvoda cravou o quarto lugar no Brasileirão e levou o time cearense a uma inédita fase de grupos da Libertadores. Ficou atrás apenas dos milionários Galo, Flamengo e Palmeiras. Deixou na poeira Corinthians, Fluminense, Peixe, Saci colorado, soberano São Paulo… Uma façanha!

A prova dos nove na folha salarial: Urubu – R$ 23 milhões; Palestra – R$ 18 milhões; Galo – R$ 15 milhões; Fortaleza – R$ 3,8 milhões. Sob a batuta de Vojvoda, o Tricolor de Aço amealhou 58 pontos, produto de 17 vitórias e sete empates (sofreu 14 derrotas). Ou seja, fez muito com pouco num campeonato extremamente competitivo. Cuca seria capaz de tal proeza?

O Fortaleza de Vojvoda entrou para o currículo do esporte bretão nacional como o primeiro nordestino a carimbar uma vaga na Libertadores na era dos pontos corridos, iniciada em 2003. Será o quarto da região a disputar o torneio continental – Bahêa, Sport e Náutico já participaram da briga; o time baiano chegou duas vezes às quartas de final (1960 e 1989).

A era Vojvoda no Fortaleza, campeão estadual, semifinalista da Copa do Brasil e garantido na Libertadores de 2022:

Brasileirão: 38 jogos, 17 vitórias, 7 empates, 13 derrotas
Copa do Brasil: 8 partidas, 4 triunfos, 2 empates, 2 pauladas
Cearense: 5 duelos, 4 vitórias, 1 empate.

Em tempo: o Fortaleza de Vojvoda foi o único que derrotou o bicampeão Galo no Mineirão. A equipe cearense venceu por 2 a 1 na abertura do Brasileirão.

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Pitaco do Chucky. Que se dane a opinião favorável de infectologistas e da Anvisa. A liberação da vacina contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos será decidida pelo Ministério da Saúde após consulta pública. Patético.

Arco Íris x Flamengo. Presidido por Cláudio Nascimento, o Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT entrou com ação contra o Flamengo. Cobra na Justiça explicações para a omissão do número 24 na lista de inscritos da Copa São Paulo de juniores. Ao todo, o clube relacionou 31 jogadores, nenhum deles com a camisa 24. “O fato da numeração do Clube pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica”, diz a petição. De acordo com Nelson Lima Neto, do Globo, o Flamengo também não relacionou nenhum atleta para usar a camisa 12, porém este número é reservado à torcida. A depender da resposta do Urubu, outras ações judiciais podem ser adotadas.

Zé Corneta. A politicanalha aprovou R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral dos partidos. Viva a tungada no meu, no seu, no nosso rico dinheirinho. Um escárnio!

Quén, quén… pum! E o Pato, hein? O atacante de 32 anos adora soltar pum. A revelação, em rede nacional, partiu da mulher do atleta, Rebeca Abravanel, 40, filha do empresário e apresentador Silvio Santos. Ela falou sobre a mania do marido durante um programa do SBT. Também contou que Pato não gosta de lavar o cabelo. O jogador ficou envergonhado com as confidências de Rebeca. “Que é isso, amor!”, disse Pato, que teve uma atuação apagadissima no futebol dos EUA e pretende continuar a carreira no Brasil, mais precisamente no soberano São Paulo.

Sugismundo Freud. Só envelhece quem está vivo.

Rainha da Inglaterra. Os fofoqueiros de plantão garantem que o ex-mandachuva e raios Andrés ‘Desmanchez’ continua apitando no Corinthians mais do que mestre de bateria em escola de samba. O presidente Duílio Monteiro Alves seria a ‘rainha da Inglaterra’ da Fiel. Andrés teria sido fundamental para a contratação de Willian, Róger Guedes, Giuliano e Renato Augusto, além da renovação de Gabriel Pereira, o novo xodó da Fiel. Os linguarudos afirmam ainda que o ex-chefão foi o responsável pela volta de Paulinho. O jogador receberá R$ 1 milhão por mês para a xepa.

Caiu na rede. Palmeiras sonha com Pedro e acorda com Navarro.

Papagaiada do dia. O deputado russo Sultan Khamzaev decidiu apresentar projeto que prevê multa ao jogador que decepcionar a serviço da seleção. Segundo ele, o atleta terá ‘motivação extra’ para defender a equipe. O parlamentar pertence ao partido Rússia Unida. A ideia será levada ao ministro do esporte Oleg Matytsin e ao presidente da União de Futebol Russa, Alexander Dyukov. A punição seria aplicada no salário do atleta com o clube. A seleção foi eliminada na fase de grupos da Euro e não conseguiu a classificação direta ao Mundial do Catar. Na semifinal da repescagem, enfrentará a Polônia. Se vencer, pegará Suécia ou República Tcheca.

Tiro livre. A Farofa da Gkay seria confraternização de seminaristas e noviças se comparada à barafunda instalada pelo Capitão Corona neste Brasil acima de tudo.

Profeta. O meio-campista Hernanes acertou na mosca ao rescindir com o soberano São Paulo e acertar com o Sport para recuperar o prestígio. O Leão pernambucano conquistou o hexa em rebaixamentos para a série B do Brasileiro. O time despencou em 1989, 2001, 2009, 2012, 2018 e 2021. Haja coração! Contratado no primeiro semestre para ser a estrela da companhia, Hernanes, 36 anos, não marcou um mísero gol nem deu assistência em 17 partidas com a camisa do Rubro-negro. Pela primeira vez na carreira sentiu o gostinho de uma degola. Hernanes tem contrato até o dia 31. Ganha R$ 400 mil por mês. Dificilmente permanecerá no Leão

Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Espero que os clubes brasileiros e o país encontrem novos caminhos. O tempo passa, pouca coisa muda, e ainda temos de conviver com os negacionistas. O futebol continua, na média, sem brilho, e não diminuem, há décadas, a enorme desigualdade social e tantas outras misérias. Enquanto isso, ainda mais no Natal, aumentam os discursos contra os preconceitos, a pobreza e os corruptos. Muitos que protestam, especialmente os políticos, são os que fazem tudo para destruir o combate à corrupção. Falar é fácil. Difícil é fazer.” Bingo.

Merry Christmas. Esmorecer jamais: vamos encher o saco do Papai Noel.

Tititi d’Aline. O prestígio de Michael Jordan, o Pelé do basquete, é surreal: um colecionador arrematou por US$ 264 mil (R$ 1,5 milhão) o canhoto do ingresso da estreia da fera na NBA. O duelo aconteceu em 26 de outubro de 1984, no Chicago Stadium, já demolido. Os Bulls derrotaram o Washington Bullets por 109 a 93. Jordan cravou 16 pontos, seis rebotes, sete assistências e quatro bloqueios, terceiro melhor desempenho de um novato na abertura da temporada em todos os tempos. O lance na Huggins & Scott Auctions bateu o recorde de bilhete esportivo colecionável. A marca anterior pertencia a um comprador que pagou US$ 175 mil (R$ 998 mil) pelo ingresso do jogo 3 da World Series de 1903. Em setembro, o tênis usado por Jordan nesse jogo foi arrematado por US$ 1,4 milhão (R$ 7,9 milhões).

Você sabia que… o empresário André Cury cobra R$ 52 milhões do Galo bom de bico por comissões no mercado da bola?

Bola de ouro. Vascaínos. Capitaneado por Fernando Lima, o carismático Zé Colmeia, ex-fisioterapeuta de Romário, um grupo de apaixonados pelo clube carioca arregaçou as mangas e decidiu reformar a fachada da sede náutica na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os torcedores atacaram as infiltrações, recuperaram as paredes, trocaram a iluminação e deram até um jeitinho na cozinha. Detalhe: o Vasco não desembolsou um tostão. O pessoal bancou todas as despesas.

Bola de latão. Plim plim. Depois de perder a Libertadores, os estaduais, a Copa América e a Copa do Brasil (deixou de ser exclusiva), a poderosa emissora carioca levou mais uma bola nas costas e não transmitirá o Mundial de clubes da mamãe Fifa, em fevereiro, com a participação do Palmeiras. Ficou com nhenhenhém e tomou uma rasteira da Band. A plim plim preparava uma supercobertura. Mais de 30 profissionais estariam ligados no torneio. O exército foi reduzido a meia dúzia de pessoas.

Bola de lixo. Tricolor. Como num passe de mágica, ‘os amigos da imprensa’ desapareceram depois do golpe aplicado por Júlio ‘Instagram’ Casares, seus pares e ímpares no soberano São Paulo com a vergonhosa mudança do estatuto, permitindo a reeleição do chefão e do conselho. A mídia bateu em retirada por não ter argumentos para justificar o injustificável, o solene bico dado na democracia são-paulina.

Bola sete. “Quando cheguei, não imaginava tudo o que ia acontecer. Sei que os troféus e as conquistas são muito especiais, mas eu valorizo muito o crescimento humano. No Palmeiras, eu realmente virei um atleta. Consegui jogar 253 partidas em cinco anos, marquei 66 gols e ganhei seis títulos” (do atacante Willian Bigode, após trocar o Palestra pelo Fluminense – missão cumprida, com louvor).

Dúvida pertinente. Até quando a corriola negacionista continuará impune?

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‘Caladas, escutamos narradores e comentaristas elogiarem Cuca como uma pessoa maravilhosa’

Por Milly Lacombe, do Uol

Todas nós temos nossos casos de abuso, de assédio ou de estupro na memória. Algumas de nós guardam essas imagens em lugares muito profundos. Outras, mais à flor da pele. Mas todas temos e todas acessamos esse quarto escuro e frio no momento em que um homem condenado por algum desses crimes aparece na nossa frente. Não precisa ser o nosso abusador. Pode ser o abusador de qualquer outra mulher.

Nessa hora, existe uma parte de nossas vísceras que se contrai. Depois, vem uma pressão na altura do peito, seguida de aceleração dos batimentos cardíacos e de uma espécie de sensação de sufocamento.

Nós temos treinamento em passar por isso sem deixar que outros percebam o que estamos sentindo. Se fôssemos berrar a cada encontro desses, tudo o que se escutaria no mundo seria o barulho de nossas vozes. Contínuo, emendado um no outro, se arrastando há séculos por todos os cantos do planeta.

Conviver com a celebração desmedida que se faz ao treinador do Galo é entrar nesse túnel do tempo de nossas vidas. Em instantes, estamos de volta à cena dos abusos dos quais fomos vítimas. No rosto de Cuca, o rosto de nossos abusadores. Na voz de Cuca, a voz de nossos assediadores. No sorriso de Cuca, o sorriso de nossos estupradores.

Em 2021 a cobertura do jogo passou muito por Cuca porque ele é, sem vestígio para dúvidas, o melhor treinador do Brasil.

Mas Cuca é, além de um treinador de ponta, um homem condenado por envolvimento em estupro de vulnerável (pessoa com menos de 16 anos).

É recomendável ler essa frase com calma.

Condenado. Estupro. Pessoa com até 14 anos (a vítima tinha 13).

Caladas, escutamos narradores e comentaristas elogiarem Cuca como uma pessoa maravilhosa, educada, simpática, devota de Nossa Senhora, olha as medalhinhas dele, olha a camiseta em homenagem a Nossa Senhora, que cara incrível é o Cuca, veja como ele trata a mãe, as filhas, a neta, a esposa, como ele é gentil com as mulheres da vida dele. Que homem é o Cuca.

Tudo isso eu vi na TV, nos jornais e nos portais nos últimos dias.

Condenação por estupro

Se querem contar a história de Cuca como homem – e não apenas como treinador – o mínimo que deveriam fazer, em nome de todas nós que já fomos, estamos sendo e ainda seremos abusadas, em nome de alguma decência, de alguma honestidade, de alguma ética, seria inserir uma referência à condenação por envolvimento em um caso de estupro.

“Ah, mas já faz 34 anos, esquece isso”

Se você tivesse sido estuprado quando tinha 13 anos você teria esquecido?

Aqui eu paro e peço encarecidamente para que o foco dessa história seja a nossa dor.

Nós não nos esquecemos dos nossos abusos. Jamais nos esqueceremos. Para sobreviver, a gente guarda eles bem guardados. Estão ali, viraram uma unidade de energia que, dependendo da ocasião, volta a explodir até se contrair outra vez e nos deixar respirar.

E a memória volta como a ponta de ferro quente perfurando nossas vísceras no momento em que vemos um homem condenado por envolvimento em estupro ser exaltado.

O que fazer, então?

Para começar, se querem falar do homem e não apenas do treinador, a história precisaria ser contada em sua totalidade. Seria o mínimo da decência.

Mas não é assim que tem sido feito.

