O ludopédio nacional não será mais o mesmo quando a pandemia de coronavírus for domada. Após um tsunami financeiro, com a demissão em massa de trabalhadores (antes da crise chegavam a 12 milhões), certamente o café no bule de bilheteria, de sócio-torcedor, de patrocinadores e de TV, além de outras receitas, ficará extremamente amargo.
O tempo passa, e nada de a pátria das chuteiras furadas sair do blá-blá-blá doentio do Circo Brasileiro de Futebol com as federações.
Hipnotizados por favores obtidos ao longo de muitos anos no covil dos mais poderosos, os clubes se mantêm em uma ridícula prostração, incapazes de levantar a voz contra o autoritarismo que se apoderou do esporte.
Ficam felizes com as migalhas de um magnífico bolo financeiro. Vira e mexe passam o pires para poder sobreviver minimamente, enquanto a nobre casa maldita do esporte bretão vibra por ter fechado a última temporada com uma receita de R$ 957 milhões, um aumento de 43,3% em relação a 2018. Um recorde!
O ‘presidente fantasma’ Rogério Caboclo se orgulha em dizer que houve um lucro líquido de R$ 200 milhões com a produção do pé de obra alheio. Ou seja, os artistas devoram apenas as sobras do banquete de caviar.
O cartolão já deu provas de que está pouco se lixando para a caótica situação em que se encontra a grande maioria dos clubes, da primeira à quarta divisão.
Por que não dar um basta à exploração? Por que Flamengo, Corinthians, soberano Tricolor, Palmeiras, Vasco e coirmãos continuam subjugados, escravizados por um circo sanguessuga? Por que não exigir a redução de jogos da amarelinha desbotada, caça-níqueis que abastecem robustamente o cofre do Circo?
Já passou da hora de soltarem o grito de independência, exigirem a carta de alforria. Que ganharia muito mais brilho se os jogadores deixassem as redes sociais, ignorassem os BBBs da vida, pensassem coletivamente e não olhassem apenas para o próprio umbigo.
Os jogadores da quarta divisão, que ganham salários irrisórios (sempre atrasados), cansaram de esperar por uma posição mais dura dos ídolos da elite e assinaram uma carta pedindo mais atenção de Caboclo ao baixo clero, especialmente financeira, por causa da paralisação pela pandemia do coronavírus.
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Pitaco do Chucky. Governo brasileiro, um caminhão sem freios na banguela.
Cocoricó. O chefão do Galo, Sérgio Sette Câmara, estufa o peito de felicidade e garante: o clube vive uma situação privilegiada no ludopédio nacional. A saber: salários em dia e … apenas dois meses de direito de imagem atrasados, além de algumas premiações. O cartola sonha alto: está de olho em quatro santistas, pedidos por Sampaoli: o goleiro Everson, o zagueiro Lucas Veríssimo, o meia Carlos Sánchez e o atacante Eduardo Sasha.
Zé Corneta. Na contramão do planeta, que defende o isolamento, Bozo visitou vários pontos do Distrito Federal. E ameaçou, durante o BozoTour, soltar um decreto para liberar o trabalho e detonar o confinamento.
Barca. O Real Madrid já faz planos para a próxima temporada. E prepara uma vassourada no elenco, a fim de diminuir o déficit financeiro, além de arrumar dindim para investir em dois ou três reforços. Melhor jogador do mundo em 2018, o meia croata Luka Modric deve comandar a barca do time espanhol, ao lado do atacante galês Gareth Bale e do colombiano James Rodriguez. Também entrarão na dança Lucas Vázques, Mariano e Nacho Fernández.
Sugismundo Freud. Quanto mais tempo se vive, mais erros se comete.
Zapping. A pandemia de coronavírus atingiu em cheio o ibope dos programas Jogo Aberto (Renata Fan) e Os Donos da Bola (ex-jogador Neto) na Band. Houve uma queda de quase 40% em relação até fevereiro, de acordo com Gabriel Vaquer, do Uol. Na última semana, cravaram 2,3 pontos de audiência na grande Pauliceia. Normalmente, marcavam algo em torno de 3,7 pontos – na quarta, a atração comandada por Renata Fan atingiu apenas 1,9.
Papo no boteco. A vida ou o sistema financeiro, o que é mais importante?
