De nove pontos em jogo, apenas dois conquistados. Ou seja, um superdomingo dos magnânimos representantes do futebol paulista na terceira rodada do Brasileirão. O Corinthians levou uma bicada do Galo, enquanto Palmeiras e soberano São Paulo empataram. Em 270 minutos de bola rolando, marcaram apenas um gol. Uma jornada de barro do Trio de Ferro.
No Independência (19.825 pagantes/R$ 598.085), em jogo polêmico e com o ‘professor’ Tite num camarote, o Galo acabou com a pose de 100% do Corinthians. Que, além de sofrer a primeira derrota (1 a 0) no campeonato, também perdeu a liderança para o Flamengo.
Nas últimas 11 partidas, o Galo jogou sete no Horto. E ganhou todas. Vai recuperando assim o grito de guerra ‘caiu no Horto, tá morto’. Fora de casa, não conquistou nenhuma vitória. Já o Corinthians, que disputou o quarto jogo consecutivo longe da Fiel, num intervalo de 11 dias, sofreu o primeiro gol.
Apenas um time, o Galo, jogou bola no primeiro tempo. O Corinthians simplesmente não existiu. De cara, perdeu o lateral Fagner, lesionado. Entrou Mantuan.
A equipe mineira merecia a vantagem no marcador, tal a superioridade em campo, mas encontrou pela frente a trave numa cobrança de falta de Otero e boas defesas de Cássio, o melhor do Corinthians ao longo de 90 minutos.
Aos 37, sua senhoria, o assoprador de latinha Dewson Fernando Freitas da Silva, anulou um gol do Galo. Depois de escanteio, Ricardo Oliveira tentou desviar e acertou a trave. Na sobra, Róger Guedes estufou a rede. Festa atleticana até o juiz consultar o auxiliar atrás do gol, que apontou toque de mão de Ricardo Oliveira na jogada.
Revoltada, a torcida começou a gritar ‘vergonha’ e ‘a CBF voltou’. Segundo Sálvio Spinola, comentarista de arbitragem da ESPN, o assoprador de latinha acertou.
O Corinthians voltou para o segundo tempo com Emerson ‘Bitoca’ no lugar de Clayson, fraquíssimo. Pouco adiantou. O time continuou dominado pelo Galo.
Sem um pingo de inspiração, com Rodriguinho apagado, permitiu ao Atlético mandar na partida tranquilamente. O goleiro Victor foi um espectador privilegiado.
Aos 37, outra mudança do ‘professor’ Fabio Carille: saiu Rodriguinho, entrou Marquinhos Gabriel. No Galo do interino Thiago Larghi, Bremer por Elias, Gustavo Blanco por Matheus Galdezani e Luan por Alerrando.
Cinco minutos depois, finalmente o gol da equipe mineira. Patrick cruzou e Róger Guedes completou. Gol irregular, porque o atacante cometeu falta em Mantuan, de acordo com Sálvio Spinola. Há dúvida ainda se a bola havia saído pela linha de fundo antes de Patrick tocar para Róger Guedes.
Com o triunfo, o Galo pulou para a terceira posição. Tem seis pontos, mesmo número que o Corinthians, mas perde no saldo de gols (4 a 1). O líder é o Flamengo, com sete. O rubro-negro bateu o Ceará por 3 a 0, em Fortaleza.
Na mansão Allianz Parque (30.617 pagantes/R$ 1.749.825,94), Palmeiras e Chapecoense ficaram no ‘oxo’.
Os periquitos em revista pressionaram, porém se mostraram incompetentes para desmantelar a retranca dos catarinenses. Quando conseguiram furar o bloqueio, pararam nas luvas de Jandrei.
Aos 49 do segundo tempo, o zagueiro Antonio Carlos balançou a rede, mas sua senhoria, o assoprador de latinha Igor Benevenuto, anulou o gol erradamente – deu impedimento.
O Palestra está no bloco intermediário do campeonato, com cinco pontos. A Chape aparece em 16º, com apenas dois. Já flerta com a zona do agrião queimado.
O goleiro Jailson, que poderia ter completo 27 jogos sem derrota, foi poupado pelo ‘professor’ Roger Machado. Jogou Weverton. Edu Dracena e Bruno Henrique também não jogaram.
Já no ‘new Maraca’ (17.211 pagantes/R$ 565.405), em jogo equilibrado e com quatro bolas na trave (duas para cada lado), Fluminense e soberano Tricolor empataram em 1 a 1. A equipe são-paulina tem agora cinco pontos. O Flu acumula quatro. Diego Souza voltou a ser titular do Tricolor e teve atuação discreta.
Eder Militão colocou o São Paulo na frente aos 22 minutos do primeiro tempo. Depois de uma cobrança de escanteio, Bruno Alves cabeceou na trave. No rebote, Diego Souza finalizou da pequena área e Júlio César fez ótima defesa. A bola tocou outra vez no travessão e, na volta, Militão encaçapou o time carioca.
O time paulista caminhava para a primeira vitória fora de casa sob o comando do ‘professor’ Diego Aguirre, quando Pedro, de cabeça, empatou a partida na bacia das almas, aos 43 da etapa final. O atacante do Flu marcou seu 10º gol na temporada.
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Pitaco do Chucky. Só os ‘jênios’ adotam a profecia do passado.