Nós estamos bem ali ao lado deles enquanto rasgam elogios ao cidadão Cuca – estamos nos comentários, na narração, na produção, no figurino, nas câmeras, na maquiagem. Abaixamos a cabeça porque sabemos que não podemos fazer muito a não ser silenciar e, nesse momento, participar desse pacto macabro da masculinidade.

Como repórteres, temos que entrar nas salas das coletivas e testemunhar Cuca ser paparicado. Engolimos seco. Sentimos nossos corpos tremendo. Não há o que possamos fazer. Cuca é o homem da vez.

Enquanto ele responde sorridente ao colega jornalista, seguramos nossos microfones e pensamos na menina de 13 anos estuprada num quarto de hotel por jogadores do Grêmio em 1987, em Berna, na Suiça. Cuca condenado por estar entre eles.

Onde estará ela hoje? Resistindo como cada uma de nós? Cuidando de suas cicatrizes, como cada uma de nós? Lutando, como cada uma de nós? Como sua vida foi alterada pelo estupro? Como ela teve forças para seguir? Como nós temos forças para seguir?

Olhamos para as mulheres ao nosso lado nas coberturas esportivas. São poucas, mas estão lá. Pelo que terão passado? Quantos abusos? Quantos assédios? Quantos estupros? Quantas violências? Elas conseguiram superar? O que estão sentindo vendo Cuca ser idolatrado como homem?

Cuca é o melhor treinador do Brasil. É capaz de montar times competitivos mesmo com elencos medianos. Quando recebeu um elenco estrelado como o desse Galo encantado, fez o que fez.

Mas que tipo de sociedade passa por cima de envolvimento em estupro para celebrar um treinador excepcional?

Uma sociedade dentro da qual escrotizar mulher é parte aceitável do jogo.

Se recusa a pedir perdão

Já tem gente da patente de Galvão Bueno sugerindo Cuca na seleção. Teremos na seleção um homem condenado por envolvimento em estupro que até hoje, 34 anos depois, se recusa a falar abertamente sobre a gravidade das questões ligadas ao caso? Se recusa a pedir perdão? Se recusa a dizer o que houve? Se recusa a abordar o tema da epidemia que é a violência contra a mulher no Brasil.

Vale isso, Arnaldinho?

Claro que vale.

O filho de Tite, curtidor de inúmeras postagens que celebram violência contra mulheres, está lá em berço esplêndido. O nepotismo, francamente, é quase uma benção diante dessa realidade escrota.

O crime de Cuca prescreveu. Ele não se apresentou para o julgamento e foi condenado sem estar presente. De quinze meses foi a pena. Dele e dos demais envolvidos.

É muito barato escrotizar mulher.

Cuca nega participação, torce a boca para falar do assunto e – ainda mais absurdamente – se faz de vítima.

Faz coisas que o advogado de defesa na época não conseguiu sequer ensaiar.

Palavras do advogado de defesa dos jogadores do Grêmio sobre o ocorrido em Berna, publicadas no jornal Zero Hora em 1987 e relembradas recentemente pelo Blog do Juca. Atenção porque essas palavras saíram da boca do advogado de defesa e não do de acusação:

“Um dos jogadores manteve relação sexual completa, outro apenas sexo oral, enquanto um terceiro fez carícias e o quarto foi um ‘voyeur’ conivente: apenas olhou”, declarou Silveira Martins ao jornal Zero Hora do dia 31 de agosto de 1987. O depoimento da vítima disse que três jogadores a agarraram para que um deles a violentasse.

Depois do devido trânsito legal, a condenação da gangue foi por violência sexual contra pessoa vulnerável. A menina – vou repetir – tinha 13 anos.

Cuca acha que a vítima dessa história é ele, embora, nas raras vezes em que toque no assunto, seja incapaz de olhar nos olhos do interlocutor.

Caminho da reparação

É possível a gente reparar erros hediondos como esse? Sim, tenho certeza que sim. Não acredito que haja algum entre nós que não possa ser reformado, não acredito em prisões, não acredito em vingança, não acredito em punitivismo nem em justiciamento.

Mas para tanto seria necessário, antes de qualquer coisa, reconhecer que houve um erro e um crime. Não se aprende nada na vida sem essa premissa.

E, no caminho da reparação, falar com honestidade sobre o aprendizado e se aliar à luta para que nunca mais o corpo de uma mulher seja invadido, abusado, dilacerado.

Como se faz isso? Há muitas formas. Cuca poderia, por exemplo, dizer:

“Hoje tenho três filhas e sou um homem consciente de como o machismo e a misoginia ferem e matam. Entendo que vivemos sob uma cultura que minimiza as práticas cotidianas de assédio, abuso e estupro. Entendo que cometi um erro irreparável e que, mesmo que eu seja capaz de esquecer, a menina estuprada naquele quarto de hotel em Berna jamais esquecerá. Tento o perdão de Nossa Senhora, de quem virei devoto, tento ser um homem melhor, tento ajudar a construir um mundo no qual minhas filhas jamais passem por qualquer coisa parecida”.

Pacto da masculinidade

Mas Cuca não faz isso – e não faz muito porque está protegido pelo pacto da masculinidade. Segue sendo afagado, paparicado, chamado de gentleman, de um cara simpático, decente e bacana.

Vejam: não estamos pedindo a cabeça de Cuca, não estamos sugerindo olho por olho nem dente por dente, não buscamos cancelar, odiar, esmigalhar. Estamos reconhecendo suas qualidades como treinador e líder de um time de futebol. Não estamos questionando sequer o fato de ele ser o melhor técnico do Brasil.

Não estamos sugerindo que nossos colegas cuspam em sua cara, virem o rosto quando ele falar, parem de elogiá-lo como treinador. Estamos apenas pedindo solidariedade nessa luta por sobrevivência e dignidade.

Cuca seguirá sendo um treinador excepcional. Sua carreira é longa, ele é jovem e brilhante em sua profissão. Vai conquistar títulos e glórias. Nada vai alterar essa realidade, e nós nem queremos com esse desabafo sugerir que buscamos o seu cancelamento. Não há diálogo possível via linchamentos virtuais, reais ou de quaisquer outros tipos.

Nós estamos aqui para chamar a atenção de vocês para o que enfrentamos todos os dias nesse mundo – e o jornalismo reflete com perfeição as violências dessa sociedade machista e misógina que tanto nos fere.

Estamos aqui para contar a vocês como o universo esportivo funciona, coisa que até hoje pouco fizemos porque não tínhamos espaço no futebol.

Estamos aqui para dizer que nossos corpos são abusados todos os dias, todos os minutos, por todo tipo de homem – inclusive e especialmente aqueles que conhecemos e, muitas vezes, aqueles que achávamos serem nossos amigos.

Se todas nós resolvêssemos falar de nossos abusos, quantos de vocês se manteriam de pé?

Estamos aqui para que nunca mais nenhuma outra menina, nenhuma outra mulher, seja abusada, assediada, estuprada. Para que nem a gente, nem nossas amigas, nem as filhas de Cuca precisem passar por isso.

Estamos aqui para ensinar que o foco de atenção somos nós e não o abusador. Esse não é um texto sobre Cuca. É um texto sobre como vocês podem entender o que nós passamos. Trata-se de um apelo para salvar as nossas vidas. Trata-se de compreender como nós nos sentimos. Como nós estamos sobrevivendo a tanta violência.

O foco dessa história é a nossa dor. Seria muito importante que vocês entendessem essa parte e não se apressassem em sair correndo para defender o que é indefensável.

Estamos aqui para lutar até que, algum dia um homem finalmente tenha a coragem de dar um passo a frente, confessar e se desculpar de forma corajosa, honesta, verdadeira.

Viemos avisar que estamos numa guerra e que o inimigo são nossos corpos e nossas dignidade. E não uso a palavra “guerra” hiperbolicamente.

Um estupro a cada 10 minutos

Os números de corpos femininos violados, dilacerados e assassinados no Brasil são números de uma guerra.

Vejam: 81% das mulheres já passaram por algum tipo de violência durante deslocamentos pela cidade. A cada dez minutos, uma mulher é estuprada. Trinta mulheres sofrem agressão física por hora. Quase 80% já foram assediadas no trabalho. Eu poderia seguir listando, só que esse texto viraria um livro.

É uma guerra, e na guerra só existem dois lados possíveis para se estar.

Mas esqueçam as estatísticas. Números nem sempre comovem.

Façam um exercício de ousadia: perguntem às mulheres de suas vidas se elas já foram abusadas, assediadas, estupradas. Tenho certeza de que as respostas delas os deixarão perturbados.

Depois, se ainda tiverem coragem, perguntem com quantos anos sofreram o primeiro deles. O meu foi com 11.

Um corpo masculino está para nós mulheres como um corpo branco está para as pessoas negras. É um corpo que, de cara, carrega poder, opressão, violência. Um corpo que, mesmo antes de dizer qualquer coisa, já comunicou muitas. É preciso saber disso e, a partir dessa consciência, pisar a vida com cuidado, responsabilidade e empatia.

Pois é. “Nem todo homem”, “nem todo branco” etc etc etc. Mas todo homem se beneficia da estrutura machista e toda pessoa branca se beneficia da estrutura racista. O que faremos a respeito? Calar? Compactuar com os nossos?

É preciso também parar de achar que o estuprador é o corpo de um homem negro que nos pega na calada da noite numa esquina vazia. Estupradores, abusadores e assediadores são nossos amigos, conhecidos, maridos, pais, irmãos, primos, cunhados, líderes espirituais, chefes, colegas de trabalho.

Mas escrotizar mulher é a coisa mais fácil do mundo. Não pega nada.

Paparicando um condenado

Há pouco tempo o Esporte Espetacular fez o certo e contou essa história de condenação de Cuca por envolvimento no estupro de uma menor. Dali a uns dias Cuca estava sentado no Seleção SporTV e em outros programas sendo devidamente lambido por nossos colegas de trabalho. É assim que o pacto da masculinidade opera.

O machismo e a misoginia dependem desse pacto para existir. Colegas que paparicam um homem condenado por envolvimento em estupro estão dizendo que esses acontecimentos são do jogo, que não é assim tão grave, que nós somos as chatas problematizadoras, que devíamos era parar de encher o saco. O recado é esse.

O caso de Cuca seria uma grande oportunidade para que esse jogo começasse a ser virado.

Cuca poderia se redimir historicamente sendo esse cara. Poderia deixar de ser nosso vilão e virar parceiro de luta. Nossos colegas de trabalho poderiam ser esses caras.

Mas Cuca se recusa, nossos colegas se recusam, e o episódio virou apenas mais um exemplo de como participar de qualquer ato que assedie, abuse e estupre mulheres não pega nada em nossa sociedade.

Dali a um tempo você pode perfeitamente ser o melhor treinador do Brasil, ser celebrado e reverenciado, e quem ousar relembrar do episódio do estupro é que passa a ser alvo de críticas.

Eu dedico esse texto às minhas amigas e colegas do jornalismo esportivo.

Dedico esse texto às mulheres que, todos os dias, precisam olhar nos olhos de um abusador e testemunhar ele ser afagado e paparicado por outros machos sem berrar, sem correr, sem abandonar o trabalho porque no fundo, maior que a dor, existe a consciência de que a luta está só no começo – e que resistir é re-existir.

“A recordação da felicidade já não é felicidade. A recordação da dor ainda é dor” (Lord Byron)

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Passa-se o ponto. A grande bomba do ludopédio nacional estourou no fim de semana: o fofo Ronaldo comprou a Raposa por R$ 400 milhõe (90% das ações). Os pingos nos is serão colocados em 2 de janeiro, data de aniversário do pão de queijo. O time mineiro foi o primeiro a aderir ao projeto SAF (Sociedade Anônima Futebol). De acordo com Jaeci Carvalho, colunista do Superesportes, o Fenômeno aportaria com 20% (R$ 80 milhões). “Ele vai buscar alguns investidores. Ronaldo é um cara do mundo, um cara de negócios. Para o Cruzeiro é algo fantástico”, Jaeci. Ou seja, Ronaldo agora correrá atrás de R$ 320 milhões. A Raposa deve mais de R$ 1 bilhão. Em vídeo nas redes sociais, Ronaldo afirmou que a conclusão do acordo foi “um dia histórico para mim, para o futebol brasileiro, para o Cruzeiro”.

Passa-se o ponto 2. Ronaldo reconheceu que vai encarar um grande desafio, porque “o Cruzeiro tem uma dívida muito grande. E o futebol brasileiro precisa desta mudança radical para voltar a crescer e ser competitivo. O futebol brasileiro precisa desta revolução na área da gestão”. O novo patrão garantiu estar preparado para “retribuir ao Cruzeiro tudo aquilo que me ofereceu no início da carreira. É arregaçar as mangas e trabalhar duro”. Na Espanha, Ronaldo controla o Valladolid, que foi rebaixado à Segunda Divisão da Espanha neste ano.

