Por 11 votos a 9, os ínclitos e esfarrapados representantes da casta das chuteiras tupiniquins aprovaram a proposta do Circo Brasileiro de Futebol que limita o troca-troca de ‘professores’ no principal campeonato do país em 2021. Diz a sábia e nada admirável regra: caso demita o treinador, o time poderá inscrever apenas mais um na competição; se também convidar o segundo a uma visita ao RH, terá que se virar nos 30 com um funcionário que esteja no clube há pelo menos seis meses.
A recíproca é verdadeira, ou seja, o ‘professor’ só poderá se demitir uma vez caso queira comandar outra equipe na competição; se entregar o cargo novamente, ele não poderá ser inscrito por outro time. Se for despachado pelo clube, não sofrerá nenhum tipo de limitação. “É um grande avanço do futebol brasileiro. Vai permitir trabalhos mais longos e consistentes. É o fim da dança das cadeiras. Significa organização e planejamento”, bradou Rogério Caboclo, o ‘Napoleão’ da bola nacional. Bizarro!
Primeiramente, trata-se de uma medida para lá de discutível. Inconstitucional. Poderia até dar certo se houvesse um pacto entre os clubes, mas por aqui, todos sabem, a ordem unida é levar vantagem em tudo. O resto que se exploda! O presidente do Bahêa, Guilherme Bellintani, matou a cobra e mostrou o pau. É mais uma recomendação “bonitinha”, na tentativa de dar “um ar de modernidade” ao Brasileirão.
Seria muito mais importante colocar em jogo o fair play financeiro, uma pauta esquecida pela maioria dos cartolas. “Se não haverá punição aos clubes que gastam mais do que arrecadam, se todo mundo poderá continuar dando calote, não venham controlar quantos treinadores eu devo ou não contratar em um campeonato”, escreveu Bellintani nas redes sociais.
Pimba na caxirola: “O intervencionismo só faz sentido se for sistêmico. A velha máxima de ‘vamos mudar alguma coisa para permanecer tudo como está’ não terá o meu apoio.” O buraco é mais embaixo. Tem o calendário desumano, estaduais ridículos, exploração do pé de obra alheio pela amarelinha desbotada… Chega de enxugar gelo. Ou se pega o touro à unha ou grita-se homens ao mar, porque os ratos venceram.
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Pitaco do Chucky. Chega de mimimi: o Capitão Corona não mudou patavina nenhuma. É o mesmo negacionista. Faz jogo de cena porque sentiu que a vaca está indo para o matadouro das urnas.
Berloques da Fiel. O balanço apresentado pelo Corinthians mostra muito bem o caminho das pedras preciosas. O clube investiu R$ 75 milhões na contratação do meia Luan (R$ 29 mi), do chileno Araos (R$ 24 mi) e do zagueiro uruguaio Bruno Mendez (R$ 22 mi). Quando fechou com Luan (foto), a cartolagem evitou divulgar os valores. Nos bastidores, falou-se em R$ 22 mi ao Grêmio por 50% dos direitos econômicos. O atleta assinou até dezembro de 2023. Na prestação de contas, porém, aparece um borogodó: 100% dos direitos adquiridos. Até agora, Luan participou de 47 jogos e marcou sete gols. Nenhum dos três é titular em um time de baixíssimo nível técnico. Uma aberração com o dinheiro alheio.
Zé Corneta. Vagner Mancini é igual pardal bom de bico e ruim de gaiola. Muita conversa fiada no Corinthians.
Haja emoção! As estrelas brilham no Carioquinha: apenas o Botafogo, com dois gols na bacia das almas (aos 45 e aos 50), conseguiu vencer na sexta jornada – 2 a 1 no poderoso Nova Iguaçu. Flamengo e Vasco empataram com Boavista (1 a 1) e Madureira (2 a 2), enquanto o Fluminense perdeu do Volta Redonda (3 a 2). O Rubro-negro está na liderança da Taça Guanabara, com 13 pontos, mesmo número que o Volta Redonda. Portuguesa e Madureira têm 10. Hoje, os quatro estariam nas semifinais do primeiro turno. Fluminense e Botafogo acumulam nove cada. O Vasco está em oitavo, com seis, dois a menos que o Resende. Boavista e Nova Iguaçu também somam seis, um à frente do Bangu. O Macaé carrega a lanterna, com um.
Sugismundo Freud. Só dá a outra face quem é forte.
Vale-chuteira. Soberano São Paulo e Vasco inovaram na transação envolvendo o meia Benitez. Os cariocas ganharam um crédito de R$ 300 mil. Poderão usá-lo para abater no empréstimo de um atleta do Tricolor ou, se acertarem a cessão de um jogador sem compensação financeira, aproveitar o vale para pagar o salário até atingir os R$ 300 mil. Se não pintar nenhuma negociação, o São Paulo terá de bancar o dindim a partir de 2023, em suaves prestações. Ao Independiente, o clube paulista dará US$ 300 mil (R$ 1,6 milhão), divididos em parcelas, pelo empréstimo até dezembro.
Caiu na rede (by ‘Olé do Brasil’). Urgente! UEFA confirma quartas da Champions em Volta Redonda.
