O Palmeiras engatou a quarta vitória consecutiva ao derrotar o Grêmio por 3 a 1, de virada, em Porto Alegre, pela 29ª rodada do Brasileirão. O imortal saiu na frente com um gol de Diego Souza no início da partida. Mas tomou a virada na bacia das almas do primeiro tempo. Raphael Veiga empatou de pênalti e quatro minutos depois, ao 49, fez o segundo. Breno Lopes assinalou o terceiro nos acréscimos da etapa final. Pouco antes, o Grêmio marcou com Elias, mas o VAR entrou em ação e apontou impedimento.
Após o apito final de sua senhoria, o assoprador de latinha Savio Pereira Sampaio, vândalos travestidos de torcedores gremistas invadiram o gramado e detonaram a cabine do VAR. Os animais também quebraram cadeiras e promoveram outras cenas de selvageria. Tentaram, inclusive, acessar o túnel dos vestiários dos atletas. Há relatos de agressão a jornalistas.
Os animais entraram no gramado pela Arquibancada Norte, setor sem cadeiras das organizadas. A polícia apareceu e os anjinhos se retiraram do gramado. Nas cadeiras superiores, torcedores de Grêmio e Palmeiras trocaram socos, mesmo separados por uma grade de proteção. Penúltimo colocado do campeonato, o imortal deverá receber uma dura punição do STJD por causa da horda que entrou na Arena.
Com a vitória, o Palmeiras atingiu 52 pontos e voltou à vice-liderança. Diminuiu para sete a vantagem do líder Galo, mas com um jogo a mais. O Grêmio segue na vice-lanterna, com 26 pontos. A distância para sair do Z4 permanece em sete pontos O Tricolor, porém, tem dois jogos a menos que a maioria dos rivais. O Grêmio não vence o Palmeiras há seis jogos, desde 24 de novembro de 2019. São quatro vitórias consecutivas do time paulista e dois empates. E um jogador em especial tem muito a ver com isso. Com os dois gols anotados neste domingo em Porto Alegre.
Depois de tomar um susto aos 7 minutos de jogo, com Gustavo Scarpa acertando a trave de Brenno em cobrança de falta, a torcida do Grêmio (14.207 espectadores no total/R$ 650.212) respirou aliviada aos 10. Douglas Costa ganhou uma dividida de Marcos Rocha, deixou Gustavo Gómez na saudade e cruzou. Diego Souza apareceu e estufou a rede – 19º gol do atacante em 42 duelos na temporada.
Em vantagem, o Grêmio procurou atrair o Palmeiras para explorar os contragolpes, principalmente pela esquerda, com Douglas Costa. E poderia ter aumentado o placar aos 28. Alisson centrou na área, Diego Souza subiu no terceiro andar e cabeceou no canto direito. Weverton voou e fez uma defesaça. No rebote, Thiago Santos desperdiçou a chance.
O Palmeiras apertou o cerco na reta final e virou o marcador em quatro minutos. Aos 45, Raphael Veiga cobrou pênalti, cometido por Thiago Santos em Marcos Rocha, e empatou. “A única vez que perdi um pênalti foi na primeira cobrança como profissional”, contou Veiga. Que marcou o segundo aos 49, chutando de fora da área. Veiga chegou a cinco gols contra o time gaúcho em seis confrontos.
No segundo tempo, o Grêmio partiu para o tudo ou nada, enquanto o Palmeiras se preocupou em administrar a vantagem. O imortal só conseguiu ameaçar Weverton em chutes de Douglas Costa, Vanderson e Cortez de fora da área. Nos minutos finais, o ‘professor’ Vagner Mancini encheu o imortal de atacantes. E aos 45, Elias recebeu de Campaz e chutou sem chance para Weverton, mas o gol foi anulado por impedimento, após revisão do VAR. Aos 48, Breno Lopes marcou o terceiro e nocauteou o imortal.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona prestigiadíssimo na cúpula do G20: um quilométrico zero a esquerda.
Happy birthday. Entre tapas e beijos, o gajo Abel Ferreira completou um ano na casamata do Palmeiras. Aterrissou como ‘famoso quem?’, mas logo construiu uma casa portuguesa de respeito, com direito a canecos e números respeitáveis. Está muito perto de alcançar o 100º jogo no comando do Palestra. Ele e sua comissão técnica acumulam 52 vitórias, 22 empates e 24 coças em 98 duelos. O patrício ficou no banco em 87 jogos – 47 triunfos, 17 empates e 23 derrotas. A equipe também foi dirigida por João Martins (nove vezes) e Vitor Castanheira (duas) nas vezes em que Abel esteve suspenso ou com covid-19. Mesmo muitas vezes sob desconfiança, Abel ganhou a Libertadores e a Copa do Brasil de 2020, e dia 27 vai decidir o segundo caneco do torneio continental com o Flamengo.
Happy birthday 2. Com contrato até dezembro de 2022, Abel Ferreira deve quebrar um tabu: desde 2013, nenhum treinador começa e termina a mesma temporada. O português está atrás somente do ‘sargento’ Felipão, Gilson Kleina, Vanderlei Luxemburgo e Jair Picerni entre os mais longevos no clube, a partir de 2001. A estabilidade, segundo o ‘Ge.com’: Felipão: 27 meses (junho/2010 a setembro/2012); Gilson Kleina: 20 meses (setembro/2012 a maio/2014); Luxemburgo: 19 meses (dezembro/2007 a junho/2009); Jair Picerni: 17 meses (dezembro/2002 a maio/2004); Felipão: 13 meses (agosto/2018 a setembro/2019); e Abel Ferreira: 12 meses.