Pitaco do Chucky. A vida é bela: ‘terrivelmente evangélico’, André Mendonça colocou a toga, disse meia dúzia de palavras e já entrou de férias, com polpudo café no bule.

‘Sou Corinthians’. O ex-presidente do Corinthians, Andrés ‘Desmanchez’, foi convidado por Ronaldo para comandar a reestruturação da Raposa. Ele colocaria a cartola de CEO (Chief Executive Officer). A informação é do site Meu Timão. A ideia de Ronaldo, que acaba de comprar o clube mineiro por R$ 400 milhões, seria a de colocar Andrés para tomar conta do futebol. Ao ser questionado sobre o convite, o dirigente limitou-se a responder que “sou amigo do Ronaldo, todo mundo sabe disso. Sempre estarei pronto para ajudá-lo, mas eu sou Corinthians.”

Zé Corneta. Apenas um detalhe separa Cavani do Corinthians: o salário de R$ 3 milhões.

Olha o passarinho! Muito mais que perder o emprego no escritório em que trabalhava por ter atirado um copo de cerveja no empresário bolsonarista Luciano Hang, o advogado Eduardo Alves deve lamentar o desperdício da ‘loura’. O dono da rede de lojas Havan foi homenageado enquanto cantava com torcedores do Furacão na ecisão da Copa do Brasil, contra o Galo bico de ouro, em Curitiba. Alves afirmou ter jogado o copo por causa do comportamento negacionista do empresário durante a pandemia. A Havan é uma das patrocinadoras do time paranaense.

Sugismundo Freud. Pare de falar e comece a fazer.

Super-homem. Bicampeão olímpico, o levantador de peso da Geórgia Lasha Talakhadze deu show no Mundial de Tashkent, no Uzbequistão. Sagrou-se pentacampeão na categoria acima de 109kg com três recordes mundiais na final. Lasha, que já detinha as principais marcas, levantou 225kg no arranco, 267kg no arremesso e 492kg no total. Varazdat Lalayan, da Armênia, ficou em segundo com 457kg, e o também georgiano Gor Minasyan, fechou o pódio com 448kg. Lasha não perde uma competição desde 2012.

Boca de urna. Doria, o Trumpinho da Paulicéia, quer distância de Lula. Bingo: pesquisa aponta Lula com 48%, contra 4% de Doria.

Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha:  “A intolerância e a radicalização da sociedade brasileira atingem também o futebol. Precisamos de diversidade, de cidadãos, políticos, jogadores e treinadores com opiniões e condutas diferentes umas das outras, que unam a alma, a seriedade e o talento”. Nocaute.

Caiu na rede. O mundo gira: 1994 – Cruzeiro vende Ronaldo; 2021 – Ronaldo compra o Cruzeiro.

Tititi d’Aline. O esporte bretão sul-americano é mesmo um vulcão de folhetins. Sob o comando da presidente Jenny Montaño, o Independiente Petrolero faturou o título boliviano (ano passado, estava na segundona) com uma vitória sobre o Tigre por 1 a 0 nos acréscimos. O time de Sucre era tão favorito, mas tão favorito, que não havia ninguém da federação no estádio para entregar as medalhas, segundo Leo Lepri, do ‘ge.com’. Nada de desespero: o motorista do delegado da partida foi convocado para distribuir os mimos.

Você sabia que… Jürgen Klopp, técnico do Liverpool, vai exigir comprovante de vacinação contra covid de futuros reforços?

Bola de ouro. Meninas do Tricolor. As soberanas venceram as Sereias da Vila por 3 a 2, na mansão Allianz Parque, e conquistaram a primeira edição da Brasil Ladies Cup, torneio que encerrou a temporada de futebol feminino. Duda, Naná e Thaís garantiram a festa do São Paulo. Brena e Ketlen descontaram para o Peixe. O Tricolor chegou ao caneco com 100% de aproveitamento. Antes de bater o Santos, havia vencido Ferroviária, América de Cali e Saci colorado, todos por 1 a 0.

Bola de latão. Vanderlei. O veterano goleiro de 37 anos flutua numa marola nada convencional no porto de São Januário. Ele atingiu a meta definida em contrato, que determina a renovação automática com o mesmo café no bule, mas deve engrossar o número de tripulantes da barca do clube. Oito jogadores já zarparam de São Januário: Cano, Andrey, Ernando, Zeca, Walber, Romulo, Michel e Léo Jabá. As dispensas receberam aval do novo ‘professor’, Zé Ricardo.

Bola de lixo. Luan. A cartolagem do Corinthians reza dia e noite para São Jorge dar uma força e arrumar um clube interessado no meia de 28 anos, o falso brilhante de R$ 29 milhões (50% dos direitos). O clube topa até emprestar o atleta, desde que o coirmão se comprometa a pagar pelo menos parte do salário de R$ 850 mil – o ludopédio é mesmo uma mãe. Contratado em janeiro de 2020, o ex-gremista disputou 77 jogos (4.413 minutos) com a camisa corintiana. Marcou 11 gols e deu sete assistências. Apenas em salários, Luan já beliscou mais de R$ 20 milhões (R$ 1,85 milhão por gol). O atleta tem contrato até dezembro de 2023.

Bola sete. “A chance da Seleção Brasileira ser campeão da Copa do Mundo de 2022 é maior com Tite do que com qualquer outro treinador, brasileiro ou estrangeiro” (de mestre Cuca, do Galo, na ESPN Brasil – há controvérsias).

Dúvida pertinente. Oscar Schmidt ou Stephen Curry, quem é o verdadeiro mão santa?

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Galo bico de ouro derruba maldição de 18 anos ao conquistar o bi da Copa do Brasil

Estava na cara e no bico da chuteira: só mesmo uma chuva de canivetes poderia evitar a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil pelo melhor time do país, o Galo de ouro. Depois de resolver a parada no primeiro duelo (4 a 0 no Mineirão), o time mineiro só ‘cumpriu tabela’ em Curitiba (34.050 espectadores). Mesmo assim, voltou a vencer: 2 a 1, gols de Keno e Hulk. Janderson descontou na bacia das almas. O Furacão tentou intimidar a equipe mineira nos minutos iniciais do embate, quando trocou o futebol pelo antijogo, na esperança de chegar ao milagre da multiplicação dos gols – precisava ganhar por quatro gols de diferença para decidir o caneco na marca da cal. Fracassou.

No frigir dos ovos, o Galo foi superior e fechou o torneio invicto, com nove triunfos e um empate. Neste ano, superou quatro vezes o Furacão: duas no Brasileirão (2 a 0 no Mineirão e 1 a 0 na Arena) e duas na Copa do Brasil (4 a 0 em BH e 2 a 1 em Curitiba).

Ao faturar o título do Brasileirão e da Copa do Brasil, o Galo de mestre Cuca repetiu o feito da Raposa do ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo em 2003. Apenas os dois conseguiram a dobradinha até hoje. O Galo também foi semifinalista da Libertadores e campeão do Mineirinho. Com o bi (também fez a festa em 2014), o Galo vai acumular R$ 145 milhões em prêmios.

Não se viu bola rolando no início da partida. Muitas faltas e discussões reinaram num espetáculo dantesco, com sua senhoria, o assoprador de latinha Anderson Daronco, mais perdido que formiga em saleiro. O pau comia solto até Daronco chamar os capitães e finalmente se impor como ‘autoridade máxima.

Aos 19, o caldeirão paranaense explodiu. Após cruzamento de Cittadini na direita, Pedro Rocha tocou para a rede. O VAR entrou em ação e indicou mão do atacante. Ducha de água fria e muitas palavras elogiosas da galera para o pessoal do apito.

Cinco minutos depois, silêncio ensurdecedor entre os paranaenses. Em contra-ataque fulminante, Vargas rolou para Zaracho, que encontrou Keno livre na área para finalizar: 1 a 0. Nos últimos quatro jogos, o atacante assinalou cinco tentos. O Furacão sentiu o golpe. O entusiasmo da torcida murchou, e os atleticanos começaram a gritar ‘olé’ em toques de bola de Hulk & Cia. Na reta final, Kayzer deixou o gramado lesionado e chorando. Entrou Vinicius Mingotti.

Com Christian e Fernando Canesin no meio de campo na etapa final, o Furacão foi mais produtivo, embora sem ameaçar para valer o goleiro Everson. O Galo procurou apenas administrar a vantagem e buscar os contragolpes. O Furacão marcou com Mingotti, mas o VAR apontou impedimento milimétrico.

Aos 30, Savarino lançou o incrível Hulk na corrida e, na saída de Santos, o artilheiro deu uma cavadinha: 2 a 0 – 36º gol do atacante na temporada e o oitavo na Copa do Brasil. Hulk repetiu o feito de Gabigol pelo Santos, em 2018, como artilheiro da Copa e do Brasileirão. Nos minutos finais, Jaderson diminuiu. Placar abregado: 6 a 1. Um baile!

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Pitaco do Chucky. Em Paraisópolis e na Rocinha só se fala na PEC dos precatórios. O banquete com osso de boi e carcaça de frango é apenas um detalhe.

Sirene na Fazendinha. O Corinthians confirmou o que todos já sabiam: o meio-campista Paulinho, 33 anos, está de volta. Ele foi recepcionado com muita festa no Parque São Jorge. O jogador chegou de caminhão ao som da tradicional sirene que anuncia um reforço. “Fala, Fiel, Paulinho falando aqui. O guerreiro está de volta, ano que vem o bicho vai pegar. Conto com a presença de vocês e vamos que vamos. Estamos juntos, ótimo fim de ano para vocês”, declarou, em vídeo divulgado nas redes sociais. O atleta assinou por duas temporadas e deverá receber algo em torno de R$ 900 mil mensais. Paulinho retorna após oito anos e meio. É a quinta contratação de peso feita pelo Corinthians. Antes dele, aterrissaram Giuliano, Renato Augusto, Róger Guedes e Willian. Paulinho estava livre no mercado após rápida  passagem pelo Al-Ahli, da Arábia Saudita.

Sirene na Fazendinha 2. Paulinho disputou 167 jogos e marcou 34 gols com a camisa corintiana entre 2010 e 2013. Ganhou a Libertadores e o Mundial em 2012, depois de ter vencido o Brasileirão em 2011. Ele ainda foi campeão paulista em 2013, quando foi negociado ao Tottenham por 20 milhões de euros (R$ 60 milhões na época), antes da disputa da Recopa. Foi campeão da Copa das Confederações com a amarelinha em 2013. Um ano depois foi convocado para a Copa de 2014 pelo ‘sargento’ Felipão. Paulinho também defendeu Guangzhou Evergrande, Barcelona e Al-Ahli. A cartolagem do Corinthians aproveitou o barulho da sirene para anunciar um novo patrocínio: grupo Taunsa, fabricante e fornecedor de produtos e serviços agrícolas, até 2023. O valor do acordo foi mantido em sigilo.O clube deve encerrar 2021 com R$ 100 milhões em receitas de patrocínios.

Zé Corneta. Cartolagem corintiana trata Libertadores com amadorismo: Sylvinho prestigiado.

Gente fina. O garoto Vinicius Júnior está por cima da carne-seca. O atacante do Real Madrid decidiu aplicar o rico dinheirinho na construção de um casebre na Barra da Tijuca. Uma das exigências do jogador de 21 anos: uma boate subterrânea. De acordo com o ‘Extra’, Vini deve investir R$ 20 milhões no refúgio das férias. A casa também terá piscina climatizada, sauna, academia, elevador, adega, salão de jogos e um campinho de futebol. O brasileiro ganha 3,5 milhões de euros (R$ 22,2 milhões) por temporada. Vini tem contrato até junho de 2024, mas o Real pretende antecipar a renovação. Estaria disposto a pagar 10 milhões de euros (R$ 63,5 milhões) por ano. “Ele é hoje, possivelmente, o melhor jogador do mundo”, informou o jornal espanhol ‘Marca’. Nesta temporada, assinalou 12 gols e deu sete assistências em 23 jogos.

Sugismundo Freud. Os líderes pensam e falam sobre soluções; os seguidores pensam e falam sobre problemas.

Mãos de ouro. O ‘baixinho’ Stephen Curry segue conquistando façanhas na NBA. Na vitória do Golden State Wartiors sobre o New York Knicks por 105 a 96, no Madison Square Garden, Curry bateu o recorde de bolas de três pontos convertidas. A fera cravou a marca de 2.974 cestas no primeiro quarto da partida, superando Ray Allen, que era o bambambã com 2.973. Foram três tentativas até chegar ao recorde. Curry converteu a primeira, falhou na segunda e levou a torcida ao delírio na terceira. Foi parabenizado por companheiros e adversários. Em seguida, pegou a bola histórica e entregou para o pai, Dell Curry, ex-jogador e ídolo do Charlotte Hornets. Depois, ganhou um forte abraço de Ray Allen, que detinha o recorde desde fevereiro de 2011.
No jogo contra o Knicks, Curry converteu cinco arremessos de três em 14 tentativas e marcou 22 pontos.