Circo. A Fórmula 1 mudou de emissora (Globo para Band), mas continua a mesma na pista. O supercampeão Lewis Hamilton, da Mercedes, venceu o GP do Bahrein, etapa que abriu a temporada 2021. Em disputa contra Max Verstappen, o inglês levou a melhor no fim e deixou o holandês da Red Bull em segundo lugar. Valtteri Bottas, também da Mercedes, chegou em terceiro. Verstappen largou na pole, perdeu a ponta na tática dos pneus, recuperou a três voltas do final, mas como saiu dos limites da pista na manobra, precisou devolver a posição. Chegou a 0s745 de Hamilton
Zapping. A Band obteve cinco pontos de audiência com a transmissão do GP de Bahrein. O circo deixou a plim plim depois de quatro décadas – nos últimos tempos, o ibope cravava a média de 10 pontos na Vênus Platinada. Durante a corrida deste domingo, a emissora carioca obteve oito pontos. A Band dedicou mais de cinco horas à cobertura da nova atração, com direito a ‘Globo lixo’ do tricampeão Nelson Piquet.
Gilete press. De Juca Kfouri, no Uol, sobre o ridículo comportamento de Rogério Caboclo, o ‘Napoleão’ do Circo Brasileiro de Futebol, diante do palmeirense Mauricio Galiotte, na última reunião com os clubes: “Ele [Galiotte] pôs o rabinho entre as pernas, não fez valer a figura do presidente do Palmeiras, da Sociedade Esportiva Palmeiras, que é a razão de ser da CBF e não o contrário. Eu fiquei humilhado por ele, eu fiquei com vergonha alheia. Fosse ele, eu me levantava da reunião e ia embora, ‘seu moleque, você está falando com o presidente do Palmeiras’. Imediatamente eu sairia e organizaria uma rebelião. Se eu ficasse sozinho, paciência, porque é um bando de cuecões.” Nocaute.
Tititi d’Aline. O caldo voltou a azedar entre Palmeiras e FPF. A turma do Palestra não gostou nada de ter jogado contra o São Bento no meio da semana, em Volta Redonda, sob ameaça da covid-19. O suco de jiló já havia sido distribuído na segunda rodada, quando a FPF se recusou a adiar o clássico contra o Corinthians, marcado entre as finais da Copa do Brasil. O Palestra foi obrigado a escalar um misto quente no Itaquerão, minha casa minha vida. Não é bom negócio convidar o chefão palmeirense Maurício Galiotte para tomar uma tubaína na FPF.
Você sabia que… o atacante Jô disputou 39 partidas desde que retornou ao Corinthians em junho de 2020 e marcou apenas nove gols?
Bola de ouro. Grêmio. Na contramão de 99% dos clubes brasileiros, o imortal fechou 2020 com um superávit de R$ 22,2 milhões. A receita girou em torno de R$ 500 milhões, praticamente repetindo o tilintar das moedas de 2019. Com as finanças equilibradas, o Grêmio fechou a contratação do lateral Rafinha e está à espera do ‘sim’ do atacante colombiano Borré, estrela do River Plate. A venda de Everton Cebolinha ao Benfica contribuiu bastante com o saldo positivo do Grêmio.
Bola de latão. Redes antissociais. O ex-jogador e hoje ‘professor’ Thierry Henry colocou ponto final em seus perfis na internet. Cansou dos ataques racistas. Prometeu voltar apenas quando as pessoas que estão no poder regulamentarem as plataformas: “O enorme volume de racismo, intimidação e tortura mental resultante para as pessoas é tóxico demais para ser ignorado. Tem que haver alguma responsabilização.” Para o ex-atacante do Arsenal e da seleção da França, é muito fácil criar uma conta nas redes sociais, usá-la para assediar os outros sem qualquer consequência e continuar anônimo. Thierry Henry deixou o comando do Montreal Impacto em fevereiro.
Bola de lixo. Copa do Brasil. O Marília colhe os frutos da odisseia na competição: 16 casos positivos de covid-19 foram confirmados após a viagem por três estados para enfrentar, como mandante, o Criciúma. A delegação encarou mais de dois mil quilômetros e 40 horas de ônibus para um bate-volta ao Espírito Santo. O roteiro da insanidade começou no estádio Abreuzão, em Marilia. Passou pela mineira Varginha e seguiu até Cariacica. Um dos atletas teve a confirmação depois de um teste rápido numa farmácia. Ao ser liberado para visitar os familiares no interior de Minas, passou mal e decidiu fazer o teste por conta própria. Está de quarentena. O MAC empatou em 0 a 0 e foi eliminado. Antes da viagem, quatro jogadores haviam testado positivo.
Bola sete. “O que eu cobro, como feminista, é ter os mesmos direitos para mulheres no mercado do futebol. Os mesmos salários, as mesmas oportunidades, o direito de me expressar, e até de poder falar meus palavrões em paz. Essa é a minha bandeira. O Brasil é, com certeza, o país mais machista em que já trabalhei” (da treinadora Lindsay Camila, campeã da Libertadores com a Ferroviária – bela paulada).
Dúvida pertinente. O mequetrefe Paulistinha está fazendo falta?
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