Loucura, loucura… E não é que deu a louca no Loco Abreu. O veterano atacante uruguaio reagiu aos protestos da torcida do Audax Italiano jogando uma mesa na direção das arquibancadas. O bafafá aconteceu depois de a equipe chilena ficar no ‘oxo’ contra o Antofagasta. O Audax completou oito partidas sem vencer (cinco derrotas e três empates). Loco Abreu, 41 anos, ainda não comemorou nenhum gol com a camisa do clube. Em 9 de maio, o Audax jogará contra o Botafogo carioca, no duelo de volta da Sul-americana. No primeiro embate, o Bota venceu por 2 a 1, fora de casa.
Zé Corneta. Diego, o novo Márcio Araújo da torcida rubro-negra.
Que dureza. Fecham-se as cortinas, termina o espetáculo e começa a contabilidade: após 121 jogos, a pobre Federação Paulista de Futebol arrecadou míseros R$ 3.390.029,75, graças à taxa de 5% da renda bruta de cada embate, mais 2% ao fundo de valorização e desenvolvimento. Passando a régua: o time do cartola Reinaldo Carneiro Bastos faturou mais que a renda líquida de 14 dos 16 participantes do Paulistinha, a pré-temporada com ingresso pago, de acordo com o ‘sr.goool’. O esquadrão da ínclita entidade só ficou atrás de Palmeiras (R$ 11,5 milhões) e Corinthians (R$ 9,1 milhões). Que proporcionaram nada menos que R$ 2,2 milhões aos cofres da FPF.
Que dureza 2. Só o vice-campeão Palestra contribuiu com R$ 1,2 milhão, mais do que 12 equipes embolsaram ao longo da maratona. Campeã do interior, a Ponte fechou o armário do campeonato com saldo negativo de R$ – 7.860,92. O time campineiro reforçou a caixinha da FPF em R$ 23,5 mil, R$ 12 mil a menos que o São Caetano. A maior receita entre os clubes do interior foi a do Botafogo, com R$ 1,1 milhão, ou seja, metade da tungada da FPF nos periquitos em revista. Até quando?
Sugismundo Freud. A medida de encher nunca transborda.
Zapping. A RedeTV premiou o telespectador com uma cortada fantástica no fim de semana. No set decisivo da final da Superliga masculina de vôlei, a emissora interrompeu a transmissão do jogo. O Sada/Cruzeiro vencia o Sesi no tie-break quando a RedeTV substituiu a partida pelo Top Game, um joguinho maroto que oferece prêmio em dinheiro.
Caiu na rede. O presidente do Corinthians é como o vizinho que deve pra todo mundo, mas quer dar palpite na vida dos outros.
Gilete press. De Mauro Cezar Pereira, no ‘ESPN’: “Eduardo Bandeira de Mello, com sua política paternalista de gestão, fracassou retumbantemente à frente do futebol do Flamengo. Reparar os estragos oriundos de tal modelo, da mentalidade acomodada ao elenco contaminado pelo discurso sem ambição, é algo que demanda tempo. E o que a ele resta na presidência talvez não baste. Mas sem o mandatário frequentando o Centro de Treinamentos e decidindo questões que envolvem o futebol, haverá ao menos uma chance de recuperação no curto prazo. Não estamos nos referindo à renúncia presencial. Apenas apontando o caminho, a luz no fim do túnel, com o futebol rubro-negro livre de sua interferência constante, diária, prejudicial.” No alvo!
Tititi d’Aline. As marias-chuteiras corintianas ganharam uma bola nas costas: o garoto Mateus Vital, 20 anos, novo xodó da Fiel, pretende se casar em breve com Stephany. Eles namoram desde os tempos em que o jogador era juvenil do Vasco. Stephany adota marcação cerrada sobre o craque. Vive na ponte aérea Rio/SP.
Você sabia que… o Paysandu largou com três vitórias (2 a 1 no Brasil, 1 a 0 na Ponte e 1 a 0 no Londrina) na Série B do Brasileiro?
Bola de ouro. Chumbo/Koxa. Os surfistas brasileiros faturaram dois prêmios no ‘WSL Big Wave Awards’, o Oscar de ondas gigantes. Lucas Chumbo ganhou o troféu de melhor performance na temporada, além de US$ 20 mil, enquanto Rodrigo Koxa, 38, beliscou US$ 25 mil pela vitória na categoria de melhor onda domada no ano e na história (com ou sem o uso de jet-ski). Koxa dropou uma onda de 24,38 metros (80 pés), em Nazaré (Portugal), no dia 8 novembro de 2017. Novo recorde. A marca anterior pertencia ao americano Garrett McNamara: 23,77 metros, em 2011.
Bola de latão. Michel Bastos. Depois de 44 jogos e dois gols, o meio-campista de 34 anos trocou o Palmeiras pelo Sport. Ele foi contratado pelo Palestra no início de 2007. Não deixará um pingo de saudade no ninho dos periquitos em revista.
Bola de lixo. FPF. É fantástico o apoio financeiro que a ínclita entidade paulista dá aos filiados. Campeão da terceira divisão, o Atibaia receberá nada menos que… R$ 110 mil de prêmio, mais uma taça. Por ter ficado em segundo, a Briosa embolsará R$ 77 mil, além de um troféu. O jogo decisivo do campeonato, em Bragança Paulista, rendeu R$ 22.170 (3.110 pagantes). O Atibaia ganhou de 2 a 1.
Bola sete. “O futebol brasileiro segue cada vez mais envergonhado. Ricardo Teixeira abandonou o comando da CBF. E não viaja para fora do país pelas investigações do FBI. José Maria Marin deverá morrer na cadeia. E Del Nero está banido. Está claro o tipo de gente que comanda o futebol neste país…” (de Cosme Rímoli, no ‘R7’ – vassourada já).
Dúvida pertinente. O Palmeiras voltou aos velhos tempos de gangorra?
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