Mãos de ouro 2. O armador do Golden State Warriors atingiu a marca com 789 jogos na temporada regular, contra 1300 de Ray Allen, que brilhou por Milwaukee Bucks, Boston Celtics e Miami Heat e hoje pertence ao Hall da Fama do basquete. “Acabei de pousar em Dallas para ver Stephen Curry quebrar o recorde e, para torná-lo ainda maior, ele fez isso no Garden! Parabéns, irmão! Incrível!”, escreveu LeBron no Twitter. Aos 33 anos, Curry está no caminho para levar seu terceiro troféu de MVP (Jogador Mais Valioso) da NBA para casa. Ele converteu bolas de três pontos por 152 jogos consecutivos, uma marca que começou em 1º de dezembro de 2018. O recorde é de 157 partidas e é dele mesmo, de 13 de novembro de 2014 a 3 de novembro de 2016. Em agosto, Curry renovou contrato por quatro anos pela bagatela de US$ 215 milhões (R$ 1,2 bilhão).

Café no bule. A ‘titia’ Leila Crefisa, que assumiu a presidência do Palmeiras, ofereceu R$ 1,5 milhão por mês, livre de imposto, para o gajo Abel Ferreira permanecer na casamata até dezembro de 2022, o dobro do que ele embolsa atualmente.

Raio X. O Brasileirão deste ano teve 174 triunfos de mandantes (46%) e 93 de visitantes (24%). Aconteceram 113 empates (30%). Em 380 duelos, a rede balançou 842 vezes (2,22 de média por partida). Placar mais comum: 1 a 0 em 59 partidas. Jogos com menos de três gols: 230 (61%); com três ou mais gols: 150 (39%). Público pagante: 2.080.741 espectadores (14.252 de média). Renda líquida: R$ 49.129.525,25 (R$ 336.503,60 de média). Renda bruta: R$ 94.117.051,20 (R$ 644.637,34 de média). Leandro Vuaden, com 20 partidas, foi quem mais apitou. O Saci colorado reinou entre os cartões, com 107 amarelos e 10 vermelhos. Artilheiro: incrível Hulk, com 19 gols. Maior garçom: Gustavo Scarpa, com 13 assistências. O goleiro são-paulino Tiago Volpi liderou o ranking de serviços prestados, com 3.420 minutos em campo.

Tiro livre. Esporte bretão, urgente: sai a mala branca, entra o Pix.

Fraldinha. O CT de Cotia é realmente uma usina de moleques bons de bola no soberano São Paulo: Azeez Olalekan Balogun, atacante nigeriano de 18 anos, vai reforçar o time sub-20, treinado por Alex. O jovem chega por empréstimo até 30 de junho de 2022. Se for aprovado, será contratado por US$ 100 mil (R$ 563 mil).

Gilete press. De Juca Kfouri, no Uol: “Negar a Vojvoda o título de treinador do ano tem apenas duas explicações: a praxe preguiçosa e confortável de conceder a honraria ao profissional campeão é uma delas; a outra se deve a dois preconceitos, contra os nordestinos e contra os estrangeiros, nesta ordem (…) Vojvoda não recorre a métodos extrafutebol, às superstições, ou demagogias do tipo camisetas com imagens sacras, embora vestidas por quem tenha cometido violência inominável contra mulher sem nem sequer até hoje ter pedido desculpas. Pode parecer intransigência, e é. Porque parece incrível verificar como os mesmos que fazem campanhas denunciando assédio são capazes de passar por cima de fatos passados, como se o tempo os apagasse, e enaltecer qualidades do agressor. É o rouba mas faz em novo formato, estuprou mas não matou e foi campeão de futebol. Viva!” Nocaute.

Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Atlético-MG é campeão e mantém média de um título brasileiro por século.

Tititi d’Aline. O holandês Max Verstappen deve ganhar um belo reajuste salarial após a conquista do primeiro título mundial de Fórmula 1. O namorado de Kelly Piquet, filha do tricampeão Nelson Piquet, embolsa 23 milhões de euros (R$ 145 milhões) por temporada, mais bônus por desempenho. O inglês Lewis Hamilton fatura 49 milhões de euros (R$ 311 milhões) por ano na Mercedes. Se tivesse levantado a oitava taça, beliscaria um prêmio de 4 milhões de euros (R$ 25 milhões), informou a ‘Forbes’. Hamilton ainda reforça a poupança com 10 milhões de euros (R$ 63 milhões) em publicidade, 10 vezes mais que o holandês.

Você sabia que… o rebaixado Grêmio decidiu não renovar os contratos de Diego Souza (24 gols em 51 jogos), Rafinha e Cortez?

Bola de ouro. Everson, Mariano, Réver, Igor Rabello, Junior Alonso, Guilherme Arana, Allan, Jair, Tchê Tchê, Zaracho, Savarino, Keno, Calebe, Hulk, Eduardo Sasha, Vargas, Nacho Fernández e mestre Cuca. Bicampeões da Copa do Brasil. Heróis de uma galera ensandecida com a conquista dos dois principais campeonatos do país – também faturaram o Brasileirão.

Bola de latão. Diego Aguirre. Fim de temporada memorável: um dia após ser preterido pela seleção do Uruguai, o ‘professor’ foi convidado para um bate-papo no RH do Saci colorado. Contratado em junho, Diego Aguirre deixa a casamata do time gaúcho com 42% de aproveitamento – 35 jogos, 11 vitórias, 12 empates, 12 pauladas, 38 gols pró e 33 contra. Na corrida para substituir Óscar Tabarez na Celeste, Diego Aguirre perdeu o cargo para Diego Alonso, 46 anos, que estava sem clube desde a saída do Inter Miami, dos Estados Unidos, no início do ano. Tabarez foi demitido em novembro, após quatro derrotas seguidas que deixaram o Uruguai na sétima posição das eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, em 2022.

Bola de lixo. Vândalos paranaenses. Apedrejaram os ônibus do Galo na chegada à Arena da Baixada. Atiraram pedras, paus, copos e outros objetos nos três veículos. Quebraram várias janelas. Ninguém ficou ferido. Em sinal de protesto, mestre Cuca não deu entrevistas antes da partida contra o Furacão. No jogo pelo segundo turno do Brasileirão, anjinhos organizados pelo diabo das duas equipes brigaram no estádio. Uma das facções do Galo foi alvo de um ataque em Curitiba, na manhã desta quarta-feira. Os torcedores mineiros registraram boletim de ocorrência na Polícia Militar.

Bola sete. “Assim como ocorre com os atletas e em todas as profissões, os treinadores de todo o mundo costumam ser ambiciosos, vaidosos, autossuficientes. A ambição no esporte, desde que se respeite o outro e não seja descabida, é frequente nas grandes estrelas” (do pequeno grande Tostão, na Folha – no alvo).

Dúvida pertinente. Grêmio, Vasco, Bahêa, Sport, Raposa e Guarani: quem voltará à elite em 2022?

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Galo bico de ouro dá show, goleia Furacão e coloca mais uma faixa de bicampeão no peito

‘É bicampeão, é bicampeão…’ A torcida do Galo bico de ouro está em estado de graça. Depois da conquista do segundo título brasileiro, quando implodiu um jejum de 50 anos, o time só perderá o caneco da Copa do Brasil se chover duende na segunda partida, quarta-feira, em Curitiba. O Galo amassou o Furacão no primeiro confronto das finais. Goleou por 4 a 0, no Mineirão, maior placar do jogo de ida do torneio, que é disputado desde 1989. O Furacão precisa apenas vencer por quatro gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Mamão com açúcar. Hulk (o melhor em campo), Keno e Vargas, duas vezes, garantiram o massacre e os gritos de ‘olé’ e ‘bicampeão’ (o Galo faturou a taça em 2914).

Com marcação alta e pressionando a saída de bola de um Furacão absolutamente acovardado, o Galo atropelou desde o início da partida. Envolveu os paranaenses com muita intensidade. Não perdeu o pique mesmo depois da saída de Diego Costa, lesionado, no começo de jogo.

O Galo abriu o placar aos 20, com o incrível Hulk cobrando pênalti – sétimo gol do atacante no torneio. Zaracho cruzou, a bola tocou no braço de Léo Cittadini e sua senhoria, o assoprador de latinha carioca Bruno Arleu de Araújo, apontou a marca da cal. Os paranaenses reclamaram muito. Não adiantou: 1 a 0. O Galo não diminuiu o ritmo e Keno aumentou o placar com um chute de fora da área, aos 34. Apenas na bacia das almas da fase inicial o goleiro atleticano Everson teve de mostrar serviço em cobrança de falta de Terans.

O Furacão voltou um pouco mais ousado para o segundo tempo, mas logo sucumbiu à voracidade do Galo nos contragolpes. Aos 10, Thiago Heleno errou na saída de bola, Hulk dominou e arrematou. O goleiro Santos deu rebote e Vargas completou para a rede: 3 a 0. O time paranaense ficou grogue, mais perdido que chinelo de bêbado.

Aos 23, o chileno nocauteou o Furacão após tabela entre Hulk e Nacho: 4 a 0. Apesar da grande vantagem no marcador, o Galo não se acomodou. E aos 42, com a torcida gritando ‘olé’ e ‘bicampeão’, por muito pouco Hulk não marcou um gol de placa. Ele pegou a bola no meio de campo, deixou dois zagueiros na saudade e tocou por cima na saída de Santos.

Hulk foi a grande estrela do jogo com um gol, uma assistência e participação direta em outro. Ao abrir o placar no Mineirão, o camisa 7 assumiu a artilharia isolada do Brasil nesta temporada. Acumula agora 35 gols, contra 34 de Gabigol.

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Pitaco do Chucky. Festa do amigo oculto em Brasília: governo autoriza liberação de R$ 118 milhões em emendas secretas do orçamento aos parlamentares da base. Jingle bells!

Campeão de audiência. O Corinthians receberá um robusto presente de Natal da plim plim. O clube pintou na telinha em 15 jogos do Brasileirão e receberá R$ 18 milhões, ou R$ 1,2 milhão por embate na TV aberta. Lidera o ranking do Papai Noel da Vênus Platinada. Em segundo aparece o Fluminense com 14 confrontos e R$16,8 milhões. Dono da maior torcida do país, o Flamengo pinta apenas em terceiro. De acordo com o Noticias da TV, no Uol, o Urubu voou 12 vezes na telinha e beliscará R$ 14,4 milhões. Depois aparecem Galo, Palmeiras e soberano São Paulo com 11 confrontos. Cada um ganhará R$ 13,2 milhões. A plim plim mostrou 77 jogos e dividirá R$ 180 milhões com as equipes. No total, investirá R$ 500 milhões. Além da fatia por duelo exibido, pagará 30% por posição na tabela e 40% divididos em comunhão de bens.

Zé Corneta. Lei Rouanet em ação: secretaria de Cultura, comandada pelo ilibado Mario Frias, contrata sem licitação, por R$ 3,6 milhões, empresa sem funcionários ou sede física, para prestar serviços de conservação do Centro Técnico Audiovisual, no Rio.

Bandeirada. O holandês Max Verstappen, da Red Bull, é o novo rei da Fórmula 1. Ele superou o inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, na última volta do GP de Abu Dhabi e conquistou pela primeira vez o título mundial. Verstappen largou na pole position, mas perdeu a liderança para Hamilton no começo da corrida. O holandês chegou a tocar no rival na curva 1 e contou com um safety car, acionado por Nicholas Latifi no fim da prova, para se aproximar do inglês e superá-lo no 58º giro. Carlos Sainz completou o pódio, em terceiro. Revezando-se na liderança do campeonato ao longo da temporada, eles chegaram ao circuito de Yas Marina empatados em 369,5 pontos. Com o triunfo e a volta mais rápida, Verstappen anotou mais 26 pontos e atingiu 395,5, oito a mais que Hamilton. Apesar de perder o campeonato de pilotos, a Mercedes garantiu o oitavo título de construtores: 613,5 pontos contra 585,5 da Red Bull.

Sugismundo Freud. A liderança é testada numa crise.

Troca-troca. Apenas cinco times driblaram a dança das cadeiras e terminaram o Brasileirão com os mesmo ‘professores’: Galo – Cuca; Palmeiras – Abel Ferreira; Fortaleza – Juan Pablo Vojvoda; Bragantino – Maurício Barbieri; Corinthians – Sylvinho. Por uma daquelas incríveis coincidências que só os deuses da bola poderiam explicar, os cinco estão entre os seis primeiros colocados do campeonato. Apenas o Flamengo mudou o comando na turma do G6 (Rogério Ceni/Renato Gaúcho/Maurício Souza). Ao longo do Brasileirão houve 21 trocas, a segunda menor da história (20 em 2012).

