Os supimpas cartolas brasileiros estão certíssimos quando decidem trocar o ‘professor’ para tirar o time do buraco e sonhar com uma arrancada sensacional na corrida pelo caneco. Os números mostram a eficiência da mirabolante fórmula adotada pelos geniais comandantes da pátria das chuteiras furadas. Desde o início do Brasileirão, em 1971, nada menos que… 11 vezes o campeão mudou de treinador ao longo da competição. Ou seja, invejáveis 23% em 46 edições do maior torneio do ludopédio nacional.
A última festa foi do Flamengo, em 2009, de acordo com a ‘Placar’. O Urubu começou com mestre Cuca na casamata e terminou com o ex-interino Andrade. Até a 17ª rodada, 14 ‘professores’ deixaram a sala de aula – 10 foram convidados a visitar o RH do clube, enquanto Guto Ferreira trocou o Bahêa pelo Saci colorado, na Série B, e Paulo Autuori e Petkovic viraram diretores de futebol no Furacão e Vitória, respectivamente.
Se forem contados os interinos, 34 treinadores já comandaram ao menos uma partida no Brasileirão. O último a entrar na dança das cadeiras foi Jorginho. Pelos ótimos serviços não prestados ao Bahêa, ele foi convidado a limpar o armário no CT. Jorginho comandou o clube em 14 rodadas. O time venceu quatro jogos, empatou quatro e perdeu seis. Aproveitamento de 38%. A equipe ocupa o 14º lugar na tabela, com 19 pontos.
Já participaram do show: Atlético/GO – Marcelo Cabo e Doriva; Furacão – Paulo Autuori e Eduardo Baptista; Bahêa – Guto Ferreira e Jorginho; Chape – Vagner Mancini; Coxa – Pachequinho; Peixe – Dorival Júnior; Galo – Roger Machado; São Paulo – Rogério Ceni; Sport – Ney Franco; Vitória – Petkovic e Gallo. Apenas Avaí, Botafogo, Corinthians, Raposa, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Ponte e Vasco ainda não recorreram à formula mágica.
As raras tacadas que deram certo na troca de ‘professores’ (*)
1983 – Flamengo – Carpegiani dirigiu o time em 12 partidas. Carlinhos assumiu interinamente por três e Cléber Camerino por uma. Finalmente, Carlos Alberto Torres dirigiu o clube nos 10 jogos finais.
1984 – Fluminense – Carbone treinou nas 16 primeiras partidas. Após um jogo com o interino José Carlos do Amaral, Carlos Alberto Parreira pegou a equipe nos últimos nove jogos.
1985 – Coxa – Dino Sani comandou a equipe nos primeiros quatro jogos. No quinto, foi o interino Dirceu Krüger. Ênio Andrade assumiu nos 24 jogos restantes e deu a volta olímpica.
1986 – São Paulo – Zé Carlos dirigiu o time nas três primeiras jornadas do torneio; Pepenas outras 31.
1987 – Flamengo – Antônio Lopes na primeira partida; Carlinhos nas outras 18. Sport – Leão dirigiu o time nos 18 jogos da campanha do Módulo Amarelo. Nas finais contra o Guarani, o treinador foi Jair Picerni.
1990 – Corinthians – Zé Maria nas duas primeiras partidas, e Nelsinho Baptista nas 23 seguintes.
2000 – Vasco – Oswaldo de Oliveira sentou no banco em 29 jogos e foi demitido na semifinal. Joel Santana assumiu o clube nos três jogos finais.
2001 – Furacão – Mário Sérgio à frente do time nas 10 jornadas iniciais; Geninho foi treinador nas 21 seguintes.
2004 – Peixe – Émerson Leão treinou o Santos nas quatro primeiras partidas. Márcio Fernandes foi interino em uma e Vanderlei Luxemburgo nos 41 jogos seguintes.
2005 – Corinthians – Daniel Passarella treinou nas três primeiras partidas. Márcio Bittencourt nas 23 seguintes, e Antônio Lopes em 16.
2009 – Flamengo – Cuca dirigiu o clube nas 13 primeiras rodadas. Andrade comandou nas 25 restantes e soltou o grito de campeão.
(*) Fonte: Placar
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Pitaco do Chucky. Na terra da garoa, 45 dias sem um pingo de chuva.
Zapping. O duelo Corinthians 1 x 1 Flamengo deixou a plim-plim satisfeita. O ibope na grande Pauliceia dominada pelo bangue-bangue cravou 29 pontos. Na quarta-feira, dia em que a audiência normalmente é maior, Corinthians 2 x 0 Patriotas, pela Sul-americana, obteve 28 pontos. Já o Grande Prêmio da Hungria de Fórmula manteve a média (11 pontos), mesmo sem Felipe Massa. No sábado, pela Série B, Guarani 2 x 3 Londrina rendeu 1,6 à RedeTV. Cada ponto significa 70,5 mil domicílios sintonizados.
Zé Corneta. A massa desandou e o molho azedou no macarrão da mamma na cantina Allianz Parque.
