Sob os olhares da ‘torcida’ do soberano Tricolor nas arquibancadas do Morumbi, o Corinthians eliminou o melhor time do Paulistinha, o Red Bull Bragantino, e classificou-se para as semifinais do insosso Paulistinha. Com gols de Ederson, num frangaço de Júlio César, e do estreante Jô, a equipe venceu por 2 a 0 e, agora, vai enfrentar o Mirassol no fim de semana. O time do interior despachou o Tricolor. Se houver empate no tempo normal, a decisão da vaga à final será conhecida nos pênaltis.
O Corinthians poderá conquistar o tetracampeonato pela primeira vez em sua história. Dado como fora de combate, renasceu das cinzas e ganhou três jogos consecutivos. Sem levar gol. O time corintiano foi tri outras três vezes nas décadas de 20 e 30. Apenas o Paulistano faturou quatro canecos seguidos, entre 1916/19.
Um frangaço do ex-corintiano Júlio César e um chute na trave do baixinho bom de bola Artur foram os únicos momentos de emoção do primeiro tempo de Red Bull Bragantino x Corinthians. O jogo chegou a ser enfadonho, já que nenhuma das equipes apresentou lucidez suficiente para merecer a vantagem.
O Corinthians só foi para o vestiário com o placar a favor porque Júlio César entregou a rapadura aos 27 segundos de jogo. Luan desarmou Vitinho e a bola sobrou para Éderson, que avançou pelo meio, arriscou de fora da área e… cocoricó. Nem o mais fanático dos corintianos poderia esperar por um começo tão gratificante.
Atrás do empate, a equipe de Bragança apertou a marcação na saída de bola do Corinthians, procurou explorar as descidas de Artur pela direita, mas praticamente não deu trabalho a Cássio, a não ser em um petardo do ex-palmeirense no travessão.
Fora de forma, o estreante Jô foi bem no jogo aéreo, fazendo o paredão, mas pouco eficiente nas arrancadas, no um contra um. Juan, como sempre, esteve disperso, sem um pingo de inspiração. Restou algumas investidas de Mateus Vidal, o destaque do time, pela esquerda. O Braga também nada produziu.
No segundo tempo, o Corinthians cresceu de produção, passou a tocar a bola com eficiência, dominou o meio de campo e cozinhou o Bragantino, que disputou uma péssima partida. Aos 19 minutos, Jô matou o jogo. Luan cobrou escanteio e o centroavante cabeceou para a rede.
O Braga ficou desnorteado e tornou-se uma presa fácil para o time corintiano. Que só teve trabalho na marcação a Artur. O ‘professor’ Tiago Nunes trocou Mateus Vital por Sidcley (aos 25), Luan por Araos (aos 31) e Ramiro por Michel (aos 42). Com as rédeas da partida, o tricampeão paulista garantiu a vitória, a terceira consecutiva depois da volta do campeonato, e sem tomar gol.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona, o déspota sabotador do isolamento.
Saco de pancadas. Nos últimos nove anos, o soberano São Paulo deu um show de fair play em mata-matas. Desde 2011, o time foi eliminado 26 vezes no tiroteio das chuteiras, nove delas no Morumbi. Levou bala em casa contra Peixe (Paulistinha/2011), Corinthians (Paulistinha/2013), Penapolense (Paulistinha/2014), Bragantino (Copa do Brasil/2014), Atlético Nacional (Sul-americana/2014), Defensa y Justicia (Sul-americana/2017), Athletico (Copa do Brasil/2018), Talleres (Libertadores/2019) e Mirassol (Paulistinha/2020). Das 26 ‘mortes’, 10 foram contra clubes grandes: Peixe (quatro vezes), Corinthians (três), Raposa (duas) e Galo (uma). Apesar da pressão da torcida, que deseja uma vassourada no futebol, com a demissão dos cartolas Raí, Lugano e Alexandre Pássaro, além do ‘professor’ Fernando Diniz, o presidente CA de Barros e Silva não pensa em mudanças. Por enquanto.
Zé Corneta. Não dá para entender as críticas ao Dinizismo: o soberano São Paulo cumpriu com louvor seu papel no Paulistinha, que era classificar o Corinthians.
SOS. Sem ver a cor do dinheiro há quase quatro meses, os funcionários do Botafogo ameaçam cruzar os braços na próxima semana. Estão cansados do blá-blá-blá da cartolagem. Lançaram até uma nota pedindo ajuda: ” O descaso está inadmissível, nenhuma satisfação e nenhuma garantia da presidência quanto aos nossos pagamentos. Temos contas a pagar, temos aluguéis e, acima de tudo, temos dignidade e honra para termos as nossas contas em dia. Nós, os funcionários do Botafogo de Futebol e Regatas, estamos pedindo SOCORRO.” O mandachuva e trovoadas do clube, Nelson Mufarrej, espera pagar um mês nos próximos dias.
Sugismundo Freud. Sonho e pobreza sempre caminham juntos.
Super-Ney. A quarentena num casebre de R$ 28 milhões em Mangaratiba, no litoral carioca, fez muito bem ao ‘menino Ney’, 28 anos. Menos festeiro e mais profissional, o atacante do PSG anda surpreendendo ‘parças’ e companheiros pelo comportamento caseiro. Sai apenas para cumprir compromissos com o clube francês. Diminuiu até as incursões nas redes sociais. Acumula 19 tentos em 23 jogos pelo Paris Saint-Germain em 2020. Nesta sexta, Neymar poderá abiscoitar mais um caneco, a Copa da Liga, num duelo contra o Lyon, e soltar novamente o grito “põe mais um na conta aí”. Depois, partirá para o grande desafio da temporada, a ‘crème de la crème’, a Champions. Em 12 de agosto, o PSG disputará uma vaga às semifinais com a Atalanta, em jogo único. É o favorito.