Tiro livre. André Mendonça no STF: glória a Deus ou a Messias?

Raio X paulista. Os magnânimos representantes do esporte bretão de São Paulo fecharam a briga com as equipes de outros centros com 58 vitórias, 47 derrotas e 47 pauladas em 152 confrontos do Brasileirão. Palmeiras, Corinthians, Bragantino, Peixe e soberano Tricolor conquistaram 221 pontos em 456 possíveis. A grande decepção do quinteto foi o São Paulo: 13º, com 48 pontos. A surpresa: o Corinthians, quinto colocado, com 57 pontos, graças ao apoio da Fiel na volta da galera ao Itaquerão, minha casa, minha vida – no returno, o time não ganhou nenhum jogo como visitante (empatou três e perdeu seis). Apesar dos protestos da torcida, a cartolagem corintiana confirmou ‘little Sylvio’ como treinador em 2022.

Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil‘). ‘Arerê, o Grêmio vai jogar a série B’ já é a música mais tocada no Brasil.

Tetra no saque. Se com os pés a Raposa foi uma grande decepção mesmo jogando na série B, com as mãos é garantia de show e conquistas. A equipe mineira cortou o badalado Civitanova, da Itália, por 3 sets a 0 e faturou o Mundial de clubes de vôlei masculino pela quarta vez. O grito de ‘é tetra’ saiu no ginásio Divino Braga, em Betim, após as parciais de 25/17, 25/22 e 25/23. Com o apoio da galera, o Sada Cruzeiro venceu quatro jogos e perdeu apenas um set. O time enfileirou vitórias sobre Shirjan Foorlad (campeão asiático), Trentino (vice-campeão europeu), Natal (bicampeão brasileiro) e Civitanova (campeão europeu). A seleção do Mundial: ponteiros – López (Cruzeiro) e Michieletto (Trentino); centrais – Otávio (Cruzeiro) e Simon (Civitanova); levantador – Cachopa (Cruzeiro); oposto – Wallace (Cruzeiro); craque do torneio – López (Cruzeiro).

Gilete press. Do atacante Luis Fabiano, 41 anos, em vídeo nas redes sociais: “Chegou a hora! Nos últimos quatro anos, eu lutei muito contra o meu corpo para voltar a fazer o que mais gosto. Foram muitas horas de tratamento, treinamento, fortalecimento, cirurgias, que foram duas, mas essa batalha eu não venci. As dores e circunstâncias em que vivemos, em meio a uma pandemia, não me permitiram voltar aos campos da forma que eu imaginava. O tempo me fez refletir muito, e hoje vejo que tudo aconteceu da forma que tinha que ser. Tenho muito orgulho da trajetória que construí como jogador de futebol.” Um fabuloso goleador por onde passou: Ponte, soberano São Paulo, Rennes, Porto, Sevilla, Tianjin Quanjian, Vasco e amarelinha desbotada.

Tititi d’Aline. Enquanto o Galo bom de bico voa apoiado nas asas de quatro empresários, a Raposa corre apenas com o café no bule de Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH. Só nesta temporada, garantiu R$ 17 milhões. No meio do ano, liberou R$ 8 milhões em troca da extensão do contrato de patrocínio master até 2023; em outubro, assinou um cheque de R$ 9 milhões e receberá como recompensa o aluguel da sede do Barro Preto por uma década. Em 2020, a Raposa devia R$ 49 milhões a Pedrinho e ao Supermercados BH. O empresário é aclamado pela galera como um semideus.

Você sabia que… o finlandês Kimi Raikkonen, campeão mundial pela Ferrari em 2007, despediu-se da Fórmula 1 após 349 GPs e será substituído pelo compatriota Valtteri Bottas na Alfa Romeo?

Bola de ouro. Klaus e Orlando. O zagueiro e o massagista do Ceará roubaram a cena na entrega dos prêmios do Brasileirão. Sob imensuráveis aplausos, a dupla recebeu o troféu ‘Não é só Futebol’ desta temporada. A história de Klaus e Orlando daria um best  seller. O jogador ensinou o massagista a ler nos momentos de folga da equipe. “Não sou merecedor de tanta honra. O Klaus tem sido uma bênção na minha vida”, afirmou Orlando. “É gratificante poder mudar a vida das pessoas que estão com a gente. Às vezes a gente está naquela loucura dos pontos, da quarta e do domingo, e não lembra do ser humano, das pessoas que estão lá com a gente todo dia”, disse Klaus.

Bola de latão. Mercedes. Tentou ganhar o título no tapetão, depois de levar um banho tático da Red Bull no GP de Abu Dhabi. Os comissários da prova deram uma banana aos dois protestos da equipe de Lewis Hamilton e confirmaram o título de Max Verstappen. O piloto holandês foi acusado de quebrar o Artigo 48.8 do Regulamento da Fórmula 1, que proíbe ultrapassagens com o safety car na pista. A Mercedes também condenou o procedimento adotado pela direção de prova na saída do carro de segurança. Os dois pedidos foram para o arquivo de coisas inúteis.

Bola de lixo. Alberto Valentim. O ‘professor’ armou um time covarde e levou um baile do Galo bom de bico. O Furacão foi dominado desde o apito inicial no Mineirão. Pela primeira vez na história uma equipe toma quatro gols numa final de Copa do Brasil. Em nenhum momento o Furacão de Valentim mostrou raça e espírito copeiro. Não passou de uma brisinha mambembe, um ventinho sem-vergonha. Pelos valores que possui, o Furacão tinha condições de oferecer muito mais.

Bola sete. “Há mais de 20 anos, critico a exagerada e precipitada valorização, no Brasil, dos jovens promissores, habilidosos e dribladores, que atuam pelas pontas. Enquanto isso, esquecem, há décadas, da formação de meio-campistas, construtores, pensadores e de ótimo passe. São eles a alma, o corpo e o cérebro de uma equipe” (do pequeno grande Tostão, na Folha – bingo).

Dúvida pertinente. Furacão x Galo, quarta-feira: decisão ou jogo das faixas?

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Imortal Grêmio e Bahêa degolados; Palmeiras, Corinthians e Braga na Libertadores

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos… menos Grêmio, Bahêa, Sport e Chapecoense, o glorioso time de rebaixados do Brasileirão 2021. Galo, Flamengo, Palmeiras, Fortaleza, Corinthians e Bragantino, os seis primeiros colocados do campeonato, garantiram vaga na fase de grupos da Libertadores, enquanto Fluminense (sétimo) e Coelho (oitavo) participarão da pré-Libertadores. O Furacão (14°) entrará como campeão da Sul-americana. Já Dragão (nono), Peixe (10°), Ceará (11°), Saci colorado (12°), soberano São Paulo (13°) e Cuiabá (15°) lutarão na Sul-americana. Apenas o Juventude, 16ª colocação, não arrumou uma boquinha.

A queda de Sport e Chape estava consumada havia algumas jornadas. Já o imortal Grêmio e o Bahêa morreram na 38ª e última rodada. O Grêmio venceu os reservas do campeão Galo por 4 a 3, em Porto Alegre, mas não conseguiu escapar da degola porque o Juventude derrotou o Corinthians por 1 a 0, em Caxias do Sul. Chegou a 43 pontos contra 46 do coirmão gaúcho.

O Bahêa, por sua vez, perdeu para o Fortaleza por 2 a 1, de virada, no Castelão. E fechou a disputa em 18° lugar, com o mesmo número de pontos do Grêmio, 17°. O Sport empatou em 1 a 1 com o Furacão, no Recife, e terminou em 19°, com 38. Derrotada pelo Fluminense por 3 a 0, no ‘new Maraca’, a lanterna Chape faturou apenas 15 pontos (13,15% de aproveitamento), pior campanha da história dos pontos corridos, iniciada em 2003. A equipe ganhou uma partida, contra o Red Bull Bragantino, na 20ª rodada. O ‘Troféu Perna de Pau’ estava em poder do América de Natal, com 17 pontos, em 2007.

O Grêmio enfrentará a segundona pela terceira vez. Também caiu em 1991 e 2004. Entre os 12 maiores clubes do Brasil, a marca negativa só não supera a do Vasco, que foi rebaixado quatro vezes.

Dos grandes paulistas, somente a garotada do Palmeiras conquistou os três pontos: 1 a 0 no Ceará. O Corinthians, sem Willian, Róger Guedes e Renato Augusto, dançou diante do Juventude (1 a 0) e terminou a temporada com uma marca histórica: nenhuma vitória no returno como visitante – seis pauladas e três empates. O soberano Tricolor apanhou do Coelho por 2 a 0, em BH, e o Peixe ficou no 1 a 1 com o Cuiabá, no aquário da Vila Belmiro.

Outros resultados: Dragão 2 x 0 Flamengo, Fluminense 3 x 0 Chape, Fortaleza 2 x 1 Bahêa, Grêmio 4 x 3 Galo, Bragantino 1 x 0 Saci colorado e Sport 1 x 1 Furacão.

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Pitaco do Chucky. Brasil acima de tudo: salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 5.969,17 – informa o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ou seja, seis vezes mais que o atual.

Olho da rua. Acusado de agredir uma mulher, o atacante Clayson teve o contrato rescindido pelo Cuiabá e será devolvido ao Bahêa. O ex-corintiano confirmou a covardia. O nome do meio-campista Rafael Gava também figura no Boletim de Ocorrência, mas Clayson garantiu ao clube que o companheiro não estava envolvido no escândalo. O atacante deixou a concentração do Cuiabá em Santos, horas antes da partida com o Peixe, pela última rodada do Brasileirão. Quanto a Gava, os cartolas vão esperar pela conclusão das investigações. O Cuiabá distribuiu nota informando que Clayson confirmou a condenável atitude extracampo e por isso encerrou o contrato do atleta. O clube disse ainda que repudia “toda e qualquer forma de violência e de assédio, especialmente contra as mulheres”.

Olho da rua 2. De acordo com a PM, uma mulher de 22 anos foi internada no Hospital Municipal de Cuiabá, terça-feira, com ferimentos depois de ter sofrido agressões em um motel. Em seguida, tentou se matar. Ela disse que estava com três homens e duas mulheres. Em determinado momento, Clayson teria quebrado uma garrafa e agredido a mulher. Pouco depois, pegou um carro de aplicativo e foi para um hotel, quando  tentou o suicídio, cortando o pescoço com o caco de uma garrafa e tomando comprimidos para depressão.

Zé Corneta. E o Picolé de Chuchu nunca foi tão disputado para ser degustado na boca de urna.

Herança maldita. Depois de meio século na fila do gargarejo, o Galo finalmente soltou o grito de campeão brasileiro e passou o bastão ao Saci colorado, que agora lidera o ranking do jejum com 41 anos sem título do principal campeonato do país. A lista da esperança para 2022:

Saci colorado – 41 anos
Coxa – 35 anos
Botafogo – 25 anos
Furacão – 19 anos
Peixe – 16 anos
São Paulo – 12 anos
Fluminense – 8 anos
Raposa – 6 anos
Corinthians – 3 anos
Palmeiras – 2 anos

Sugismundo Freud. Não sinta falta, faça falta.

Recado a Cuca. Após a conquista do bicampeonato brasileiro, com uma virada histórica sobre o Bahêa, em Salvador, mestre Cuca confessou, mostrando o símbolo do Galo: “Meu sonho era tirar essa estrela, colocar ela para o lado e acrescentar outra aqui. Agora, a gente tem duas.” Dito e nada feito! O clube não incluirá a segunda estrela no escudo oficial. Reinará apenas a amarela do título de 1971. A decisão já foi tomada pela cartolagem. E não se fala mais nisso, garante o diretor de comunicação André Lamounier. “É algo que não está em discussão.” O enxoval só pode sofrer modificação se o Conselho Deliberativo aprovar.

Tiro livre. O Palmeiras vai brigar pelo bicampeonato mundial ou por uma taça inédita?

Boquinha garantida. A amarelinha desbotada tem mais um titular garantidaço na Copa do Catar, em 2022, além do ‘menino Ney’: Alisson. A prova dos nove nunca foi tão fácil: Taffarel, 55 anos, foi contratado como o novo treinador de goleiros do Liverpool, mesma função que exerce na comissão técnica de ‘TiteTok’. A última vez que o tetracampeão mundial ocupou a função em uma equipe foi no Galatasaray, da Turquia, em 2019. O Liverpool tem outro goleiro brasileiro, Marcelo Pitaluga, também revelado no Saci colorado. Éderson, do Manchester City, e Weverton, do Palmeiras, brigarão pelo direito de ser o primeiro reserva, a menos que Alisson inaugure uma avícola

Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Aleluia! Finalmente, Atlético-MG encontra a chave da sala de troféus perdida há 50 anos.