Alta rotatividade. Em ótima fase na Série B do Brasileiro, carregando orgulhosamente a lanterna com oito pontos em 51 possíveis, o Náutico promoveu pela quarta vez a popular dança das cadeiras na casamata. Campeão gaúcho com o Novo Hamburgo, o ‘professor’ Beto Campos é o mais novo integrante da fila do desemprego. Ele comandou o Timbu em nove jogos. Ganhou um, empatou três e perdeu cinco. Aproveitamento de 22,2%. O Náutico começou o ano sob as ordens de Dado Cavalcanti. Que caiu após sete embates e a eliminação da Copa do Brasil. Assumiu Milton Cruz, que ficou até o mata-mata do terceiro lugar do Pernambuquinho. Waldemar Lemos pegou a equipe e saiu após oito jogos, sem festejar um triunfo.
Sugismundo Freud. Só tem razão quem usa a razão.
Vergonha nacional. Se o ludopédio nacional ainda não chegou ao fundo do poço, faltam poucos centímetros para a glória. As finais do Carioquinha sub-20, entre os moleques de Flamengo e Vasco, foram suspensas por… falta de segurança. A polícia só admite dar proteção ao mata-mata se os jogos ocorrerem com portões fechados e longe dos estádios de São Januário e da Gávea. A decisão já foi comunicada à nobre federação carioca e aos clubes. A justificativa da PM: risco de repetição da selvageria promovida por anjinhos vascaínos organizados pelo diabo no duelo contra o Rubro-negro pelo Brasileirão. O porto de São Januário virou praça de guerra.
Caiu na rede (corintiana). São Paulo, um time golfinho: sobe, faz uma graça e desce.
Café no bule. Os credores do Fluminense estão em festa. O Tricolor negociou o atacante Richarlison, 20 anos, ao Watford, da Inglaterra, por 12,5 milhões de euros (R$ 46 milhões). O Fluminense receberá 50% (R$ 23 mi) e ainda ficará com 10% de uma negociação futura. Recentemente, o clube recusou 10 mi de euros do Ajax, da Holanda. O Palmeiras também correu atrás de Richarlison, ofereceu 11 mi de euros, mas não obteve sucesso. O Flu contratou o jogador em dezembro de 2015 por R$ 10 mi. Ele marcou 19 gols.
Rosamundo, o pensador. Só é impossível até alguém provar o contrário.
Dial. Ouvir a Jovem Pan antes da jornada esportiva de sábado é dose para mamute, um ótimo convite para mudar de emissora.
Gilete press. De Pedro Carvalho, em ‘Veja’: “A cerveja deve voltar aos estádios paulistas após 21 anos. Para tratar da liberação, o presidente da FPF, Reinaldo Bastos, se reuniu com o vice-governador do estado, Márcio França, e o deputado estadual e presidente do TJD-SP, Delegado Olim. Ambos se mostraram a favor da volta da bebida nos estádios.” Sauuuuude!.
Tiro curto. Tem coluna do Malia, segunda e sexta, no ‘ultrajano.com.br’
Tititi d’Aline. Aos nove anos, o fraldinha Shane Kluivert assinou contrato com a Nike. O garoto é filho de Patrick Kluivert, o atacante que conquistou o mundo marcando gols por Ajax, Barcelona e seleção holandesa. Shane é uma das estrelas das categorias de base do Paris Saint-Germain. Também joga no ataque. Tem mais de 120 mil seguidores no Instagram. Além de Shane, Kluivert, 41 anos, tem outro filho bom de bola: Justin Kluivert, 18 anos, que já atuou na equipe profissional do Ajax e é considerado uma das maiores promessas do futebol holandês.
Você sabia que… o Flamengo não derrota o Corinthians em São Paulo pelo Brasileirão desde 2010?
‘Bola de ouro’. Pablo Almeida da Costa. O supimpa bandeirinha mineiro foi premiado pelo sensacional gol anulado do Corinthians contra o Flamengo: suspensão até segunda ordem. Costa deveria aproveitar a recompensa e marcar uma demorada visita ao oftalmologista.
Bola de latão. CBF. O Circo Brasileiro de Futebol resolveu dar uma bela colher de chá à torcida. Os ingressos para o jogo da amarelinha desbotada contra o Equador, no estádio do Grêmio, custarão entre R$ 160 e R$ 800. A bola vai rolar em 31 de agosto. A equipe do ‘professor’ Tite lidera as eliminatórias da Copa, com 33 pontos, e já está classificada para o Mundial da Rússia.
Bola de lixo. Giovanni Augusto. Mais uma pífia exibição com a camisa do Corinthians. Substituiu Marquinhos Gabriel, lesionado, e nada acrescentou contra o Flamengo. Pior: tentou fazer gracinha em algumas jogadas e quase complicou o time. Menção honrosa: Rodriguinho. Passou despercebido num jogo quente. Continua se achando a última bolacha do pacote.
Bola sete. “Desde o primeiro dia de convivência, Cuca e Felipe Melo não se entenderam, relacionamento difícil desde os tempos em que trabalharam juntos no Grêmio, em 2004. A combinação de seus fortes temperamentos foi explosiva como a mistura de sódio com água” (de Mauro Cezar Pereira, no ‘ESPN’ – muy amigos).
Dúvida pertinente. Bandeirinha Pablo Almeida da Costa, apenas um problema de miopia?
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