Super-Ney 2. Na sequência, Neymar deverá enfrentar o vencedor de Atlético de Madrid x Leipzig. A lógica indica vitória dos espanhóis. Jogo duro para Neymar & Cia., mas o talento deverá prevalecer. E aí vem a final contra um dos bichos-papões – Bayern de Munique, Real Madrid, Manchester City, Juventus ou Barcelona. Neymar nunca esteve tão perto da consagração, de colocar na masmorra os eternos invejosos do sucesso alheio, de poder apresentar um currículo com 25 títulos em 11 anos de carreira – nove pelo PSG, oito pelo Barcelona, seis pelo Peixe e dois pela amarelinha desbotada. Mas não poderá realizar um grande sonho: ser coroado o rei do futebol. O novo coronavírus cancelou a Bola de Ouro, da revista ‘France Football’. E a mamãe Fifa também deve suspender a entrega do troféu The Best ao melhor do mundo.
Papo no boteco. O Mirassol anabolizou o fracasso da gestão CA de Barros e Silva, o ‘virgem’, e iluminou a porta do RH para Fernando Diniz, o eterno ‘agora vai’.
Papa-títulos. Aos 29 anos, o lateral-direito Danilo fechou a quadra de ases no futebol europeu. Com o caneco do Campeonato Italiano pela Juventus, o brasileiro soltou o grito de campeão nacional em quatro países. As faixas no peito: Porto ((2011/12 e 2012/13), Real Madrid (2016/17), Manchester City (2017/18 e 2018/19) e, agora, pela Velha Senhora. Danilo joga na Europa desde 2012: “Sou abençoado”, diz o atleta, natural da cidade mineira de Bicas. Revelado pelo Coelho, também ganhou o Paulistinha e a Libertadores com a camisa do Peixe, em 2011. Na carreira, Danilo acumula 21 taças. E pode fechar a temporada com a Champions.
Tiro curto. Urgente: soberano São Paulo desclassificado por um time que montou a escalação via WhatsApp.
Zapping. O ex-jogador e comentarista Neto, da Band, pode sair candidato a conselheiro do clube pela chapa ‘Liberdade Corinthiana’, nas eleições de novembro. Neto já fez parte do CD. O grande objetivo do ídolo da Fiel é chegar ao trono presidencial.
Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Os jogadores e os times, desde as categorias de base, se preocupam demais com a habilidade e com a estratégia de jogo e se esquecem de aprimorar a técnica individual. Como dizia o mestre Cruyff, não basta treinar, é preciso ensinar, não ter vergonha de aprender. Em qualquer atividade, só aprende quem quer e quem não acha que sabe tudo.” No alvo.
Caiu na rede. Até o torcedor de papelão chorou nas arquibancadas do Morumbi com o histórico vexame do time contra o catadão do Mirassol.
Tititi d’Aline. Desempregado, o ‘professor’ Oswaldo de Oliveira pretende lançar em agosto um curso online para treinadores. OO acerta os últimos detalhes para colocar em ação um projeto de youtuber. O meia Ganso está interessadíssimo no programa do campeão brasileiro e mundial pelo Corinthians. Certamente, um dos capítulos especiais será a troca de amabilidades entre OO e Ganso à beira do campo, no embate entre Fluminense e Peixe, pelo Brasileirão/19.
Você sabia que… Palmeiras 2 x 0 Santo André, pelas quartas de final do Paulistinha, rendeu 24,4 pontos ao ibope da plim plim na grande Pauliceia refém da violência?
Bola de ouro. Rose Costa. A treinadora da equipe do Rio Branco, do Acre, pediu demissão após o clube contratar o goleiro Bruno, condenado por homicídio triplamente qualificado da ex-namorada Eliza Samudio. Rose comandava o time desde outubro do ano passado. “O atleta não é um mero profissional, é um exemplo para a sociedade, para os jovens. Como um homem que cometeu um crime tão bárbaro pode ser exemplo para alguém?”, justificou Rose, em entrevista ao Uol. “Não posso manchar minha história no esporte. Eu não acredito que a justiça tenha sido feita.”
Bola de latão. Peixe. Agora quem dá cano é o Santos: Saci colorado cobra 2 milhões de euros (R$ 12,2 milhões) da transferência do atacante Sasha. O clube gaúcho pode recorrer à mamãe Fifa. O jogador foi comprado à la Casas Bahia: 24 parcelas de 83 mil euros (R$ 510 mil). O Peixe não pagou nenhuma. Sasha briga na Justiça para deixar o aquário da Vila Belmiro. Cansou do calote.
Bola de lixo. Marcelinho Carioca. Democraticamente, pode fazer o que bem quiser. Mas não pode usar o manto corintiano para fazer política barata, atrair holofotes nebulosos e condenados pela maioria dos torcedores. O ex-jogador sempre se notabilizou por jogadas demagógicas fora de campo, aproveitando-se do sucesso dentro das quatro linhas. Revoltou a Fiel ao dar a camisa do Corinthians para um presidente que, outro dia, menosprezou o enxoval e se orgulha de encabeçar a direita meia volta, volver. Marcelinho Carioca será candidato a vereador pelo PSL.
Bola sete. “Jamais me verão atrás do pelotão de guerra. Eu só abaixo a cabeça pra orar e só ajoelho pra agradecer. Infelizmente não vejo outro caminho que seguir lutando, batalhando e entregando o melhor que temos pra tentar mudar essa história”(de Daniel Alves, R$ 1,5 milhão por mês, sobre a eliminação do Tricolor – a conferir).
Dúvida pertinente. Marcelinho Carioca, pé de anjo ou do diabo?
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