Xeque-mate. Os organizadores do Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da próxima temporada, garantiram que apenas os tenistas vacinados contra a covid-19 poderão disputar o torneio. A bolinha vai rolar entre 17 e 30 de janeiro, em Melbourne. Maior campeão da história da competição, Novak Djokovic ficará fora de combate se continuar resistindo à imunização. Atual número 1 do ranking, o sérvio já foi informado que não deve nem aparecer na terra do canguru sem o passaporte da vacina.

Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Salve o Palmeiras, campeão da Libertadores. Além da qualidade individual e coletiva, é uma equipe vibrante, disciplinada, que corre atrás do que é planejado. Abel Ferreira construiu um ambiente de solidariedade entre os atletas. Assim deveria ser o mundo, com vacinas para os mais pobres, como os da África. A consciência humana não pode ser somente de si. É também do outro. O futebol é a soma de qualidades individuais, coletivas, físicas e emocionais, da estratégia dos treinadores e dos imprevistos.” Bingo.

Tititi d’Aline. A dispensa dos ‘vovôs’ Felipe Melo, 38 anos, e Jailson, 40, anunciados pelo Palmeiras no último dia de trabalho e comemorações pelo bi da Libertadores, foi uma vitória do executivo Anderson Barros. Enquanto boa parte de conselheiros e torcedores defendia a renovação de contrato dos jogadores, Barros sempre se mostrou contrário à permanência do pitbull e do goleiro por entender que o clube deveria prestigiar Danilo, Patrick de Paula, Gabriel Menino e Vinícius Silvestre. A recomendação foi encampada pela nova presidente, a ‘titia’ Leila Crefisa.

Você sabia que… o Villarreal derrotou a Atalanta por 3 a 2, em Bérgamo, e conquistou a última vaga para o mata-mata da Champions?

Bola de ouro. Racing. O clube argentino marcou um gol de placa na última terça ao homenagear 45 torcedores da equipe desaparecidos e assassinados durante a última ditadura argentina (1976-1983). O Racing a eles o status de sócios. A ideia partiu de cinco associados, entre os quais o jornalista e escritor Carlos Ulanovsky e o ator Osvaldo Santoro. A investigação foi realizada ao longo deste ano no arquivo histórico do Racing. A pesquisa encontrou formulários de inscrição que permitiram a descoberta de inúmeros casos de pessoas “que foram sequestradas e assassinadas durante a ditadura”. As carteirinhas de sócio serão entregues aos familiares. Além do Racing, Boca Juniors e River Plate também já prestaram homenagens a torcedores vítimas da ditadura argentina, que deixou 30 mil desaparecidos.

Bola de latão. São Paulo. O soberano precisa vender com urgência alguns jogadores para não atolar num tsunami financeiro. O diagnóstico é do Conselho Fiscal. No balancete de setembro, a cruel realidade: o clube já acumula um déficit de R$ 71 milhões nesta temporada. Os números indicam que o Tricolor obteve boas receitas, como as de direitos de TV (R$ 190 milhões) e publicidade (R$ 15,5 milhões), mas naufragou na negociação de atletas. A cartolagem esperava faturar R$ 145 milhões até o início de outubro, porém só abocanhou R$ 76 milhões. O chefão Júlio ‘Instagram’ Casares quebra a cabeça para saldar parte de uma dívida que supera R$ 680 milhões. Gabriel Sara é o bola da vez para ser negociado. Também haverá uma vassourada no elenco.

Bola de lixo. Joshua Kimmich. Um dos cinco jogadores do Bayern de Munique que se recusaram a tomar vacina, o volante testou positivo para covid-19, passou por quarentena, mas desenvolveu sequelas e só poderá jogar novamente em janeiro. Devido a problemas respiratórios, Kimmich não suporta o ritmo de treinamento. O jogador perderá os confrontos contra Mainz 05, Stuttgart e Wolfsburg pela Bundesliga. Kimmich também desfalcou a seleção alemã no último jogo das eliminatórias por testar positivo para a covid.

Bola sete. “Vamos transformar o Atlético no maior time da América Latina tanto dentro como fora de campo” (a promessa é do presidente Sérgio Coelho, abençoado pelos empresários Rubens e Rafael Menin (MRV), Ricardo Guimarães (Banco BMG) e Renato Salvador (Hospital Materdei), os ‘4 Rs’ que investiram mais de R$ 250 milhões em reforços para levar o Galo ao bi).

Dúvida pertinente. Corinthians deve apostar em ‘little Sylvio’ na Libertadores?

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Benfica garante classificação na Champions e Jesus deixa Flamengo a ver navios

As preces da torcida do Flamengo foram muitas, mas deram chabu. O Benfica carimbou uma vaga nas oitavas de final da Champions e Jorge Jesus permanecerá no casamata do time português pelo menos até fevereiro, quando começará o mata-mata do maior campeonato interclubes do planeta. O Benfica se classificou no grupo E ao derrotar o Dínamo de Kiev por 2 a 0, gols de Yaremchuck e Gilberto, ex-lateral do Fluminense, no estádio da Luz, em Lisboa.

O time de Jesus contou ainda com o apoio do coirmão Bayern de Munique, que amassou o Barcelona por 3 a 0, em Munique. O Benfica terminou em segundo lugar da chave, com oito pontos, um a mais que o Barcelona. Os alemães fecharam a fase de classificação com 100% de aproveitamento: 18 pontos em seis confrontos. O Dínamo faturou apenas um ponto e se despediu com a lanterna.

Jesus ficou no bico da cegonha sem asas depois da paulada que o Benfica tomou do Sporting por 3 a 1, em casa, pelo Campeonato Português. Os torcedores vaiaram o ‘Mister’ e acenaram com lenços brancos na arquibancada, gesto de adeus. Nas redes socais, explodiu um site para ‘devolver Jesus ao Flamengo’. A prova de fogo era o embate com o Dínamo e a vaga nas oitavas da Champions. O patrício Carlos Carvalhal é agora o bola da vez no ninho do Urubu. O hermano Marcelo Gallardo, que também estava nos planos, renovou com o River Plate.

Em Munique, o Barcelona de Xavi foi uma presa fácil para o Bayern de Munique: 3 a 0, gols de Thomas Müller, Sané e Musiala. Havia 21 anos que o time espanhol não era eliminado na fase de grupos da Champions. A última vez havia acontecido na edição 2000/01. Ao longo da história, a equipe catalã participou de 25 mata-matas em 29 possíveis. Em 2019/20, o Barça levou um surra épica do Bayern de Munique (8 a 2, jogo único) e caiu nas quartas de final. No torneio de 2020/21, tombou nas oitavas diante do PSG.

A última vaga para as oitavas será decidida nesta quinta, entre Atalanta e Villarreal. O jogo seria na quarta, mas foi adiado por causa da neve em Bérgamo. O sorteio dos jogos será na próxima segunda.

Os vencedores de cada grupo estarão no pote 1: Ajax, Bayern de Munique, Juventus, Lille, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Real Madrid. No pote 2, os segundos colocada: Atalanta ou Villarreal, Atlético de Madrid, Benfica, Chelsea, Inter de Milão, Paris Saint-Germain, RB Salzburg e Sporting. Times do mesmo país não se enfrentam nas oitavas, nem as equipes que estavam no mesmo grupo.

De acordo com o novo regulamento, gol fora de casa não vale mais como critério desempate. Se houver igualdade no placar agregado das duas partidas, a decisão vai para a prorrogação e pênaltis. Os jogos de ida das oitavas serão em 15, 16, 22 e 23 de fevereiro; as partidas de volta, em 8, 9, 15 e 16 de março. A decisão da Champions será em 28 de maio, na Arena Zenit, em São Petersburgo, na Rússia.

Resultados da sexta e última rodada: grupo A – RB Leipzig 2 x 1 Manchester City e PSG 4 x 1 Club Brugge; B – Milan 1 x 2 Luverpool e Porto 1 x 3 Atlético de Madrid; C – Ajax 4 x 2 Sporting e Borussia Dortmund 5 x 0 Besiktas; D – Real Madrid 2 x 0 Inter de Milão e Shakhtar Donetsk 1 x 1 Sheriff; E – Benfica 2 x 0 Dínamo de Kiev e Bayern 3 x 0 Barcelona; F – Manchester United 1 x 1 Young Boys e Atalanta x Villarreal (adiado para esta quinta); G – Wolfsburg 1 x 3 Lille e RB Salzburg 1 x 0 Sevilla; H – Zenit 3 x 3 Chelsea e Juventus 1 x 0 Malmö.

Corinthians tricampeão

Com recorde de público em jogos entre clubes do futebol feminino (30.077 torcedores), o Corinthians venceu o São Paulo por 3 a 1, no Itaquerão, minha casa minha vida, envelopado como Neo Química Arena, e faturou o tricampeonato paulista. As ‘minas’ fecharam a temporada com a tríplice coroa: Brasileiro, Libertadores e estadual. Adriana garantiu a festa aos 45 minutos do segundo tempo. A Fiel foi à loucura com o papa-títulos da Zona Leste.

O Corinthians precisava vencer por dois gols de diferença porque perdera o primeiro duelo por 1 a 0, no Morumbi. O Tricolor dependia apenas de um empate. Se o time corintiano ganhasse por um gol de vantagem, o caneco seria decidido nos pênaltis.

No embalo da galera, o Corinthians pressionou o São Paulo desde o início e abriu 2 a 0 com Gabi Zanotti. Na bacia das almas do primeiro tempo, a goleira Natascha falhou na saída de bola, Naná não perdoou e diminuiu para o Tricolor.

O equilíbrio predominou na etapa final. O São Paulo quase empatou com Gláucia. Após escanteio, a atacante cabeceou na trave. A torcida já se preparava para viver os pênaltis quando o Corinthians armou um contragolpe sensacional. Aos 45, Poliana recebeu na direita e cruzou. Vic ajeitou e Adriana concluiu no canto direito: Corinthians, tricampeão paulista.

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Soberano São Paulo escapa da degola com vitória e sal grosso; Peixe derruba Urubu

Às 20h55, sua senhoria, o assoprador de latinha catarinense Bráulio da Silva Machado, levantou os braços e colocou ponto final na partida: São Paulo 3 x 1 Juventude. Eufórica, a torcida (40.442 espectadores) deixou o Morumbi vociferando: ‘Time grande não cai.’ Seria cômico se não fosse trágico. O soberano Tricolor conseguiu escapar da degola para a série B na 37ª e penúltima rodada do Brasileirão. Uma vergonha para um clube que tem uma das maiores folhas salariais do ludopédio nacional, algo em torno de R$ 16 milhões, atrás apenas de Flamengo (R$ 22 milhões) e Palmeiras (R$ 18 milhões).

Antes de a bola rolar, o diretor do estádio, Mauro Castro, jogou sal grosso no gramado e também em outras partes do Morumbi, para tirar a zica e afastar o mau olhado. Depois da partida, o ‘professor’ Rogério Ceni deixou muita gente em dúvida sobre seu futuro no Tricolor. Evitou responder as perguntas sobre a próxima temporada. “É um alívio o que foi feito hoje (ontem), mas o São Paulo merece muito mais do que passar um ano como foi o de 2021. Eu não tenho planos para 2022. Nós temos mais três dias aqui ainda. E 2022 fica para frente. A torcida foi exemplar. Quarenta mil por jogo, praticamente. Só tenho agradecimentos a fazer. Às pessoas que trabalhei aqui, nesses 50 dias, mais ou menos. Nem sei, são tantas noites mal dormidas”, afirmou Ceni.

O São Paulo implodiu o fantasma do rebaixamento com dois gols de Luciano e um do hermano Calleri. Sorriso marcou para o time gaúcho, que está no bico da cegonha sem asas, ameaçadíssimo de retornar ao inferno da segundona. Depois da ridícula exibição contra o Grêmio, quando perdeu por 3 a 0 em Porto Alegre, o Tricolor adotou outra postura e mereceu o triunfo. Com a vitória, o Tricolor chegou a 48 pontos. Além de livrar-se do rebaixamento, carimbou uma vaga na próxima Sul-americana. O Juventude, com 43, está na bacia das almas.

Herói da partida, Luciano ficou pendurado com menos de um minuto de jogo. Tomou o amarelo após carrinho num adversário. Aos 4, marcou de cabeça o primeiro gol, depois de cruzamento de Rigoni, e tranquilizou a galera. Melhor durante a maior parte do tempo, o São Paulo assinalou o segundo aos 42 minutos: Calleri, também de cabeça, aproveitou rebote do goleiro Douglas e saiu para o abraço.