Alegria, alegria. O pimpão peruano Cueva segue dando alegrias ao Peixe, mesmo longe do aquário da Vila Belmiro. No último fim de semana, o Santos deveria começar a pagar o Krasnodar, da Rússia. A primeira parcela seria de US$ 2,3 milhões (R$ 11,5 milhões), mas o time paulista aplicou WO na conta bancária dos russos. O Santos contratou Cueva por US$ 10 milhões (R$ 50,4 milhões) em 2019. Alegando salários atrasados, o atleta pediu rescisão e se mandou para o Pachuca, do México. O Peixe deve mergulhar em mais um processo na mamãe Fifa.
Dia D. Se a bola não voltar a rolar no início de julho, a temporada está perdida – a previsão é de Aleksander Ceferin, mandachuva e raios da Uefa. A conferir.
Pit Stop. O alemão Sebastian Vettel torceu o nariz na última reunião com a Ferrari para discutir a renovação de contrato. A equipe italiana propôs mais uma temporada (até dezembro de 2021) e uma redução salarial. A informação é do site Sky Italia. Os valores foram mantidos em sigilo. Em 2017, Vettel fechou um acordo por três temporadas, faturando 100 milhões de euros (R$ 567 milhões).
Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Atenção, torcedor corintiano! A Globo vai reprisar a final da Libertadores de 2000, que rendeu o título para o Corinthians.
Gilete press. De Jaeci Carvalho, do Estado de Minas: “Com a pandemia do coronavírus, o mundo vai mudar, e o futebol, como parte dele, não poderia ficar aquém. Clubes e jogadores estão se adequando à nova realidade, reduzindo salários e se ajustando. Não há dúvida de que, após essa pandemia, a economia global irá encolher e o faturamento dos clubes não será o mesmo. É momento de o torcedor refletir, principalmente no Brasil, se vale a pena deixar de comprar o pão e o leite para assistir aos jogos de seus times. Como sempre digo, copiando frase de Arrigo Sacchi, ‘o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida’. Portanto, que esse coronavírus seja um divisor de águas e que as pessoas entendam que o futebol tem que ficar em segundo plano.” É vero.
Tititi d’Aline. Que Pelé que nada! Muito menos Maradona, Mané Garrincha, Cristiano Ronaldo ou Neymar. Numa final disputadíssima, o hermano Messi derrotou Ronaldinho Gaúcho e ganhou a coroa de melhor driblador da história do esporte bretão. A enquete foi realizada pelo canal francês RMC para promover o especial ‘Dribbleurs’. O tira-teima no Twitter começou com 32 feras. No último mata-mata, Messi obteve 50,7% dos 72.683 votos, contra 49,3% do ET da bola, pouco mais de mil indicações. O argentino herdou a camisa 10 de Ronaldinho no Barcelona.
Você sabia que… a multa do meia são-paulino Igor Gomes, nos planos do Real Madrid, é de 50 milhões de euros (R$ 285 milhões)?
Bola de ouro. Peixe. Levantamento do clube indicou que apenas 127 ‘Meninos da Vila’ foram utilizados entre os profissionais desde 2001. O Santos é uma verdadeira usina de revelações, provavelmente a mais poderosa do país. Alguns garotos que se tornaram feras: Neymar, Diego, Robinho, Gabigol, Ganso, Geuvânio, Lucas Veríssimo, Robson Bambu, Rodrygo…
Bola de latão. Mata-mata. A plim plim acabou com o diz que diz dos inimigos da competência: tiroteio só em filme de faroeste. O Brasileirão seguirá firme e forte surfando na onda dos pontos corridos, iniciada com sucesso em 2003. Xô oportunistas!
Bola de lixo. Dana White. Qualquer semelhança entre o Bozo e o chefão dos anjinhos do octógono não é mera coincidência. É cretinice mesmo. O careca também atribuiu à mídia a ‘histeria’ pela pandemia de coronavírus. E, igualmente, condenou o confinamento: “Se o coronavírus tiver que me infectar, então que me infecte. Não tem jeito. Doenças cardíacas, acidentes de carro, câncer… tudo isso mata pessoas todo ano. Nós só temos uma garantia na vida: a de que vamos morrer de alguma coisa. As pessoas não podem se esconder em casa por meses. Para quê?” Quanta besteira!
Bola sete. “Não sei se a deficiência principal do Corinthians é mais individual ou mais coletiva, por causa do posicionamento extremamente fixo e repetitivo, com os dois volantes, o meia de ligação, os dois pontas e o centroavante sempre ocupando o mesmo lugar, fazendo as mesmas jogadas. O time, no campo, é idêntico ao da prancheta” (do pequeno grande Tostão, na Folha – fato).
Dúvida pertinente. Os clubes estão certos em propor uma diminuição de salário aos jogadores por conta da pandemia?
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