Zé Corneta. Damares Regina Alves: advogada, pastora evangélica, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos… e dama de honra da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
GP até 2024. O Corinthians e o empresário do garoto Gabriel Pereira fumaram o cachimbo da paz. O atacante renovou contrato até 2024 e ficará à disposição do ‘professor’ Sylvinho para o jogo com a Chapecoense, nesta segunda, no Itaquerão, minha casa minha vida. O clube enviou ao agente, na sexta-feira, uma nova oferta para o acerto de contas. No sábado, os últimos detalhes foram resolvidos. O vínculo anterior se encerrava em março de 2022. O empresário negou que GP desejava R$ 14 milhões de luvas e R$ 300 mil de salário.
Sugismundo Freud. Aprenda a abrir a porta quando alguém está decidido a partir.
Gilete press. Do ‘professor’ Renato Gaúcho, colocando novamente as manguinhas de fora após vencer o Galo: “Eu já sou vacinado. Eu não caí de paraquedas no futebol. Não sou contra crítica, só achei no geral as críticas exageradas. Por isso assumi a culpa na quarta-feira [depois da coça do Furacão]. Quem criticou quarta vai nos elogiar amanhã. Faz parte. É paixão. Muitas pessoas gostam do circo pegando fogo, ganham dinheiro em cima de crítica, no clique. Isso que passei ao grupo: ‘Sou a fortaleza de vocês, o muro de vocês’. Pode bater em mim à vontade. Tem gente que vive a cada três dias, jornalistas, alguns. Eles vão conforme o vento. Ganhou é bom, perdeu, ninguém é bom. O jornalista correto pode fazer crítica, nós aceitamos, mas a crítica verdadeira.” Ei, Renato, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!
Caiu na rede. Síndrome da abelha: pensa que é rainha, mas é apenas operária.
Tititi d’Aline. Depois do sal grosso, que deu certo contra o Grêmio mas fracassou diante do Coelho, o Peixe recorreu a outra arma fora de campo para afastar o tsunami do rebaixamento à série B. Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio e hoje professor de antropologia, deu plantão no CT Rei Pelé na última terça. Storani foi convidado para bater um papo com os jogadores, melhorar o astral na reta final do campeonato. No vácuo do filme Tropa de Elite, ele procurou ‘pilhar’ os atletas, e pimba na caxirola: o Santos bateu Fluminense (2 a 0) e Furacão (1 a 0), e deu um bico na UTI do Brasileirão.
Você sabia que… o Brasil, em sua primeira final por aparelhos na história do Mundial de ginástica rítmica, fechou a competição das 5 bolas em sétimo lugar?
Bola de ouro. Rayssa Leal. A Fadinha brasileira continua reinando no skate. Ela venceu a segunda etapa da Liga Mundial de Street, disputada em Lake Havasu, no Arizona (EUA). Rayssa obteve a vitória com uma manobra na última tentativa. Superou as japonesas Momiji Nishiya e Funa Nakayama, segunda e terceira colocadas. Pâmela Rosa, campeã mundial em 2019, ficou em quarto, enquanto Gabriela Mazetto fechou em sexto. Fadinha entrou para a história como a primeira skatista a ganhar duas etapas consecutivas do campeonato no mesmo ano (ganhou em Salt Lake City, na abertura do torneio). Rayssa faturou a prata na Olimpíada de Tóquio.
Bola de latão. Raposa. “O Cruzeiro chegou num buraco que nenhum clube chegou” – o diagnóstico é do mandachuva e raios Sérgio Santos Rodrigues. Ou seja: a Raposa respira por aparelhos na UTI das chuteiras enquanto cartolas safados andam por aí saltitantes, com uma bela conta bancária. Cercado de credores por todos os lados, o clube deve R$ 1 bilhão e flutua num oceano de ações trabalhistas. Com o retumbante fracasso na série B, deixará de ganhar R$ 50 milhões da TV. A Raposa disputará pelo terceiro ano consecutivo a segundona do Brasileiro. O chefão Sérgio Santos Rodrigues acredita que o pão de queijo deixará de queimar em dezembro, quando pretende adotar a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o clube-empresa. Resta saber se aparecerá investidor disposto a adotar um time à beira da bancarrota.
Bola de lixo. Racismo. O atacante Wilfried Zaha, do Crystal Palace, foi vítima de ataques criminosos após a partida contra o Manchester City, pela Premier League. O jogador marfinense sofreu injúrias repugnantes nas redes sociais. Ele reproduziu alguns: “macaco”, “rei do drama”, “nigger”, “preto de merda”, “porco”, “chimpanzé”. Zaha marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 do Crystal Palace sobre o City, no sábado. O atacante soma 50 tentos no Campeonato Inglês. O Crystal Palace está em 13° lugar na tabela de classificação, com 12 pontos.
Bola sete. “Meus filhos estão mais velhos agora. Eles ficaram com raiva de mim. Não estão realmente chateados, mas não entendem. Falo para eles o tempo todo. Não somos ricos; eu sou rico. Devem seguir o próprio caminho” (do ex-jogador Shaquille O’Neal, dono de uma fortuna estimada em US$ 400 milhões – Tio Patinhas da NBA).
Dúvida pertinente. Grêmio, um time condenado dentro e fora de campo?
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