No segundo tempo, a equipe de Caxias do Sul partiu para o ‘seja o que Deus quiser’. Aos trancos e barrancos, diminuiu aos 17. Michel Macedo cruzou da direita e Sorriso completou para a rede. Quatro minutos depois, o Tricolor nocauteou os gaúchos. Luciano aproveitou lançamento de Miranda e tocou para o gol. A bola ainda bateu na trave antes de entrar. Soberano livre do vexame da degola. Mas não há nada para comemorar. Campanha ridícula.

O Peixe também está garantido na elite em 2022. O time não deu bola para a galera no ‘new Maraca’ (45 mil presentes) e derrotou o Flamengo por 1 a 0, gol de Marcos Leonardo no segundo tempo, após checagem do VAR. Irritada com o comportamento do Rubro-negro, a torcida não poupou elogios aos jogadores: ‘ Time sem vergonha…’ Além de desperdiçar algumas chances, Gabigol perdeu um pênalti – chutou na trave. O goleiro João Paulo, com vários milagres, foi o melhor em campo

Com 49 pontos, o Santos pulou para a 11ª posição na tabela. Livre do rebaixamento, a equipe disputará a última rodada com possibilidade de carimbar uma vaga na pré-Libertadores. Precisa vencer o Cuiabá, no aquário da Vila Belmiro, e torcer por tropeços de Ceará, Dragão, Coelho e Fluminense. Garantido em segundo, o Flamengo segue com 71 pontos.

Em Curitiba, a molecada do Palmeiras segurou o Furacão e garantiu um pontinho no ‘oxo’. Com os bicampeões da Libertadores já de férias, os garotos deram conta do recado e não se assustaram com a pressão do adversário, que brigava para fugir do rebaixamento. Nem o gajo Abel Ferreira esteve no comando da equipe. Paulo Victor Gomes, do sub-20, dirigiu o time. Mais uma vez, o goleiro Vinicius Silvestre foi o destaque do Palestra. Com os jovens, o time faturou quatro pontos em seis disputados fora de casa – bateu o Cuiabá por 3 a 1 na rodada anterior.

Com o empate, Furacão afastou qualquer possibilidade de rebaixamento. Preocupado com a situação do time, o ‘professor’ Alberto Valentim escalou os principais jogadores. Agora, o time paranaense, já campeão da Sul-americana, vai focar apenas nas finais da Copa do Brasil contra o Galo na próxima semana. O Furacão tem 46 pontos, três à frente do Juventude, que abre a zona de rebaixamento, mas com duas vitórias a mais – mesmo que os gaúchos igualem a pontuação na última rodada, vão perder no critério de desempate. Já o Palmeiras, garantido na terceira posição, foi aos 63.

Outros resultados: Cuiabá 1 x 0 Fortaleza, Saci colorado 1 x 2 Dragão e Chape 0 x 1 Sport

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Golaço do maestro Renato Augusto empurra imortal Grêmio para o precipício do Brasileirão

A Fiel comemorou o empate de 1 a 1 com o Grêmio no Itaquerão, minha casa minha vida, envelopado como Neo Química Arena, como se o Corinthians tivesse conquistado um caneco. O resultado deixou o imortal gaúcho à beira do rebaixamento para a série B. Só um milagre evitará a queda, que pode ser confirmada nesta segunda, no encerramento da 37ª rodada do Brasileirão. A galera esperou pelo carnaval da vingança desde 2007, quando o Grêmio empurrou o Corinthians para a segundona. E ele explodiu com um golaço de Renato Augusto aos 40 minutos do segundo tempo. Diego Souza marcou para o Grêmio na reta final da etapa inicial.

Com o resultado, o Grêmio chegou a 40 pontos. Continua na 18ª colocação e pode mergulhar no caldeirão do diabo se tanto Cuiabá (receberá o Fortaleza) quanto Juventude (visitará o soberano São Paulo) pontuarem nesta segunda. Já o Corinthians, com 57, está em quarto e assegurou vaga na fase de grupos da Libertadores. As duas equipes já se cruzaram 96 vezes. O time corintiano ganhou 33 confrontos, empatou 27 e perdeu 36. Marcou 98 gols e levou 117.

O futebol do Corinthians foi decepcionante no primeiro tempo. Se pudesse, a Fiel deveria procurar o Procon e reclamar de propaganda enganosa, exigindo de volta metade da grana do ingresso. A equipe teve mais posse de bola (64% a 36%) e trocou 288 passes, a maioria sem objetividade. Resultado: o Grêmio mandou na partida e mereceu a vantagem de 1 a 0.

Vagner Mancini deu um nó tático no ‘estrategista’ Sylvinho. Bloqueou com eficiência o maestro corintiano Renato Augusto, apertou a marcação na saída de bola e explorou as avancadas pelas laterais. Tanto o improvisado Du Queiros, na direita, quanto Fábio Santos, na esquerda, foram um convite a grandes emoções no Itaquerão. Xavier no meio de campo também foi um fracasso.

Aos 38, o melhor desempenho do imortal foi recompensado. Xavier saiu jogando errado. Ferreira, pela esquerda, cruzou. Fábio Santos falhou feio na tentativa de corte, Diego Souza matou no peito e tocou na saída de Cássio. Enquanto o Grêmio finalizou oito vezes, o Corinthians arrematou duas, nenhuma com perigo.

Apesar do tico-tico sem fubá da etapa inicial, Sylvinho manteve o time na volta para o segundo tempo. Aos 6, William, o melhor do ataque, exigiu grande defesa de Gabriel em arremate da entrada da área. Apenas um sopro de esperança! A equipe corintiana permaneceu com mais posse de bola, porém sem ameaçar para valer o Grêmio, muito bem armado defensivamente.

Com o time patinando, Sylvinho sacou o volante Xavier e colocou o atacante Gabriel Pereira. Mandou o time insistir pela direita, com GP e o apoio de Du Queiroz. Pouco conseguiu, a não ser cruzamentos inúteis na área. O Grêmio, por sua vez, procurou atrair o Corinthians para explorar os contragolpes com Borja (substituiu Diego Souza).

O sofrimento da Fiel aumentava a cada ataque frustrado até que, aos 40, a genialidade de Renato Augusto enlouqueceu a torcida. O maestro corintiano dominou na esquerda e mandou um petardo no ângulo esquerdo de Gabriel. Um golaço!

Desesperado atrás dos três pontos, o Grêmio foi à frente e só não tomou o segundo porque Gustavo Mosquito (substituiu Giuliano) e Róger Guedes (indolente ao extremo) desperdiçaram duas ótimas oportunidades. Fim de jogo, festa nas arquibancadas: 14 anos depois, o banquete da vingança estava servido, com faixas, bandeiras e ‘fantasmas’ da série B. ‘Arerê, o Grêmio vai jogar a Série B’.

No Mineirão, no jogo da entrega da taça do campeonato, o Galo venceu o Red Bull Bragantino por 4 a 3. Pela primeira vez mestre Cuca derrotou o time paulista – havia empatado três vezes pelo Peixe e Galo. As equipes disputaram o sétimo jogo em BH. O bicampeão brasileiro acumula quatro triunfos, dois empates e uma derrota. Já o Bahêa bateu o Fluminense por 2 a 0, em Salvador.

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Pitaco do Chucky. André Mendonça no STF: o diabo veste toga.

Pitbull troca de casa. O Palmeiras aproveitou o último dia de trabalho e comemorações pelo bi da Libertadores para homenagear o volante e capitão Felipe Melo, 38 anos. O mimo:  uma carta de agradecimento pelos serviços prestados – 225 jogos, 13 gols, um Brasileirão (2018), um Paulistinha (2020), uma Copa do Brasil (2020) e duas Libertadores (2020/21). FM foi contratado em 2017. O casamento chegou ao fim porque o pitbull queria renovar por dois anos, mas o Palestra só topava pagar R$ 1 milhão mensais ao longo de uma temporada. Pouco depois da dispensa, FM praticamente acertou com o Fluminense. O Saci colorado também queria o meio-campista. O Palestra também confirmou a liberação do goleiro Jailson, 40 anos. Ele aterrissou no ninho dos periquitos em 2014. Disputou 104 jogos.

Zé Corneta. Calma, são-paulino! A situação do Grêmio é muito pior. 

Rei do Urubu. Em uma eleição histórica, com nada menos que 2.002 associados representando 40 milhões de torcedores, Rodolfo Landim ganhou mais três anos no trono do Flamengo. Comandará o clube no triênio 2022/23/24. O cartola obteve 1.301 votos, ou 64,5% do total. Desde 2006, quando Márcio Braga ganhou a corrida das urnas, não havia um número tão irrisório de votantes. Depois de agradecer a “votação expressiva”, Landim aproveitou a festa para rebater as críticas ao vice-presidente e vereador Marcos Braz. “O cara é tricampeão carioca, duas vezes campeão brasileiro, campeão da Libertadores, da Recopa, duas vezes da Supercopa, é um grande vencedor. É meu braço direito no futebol Trocar? Está louco?”, disse Landim, com a autoridade de um campeão de votos…

Sugismundo Freud. Abomine sempre a zona de conforto.

Zapping. O Pateta chora: enquanto o SporTV ocupa o segundo lugar em audiência, a ESPN Brasil aparece apenas em 13º entre os canais pagos. Já o Fox Sports desapareceu dos 30 mais.

Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Antes de começar o Brasileiro, um dos lugares-comuns mais ditos, entre tantos, é o de que todas as partidas são iguais e que todas as vitórias valem três pontos. O Atlético-MG levou isso a sério. Além da qualidade, do elenco e do conjunto, a equipe jogou cada partida como se fosse a única e a última. O Atlético não teve nenhuma grande novidade tática. Mais importante que a estratégia foi a execução bem feita do que foi planejado. Cuca gosta de lamentar, até nas vitórias, porque busca a perfeição. O Flamengo, vice-campeão, não teve a mesma seriedade e regularidade. Mais que isso, não se libertou do fantasma de Jorge Jesus.” Na mosca.

Caiu na rede. Fantástico: há 10 anos o São Paulo tem sido o ‘time do ano que vem’.

Tititi d’Aline. Oito vitórias, 11 empates e quatro derrotas em 23 jogos: apesar da campanha meia-boca na série B, o ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo descolou a renovação de contrato com a Raposa até dezembro de 2022 – se o time voltar à elite, poderá acertar por mais uma temporada. Marqueteiro, o ‘mestre dos mestres’ jogou para a torcida: “A próxima temporada é obrigação do Cruzeiro montar uma equipe que vá buscar o acesso à primeira divisão e a Copa do Brasil, além de brigar pelo Campeonato Mineiro. E, em 2023, ir para uma Libertadores, onde o Cruzeiro tem que estar.” Luxemburgo ainda mandou um recado aos atleticanos: “Quem treina o Cruzeiro nunca está em decadência pela grandeza do clube.” Blá-blá-blá.

Você sabia que… Corinthians e Grêmio empataram seis vezes no Itaquerão, minha casa minha vida, e cada time venceu uma partida?

Bola de ouro. Vasco. Fora de campo, o time de São Januário continua marcando golaços com palestras socioeducativas para os garotos da base. No último papo com os moleques vascaínos, o professor de História José Nilton Júnior abordou o racismo. O Vasco é um clube que sempre lutou contra o segregacionismo. “A gente ensina muito mais que futebol, porque nos preocupamos com o ser humano e a formação integral do atleta”, garantiu o diretor de inclusão racial Leonardo Dias. Já o ‘professor’ Zé Ricardo, 50 anos, está de volta ao Vasco. Ele comandará a equipe em 2022.

Bola de latão. Atletismo. A vida de esportista é mesmo uma maravilha no país das injustiças e desigualdades. Loja online de sapatilhas para corrida, a Athletic Champion está organizando um leilão para ajudar a medalhista Rosângela Santos, 30 anos, bronze em Pequim/08. Os lances para o calçado da atleta, com direito a autógrafo, poderão ser dados até as 18 horas desta terça. A ideia partiu de Úrsula Ranilly, dona da Athletics, sensibilizada com um apelo de Rosângela: uma vaquinha para poder bancar uma viagem a Sérvia. A atleta está classificada para o Mundial Indoor, em março. Quando era atleta, Rosângela presenteou Úrsula com várias sapatilhas para correr. O drama da medalhista ganhou destaque no início de novembro, quando revelou que havia sido dispensada pelo Pinheiros “sem explicações”.

Bola de lixo. Tricolor. O ‘professor’ Rogério Ceni voltou a mandar um recado extremamente animador à torcida do soberano São Paulo: se o clube não arrumar investidores, vai ser um Deus nos acuda em 2022. Com uma dívida superior a R$ 650 milhões, o Tricolor só tem uma saída se não pintar dinheiro novo pelos lados do Morumbi, de acordo com Ceni: reduzir a folha de pagamento e montar um time coadjuvante, sem condições de brigar por títulos. “Não gosto de falar sobre isso. Não sou diretor, conselheiro, presidente. Eu só digo que a dívida que o São Paulo atingiu é muito grande, é difícil pagar. Precisamos de investidores que banquem um time”, argumentou Ceni. Que citou o Galo como exemplo. O campeão brasileiro tem quatro empresários que investiram mais de R$ 240 milhões no clube em dois anos.

Bola sete. “Assisti a festa do Botafogo e fiquei feliz com a volta do meu clube à Primeira Divisão, mas tenho que admitir, e falo isso porque assisti grande parte da competição, que o Botafogo foi campeão, mas seu futebol não é diferente de Sampaio Correia, CRB ou Guarani” (do tricampeão Paulo Cezar Caju, em Veja – fato).

Dúvida pertinente. O Palmeiras tem chance de bater o Chelsea como o Corinthians em 2012? 

O que você achou? jr.malia@bol.com.br

Com virada fantástica, Galo solta o grito de bicampeão depois de meio século

Com uma virada histórica, o Galo bico de ouro soltou o grito de bicampeão brasileiro depois de meio século. O incrível Hulk, cobrando pênalti, e Keno (dois) garantiram a épica vitória por 3 a 2 e a festa mineira na Fonte Nova (29.415 torcedores/R$ 708.246), em Salvador. A equipe perdia de 2 a 0 do Bahêa até os 28 do segundo tempo, gols de Luiz Otávio e Gilberto, quando Hulk diminuiu. Um minuto depois, Keno empatou. E aos 32, assinalou o gol do título.

Um prêmio à competência, à garra e ao ótimo trabalho desenvolvido por mestre Cuca. O Galo deitou e rolou ao longo do Brasileirão. Comandou a tropa a partir da 15ª rodada. Cravou uma invencibilidade de 18 jogos, uma série de 15 triunfos consecutivos como mandante e sofreu apenas cinco derrotas.

Tem a melhor defesa do campeonato (27 gols contra) e o segundo melhor ataque (60 tentos). Maior número de viradas (oito) e o artilheiro do torneio, Hulk, com 18 gols. O atacante chegou a 401 na carreira. Aos 35 anos, já participou de 751 jogos. O caminho das redes: Porto – 95 gols em 181 embates; Zenit – 94 em 179 duelos; Shanghai – 93 em 158 partidas; Tokyo Verdy – 45 em 56 jogos; Consadolle Sapporo – 26 em 41 confrontos; Kawasaki Frontalle – 3 em 14 pelejas; amarelinha desbotada – 11 em 49 duelos (um gol em seis jogos pela equipe olímpica). O Galo chegou aos 81 pontos e não pode ser mais alcançado pelo Flamengo, que tem 70 e mais três partidas.

Depois de um primeiro tempo equilibrado, com poucas emoções, as equipes voltaram mais elétricas do vestiário. E o Tricolor baiano abriu 2 a 0, com Luiz Otávio e Gilberto, aos 16 e aos 20. Mas a esperança de deixar a zona do agrião queimado foi para o beleléu em cinco minutos, com Hulk e Keno (dois), o melhor da partida.

O centroavante diminuiu aos 28, cobrando pênalti de Luiz Otávio em Sasha. Um minuto depois, Keno empatou com um chutaço de fora da área. E aos 32, marcou o gol do bicampeonato depois de 50 anos. “Nosso grande objetivo sempre foi a conquista do título brasileiro”, revelou mestre Cuca, campeão da Libertadores em 2013.

O Bahêa, 17° colocado com 40 pontos, não era derrotado pelo Galo havia 18 anos em Salvador. Acumulava dois triunfos e oito empates. A última vitória do time mineiro ocorrera em 2003: 4 a 2. Nesta temporada, o Bahêa estava invicto em casa havia oito jogos, com quatro empates e quatro triunfos. Já o Galo completou oito jogos sem perder: sete triunfos um empate.

Com a conquista do Brasileirão, o Galo reforçará o caixa com um prêmio de R$ 33 milhões. O clube já garantiu R$ 112 milhões em bônus por resultados nas competições. Libertadores – R$ 40,9 milhões; Brasileirão – R$ 33 milhões; Copa do Brasil – R$ 38,15 milhões (podendo chegar a R$ 71,15 milhões, se derrotar o Furacão na decisão).

Em Porto Alegre, pela 36ª rodada, o Grêmio venceu o soberano São Paulo por 3 a 0, gols de Thiago Santos, no primeiro tempo, e Diogo Barbosa e Jonatha Robert (por cobertura quase do meio-campo). O imortal ainda acertou duas vezes a trave de Tiago Volpi. O Tricolor paulista não viu a cor da bola. Rogério Ceni atacou de ‘professor Pardal’ e escalou Gabriel Sara como ala. Corrigiu no segundo tempo. Não adiantou. O Grêmio manteve o domínio até o final da partida.

Os gaúchos têm agora 39 pontos, três a menos que o Furacão, primeiro time fora da zona de rebaixamento e que ainda joga na rodada. Dependendo dos resultados, a terceira queda da história gremista pode ser confirmada na próxima rodada, diante do Corinthians, no Itaquerão, minha casa minha vida. Pode ser o jogo da vingança. O time corintiano foi rebaixado após empate de 1 a 1 com o Grêmio em 2097.

Com 45 pontos, o São Paulo ainda pode ser degolado. Para evitar qualquer chance, a equipe precisa vencer o Juventude, na próxima segunda-feira, no Morumbi. A equipe encerrará o Brasileirão contra o Coelho.

Pitaco do Chucky. Capitão Corona e PL: tudo junto e misturado, não dá meio.

Animal. Medalha de ouro na Olimpíada de Tóquio-2020 por equipes mistas, a judoca francesa Margaux Pinot foi espancada pelo treinador e marido Alain Schmidt. O brucutu foi preso, mas ficou pouco tempo na cadeia. De acordo com o jornal L’Equipe, ele foi detido no domingo, quando estava indo ao aeroporto, após ligação do vizinho que ajudou a campeã. O desabafo de Margaux: “Fui insultada, levei socos e minha cabeça foi atingida no chão por várias vezes. Fui estrangulada. Achei que estava morta, mas consegui fugir para me refugiar com meus vizinhos, que imediatamente chamaram a polícia. Tenho vários ferimentos, incluindo um nariz quebrado e 10 dias de interrupção temporária do trabalho. Mas a Justiça decidiu libertá-lo. O que estava faltando? Morte no final, talvez? Provavelmente foi o judô que me salvou.”

Animal 2. O covarde Alain Schmidt estava a caminho de Tel Aviv para integrar a equipe feminina da França, de olho na preparação para Paris-2024. Segundo fontes policiais, ele apresentava sinais de embriaguez. Alain Schmitt foi medalhista de bronze no Mundial de Judô de 2013, na categoria até 81 quilos. Ele se tornou treinador no final de sua carreira como judoca. Também foi campeão olímpico em Tóquio-2020 como treinador da França na disputa por equipes. Com a repercussão do caso, a Associação Israelense de Judô retirou a proposta que havia feito ao ex-judoca francês para que treinasse a seleção feminina do país.

Zé Corneta. O ex-presidente do soberano Tricolor Carlos Miguel Aidar ainda acha que o Palmeiras se apequenou?

Rainha do Palestra. Nada contra, ao contrário. Mas não deixa de ser quiçá interessante e, por que não fizer, um belo conflito de interesses no Palmeiras com a eleição da ‘titia’ Leila Crefisa. Ou seja, quando sentar no trono palmeirense, em 15 de dezembro, ela será credora, dona da patrocinadora e rainha do Palestra. Ao longo de três anos certamente encontrará um desafio pela frente: optar por decisões favoráveis ao clube ou a sua empresa. E aí o porco pode torcer o rabo! Ser presidente do Palmeiras ou da Crefisa, eis a questão.

Caiu na rede (rubro-negra). A Fifa acaba de anunciar que pretende realizar em 2051 um torneio para comemorar o centenário do Mundial palmeirense, a Copa Caninha 51, uma boa ideia. Pirassununga deve ser a sede.

Forno e fogão. “Macarrão se come quente, se esfriar fica ruim” – assim o masterchef e ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo justificou a necessidade de a Raposa sair da toca e correr atrás reforços. O ‘mestre dos mestres’ teme que o pão de queijo fique na saudade se demorar para ir ao mercado de pé de obra. “Precisamos montar uma equipe de primeira divisão para disputar a segunda divisão. É muito importante falar isso para o torcedor. Será um ano em que a segunda divisão será a primeira divisão disfarçada”, filosofou Luxemburgo. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas há um pequeno probleminha: a Raposa está de pires na mão, sem um centavo para investir.

Gilete press. Do tricampeão Paulo Cezar Caju, em Veja: “Qual conclusão podemos tirar após assistirmos a final entre Palmeiras x Flamengo? Que os clubes são milionários, mas oferecem um espetáculo pobríssimo. O Palmeiras foi bicampeão com dois jogos estratégicos, de pouca ousadia, apesar de ter vários jogadores ofensivos. A partida contra o Santos, no bi da Libertadores, foi tétrica e essa melhorou um pouco, até porque o adversário era melhor. Mas é inadmissível que dois clubes com essa megaestrutura não consigam fazer brilhar os olhos da torcida. E ela vai, prestigia, lota os estádios, viaja quilômetros e, claro, tem que comemorar o título e zoar o adversário, mas tem que reconhecer que há tempos vem comprando gato por lebre.” Fato.

Tititi d’Aline. Não está nada fácil a vida de Michael Jordan, o Pelé do basquete. Se quiser curtir alguns dias de lazer com a família, será obrigado a pegar Joy, uma canoa de US$ 80 milhões (R$ 450 milhões) ancorada na ilha de São Bartolomeu, no Caribe. Ela tem apenas 70 metros e cinco decks, espaço suficiente até para uma quadra de basquete. Possui ainda uma jacuzzi, um lugar para almoçar/jantar a céu aberto e um elevador na parte externa. A acomodação principal tem vista de 270 graus e acesso privado ao terraço, além de sala de estar e um closet. O iate conta também com sete suítes, sala de jantar, bar e academia. Jordan adquiriu o barco em 2019. O ex-jogador também é dono do barco de pesca Catch 23, avaliado em R$ 45 milhões.

Você sabia que... o gajo Abel Ferreira ganha R$ 800 mil por mês e tem contrato até dezembro de 2022, com multa rescisória R$ 8 milhões?

Bola de ouro. Everson, Mariano, Junior Alonso, Nathan Silva, Guilherme Arana, Tchê Tchê, Zaracho, Rabelo, Nacho Fernández, Sasha, Keno, Dodô, Vargas, Nathan, Hulk e mestre Cuca. Heróis de uma campanha maravilhosa no Brasileirão. Deram show no campeonato com a camisa do Galo – 25 triunfos, seis empates e cinco derrotas, 81 pontos em 108 possíveis, aproveitamento de 75%.

Bola de latão. Jorge Kajuru. O senador do Podemos, de Goiás, entrou para os anais do nobre Congresso: pediu que o piloto do trágico voo da Chapecoense, o boliviano Miguel Quiroga, fosse convocado para depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o caso. Ele morreu no acidente. “Entendo que esse piloto deverá ser convocado. Os verdadeiros culpados a gente ainda não ouviu”, justificou Kajuru durante a sessão da CPI na última quinta. O senador então foi alertado pelo presidente da comissão, Jorginho Mello (PL-SC), do equívoco: “Senhor senador Kajuru, o piloto faleceu”. “O piloto faleceu?”, surpreendeu-se Kajuru. No acidente de novembro de 2016, morreram 71 pessoas.

Bola de lixo. CBF. É espantoso o apoio do Circo Brasileiro de Futebol à série B. O campeão Botafogo será recompensado com… uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, e estamos conversados. Dindim que é bom, nada! Já o Galo, virtual rei da cocada na elite, embolsará R$ 33 milhões, enquanto o vice receberá R$ 31,3 milhões. O terceiro colocado contabilizará R$ 29,7 milhões. Somente os quatro rebaixados ficarão a ver navios.

Bola sete. “A derrota do Flamengo simboliza o fim de um timaço, que era superior aos outros. Agora, é igual aos melhores. A queda técnica começou antes de Renato Gaúcho e se torna mais evidente a cada jogo” (do pequeno grande Tostão, na Folha – fato).

Dúvida pertinente. Abel Braga, um ‘professor’ de primeira no Brasil e de segunda na Europa?

O que você achou? jr.malia@bol.com.br