Depois de muito diz que diz no tapetão, com o embate chegando a ser adiado, o Tribunal Superior do Trabalho entrou em ação e mandou a bola rolar na mansão Allianz Parque, pela 12ª rodada do Brasileirão, ops, Covidão-20. E o Palmeiras, mesmo diante de um Flamengo com vários ‘fraldinhas’, decepcionou e ficou no 1 a 1, sétimo empate no campeonato. O Palestra está invicto, mas não anda jogando nada pelo elenco milionário que possui. O Rubro-negro, com a garotada, deu uma canseira danada. Patrick de Paula abriu o placar e Pedro empatou.
Ao deixar o gramado no primeiro tempo, o pitbull Felipe Melo esbravejou: “Fizeram muita sacanagem com a gente antes do jogo. Fizeram a gente ficar esperando no gramado, uma falta de respeito sem tamanho com o Palmeiras. Que segue 100% o protocolo. Mexe com a nossa cabeça, não é um jogo normal. Tem que rever conceitos no Brasil, infelizmente.” Chororô!
O Palestra ocupa a quarta posição, com 19 pontos – quatro triunfos e sete empates. O Urubu voa com 18 – cinco vitórias, três empates e três pauladas. O resultado foi muito comemorado pelos rubro-negros, que tiveram de recorrer aos moleques devido a um surto de Covid-19 (mais de 30 infectados, entre atletas, comissão técnica e cartolas). O time foi comandado pelo auxiliar Jordi Guerreiro.
Apesar de enfrentar um Flamengo recheado de moleques, o Palmeiras não conseguiu se impor no primeiro tempo. O Palestra teve mais posse de bola (59% a 41%), só que infrutífera. Conseguiu ameaçar para valer apenas num chute de Zé Rafael na bacia das almas. Hugo defendeu.
O Palmeiras rodou muito a bola, mas apresentou o mesmo problema de outras partidas, lentidão na saída de jogo e na transição. Gabriel Veron, que seria o principal caminho para furar o sólido bloqueio defensivo rubro-negro, decepcionou. Sentiu um pisão de Guilherme Bala e pouco fez para impulsionar o ataque.
Com apenas quatro ‘veteranos’ (Gerson, Arrascaeta, Thiago Maia e Pedro), o Flamengo surpreendeu e o mamão com açúcar esperado pelos palmeirenses só não se transformou em batida de jiló porque o goleiro Weverton fez duas grandes defesas.
Aos 24, a bola sobrou para Pedro na entrada da área. Livre de marcação, o centroavante ajeitou e mandou uma bomba. Weverton espalmou para escanteio. Aos 38, Arrascaeta desceu pela esquerda, arrematou e o goleiro do Palestra fez ótima defesa.
O Palestra voltou para o segundo tempo com duas mudanças. Gabriel Veron e Gabriel Menino foram substituídos por Willian e Raphael Veiga. Aos 9, festa palmeirense: Luiz Adriano ajeitou e Patrick de Paula acertou uma bomba. A bola desviou em Thiago Maia e deixou o goleiro Hugo na saudade. Terceiro gol de Patrick na temporada.
Um minuto depois, ducha fria no time paulista. Arrascaeta, o melhor do Flamengo, recebeu na direita e cruzou à meia altura. Felipe Melo tentou cortar, falhou e Pedro só empurrou para a rede. Aos 13, Hugo operou um milagre em cabeçada de Luiz Adriano. Na sequência, o ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo trocou Lucas Lima (indolente como sempre) por Rony. Zé Rafael também foi embora. Pintou Bruno Henrique.
Aos 23, Arrascaeta, sozinho na marca de pênalti, desperdiçou grande chance para o Flamengo, muito melhor estruturado e equilibrado que o Palmeiras. Aos 32, Lincoln por Lázaro. Depois, João Lucas por Yuri de Oliveira.
Desordenado, o Palmeiras partiu para o abafa. Nada conseguiu. E deixou a torcida frustrada com o sétimo empate em 11 jogos no campeonato. Ano passado, com os bambambãs, o Flamengo ganhou por 3 a 0, no ‘new Maraca’, e 3 a 1, no Allianz Parque.
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Pizzaiolo. O ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo anda incomodado com as críticas ao desempenho do Palmeiras. Não entende por que ignoram a invencibilidade de 18 jogos da equipe, a maior série dos últimos oito anos. Realmente louvável: oito triunfos e somente 10 empates. Ou seja, na divisão mezzo a mezzo após 90 minutos, o Palestra devorou 10 dos 30 pedaços da pizza. Na temporada, 16 vitórias e 15 empates em 33 confrontos. Ano passado, o Palmeiras cravou 19 empates, um a mais que em 2018.
Pitaco do Chucky. Brasil de pernas pro ar: briga-se por políticos e não mais por política.
Super-Keno. Depois de um começo claudicante, o atacante Keno, 30 anos, vive fase fantástica no terreiro do Galo. Dois hat-tricks consecutivos. Seis gols em 180 minutos de bola rolando. Uma façanha inédita na história do clube ao longo do Brasileirão (1971/2020). De quebra, Keno marcou o gol 2.000 do Galo em 49 anos de campeonato. Contratado por R$ 13 milhões, o goleador assinalou três no triunfo sobre o Dragão goiano (4 a 3) e na fácil vitória sobre o Grêmio (3 a 1). Em 2018, o Pyramids do Egito pagou R$ 37 milhões pelo jogador, que estava no Palmeiras. Ao longo do Brasileirão, mais sete jogadores carimbaram seis gols em dois confrontos consecutivos: Bira (Saci colorado/1982), Chicão (Ponte/1986), Claudinho (Vitória/1993), Dodô (São Paulo/1997), Alex Mineiro (Furacão/2001), Romário (Vasco/2001) e Fred (Fluminense/2011).
Zé Corneta. Há que se reconhecer: depois de muito tempo, o ludopédio nacional voltou a viver grandes emoções em um domingo. Nossos cartolas são inigualáveis!
Saravá! Enlouquecido com a estupenda fase da Raposa (brilhante 17º lugar na segundona do Brasileiro), um torcedor está à procura do babalorixá Reginaldo Muller Pádua para apagar o fogo no parquinho. Ano passado, o clube contratou Pádua para tirar o time do sufoco por R$ 10 mil e ficou devendo R$ 4 mil. Resultado: foi rebaixado pela primeira fez e, nesta temporada, sequer chegou às semifinais do Mineirinho, além de ser eliminado pelo CRB na Copa do Brasil. De quebra, a Raposa acumula uma dívida superior a R$ 980 milhões. O torcedor está disposto até a fazer uma vaquinha online para acertar as contas.
Sugismundo Freud. Muitas vezes a verdade destrói ilusões.
The King. O genial LeBron James prometeu e cumpriu: levou o Los Angeles Lakers a uma final da NBA depois de um jejum de 10 anos. A equipe encestou o Denver Nuggets (117 a 107) e fechou a série da Conferência Oeste em 4 a 1 (melhor de sete). Os Lakers decidirão o caneco contra o vencedor de Miami Heat x Boston Celtics. King James deu um show na quinta partida diante do Denver. Chegou ao 27º triplo-duplo, com 38 pontos, 16 rebotes e 10 assistências. Lebron se tornou o quarto jogador a atingir 10 finais da NBA. Kareem Abdul-Jabbar (10), Sam Jones (11) e Bill Russell (12) também superaram a barreira. A fera corre atrás de seu quarto título na NBA – campeão duas vezes pelo Miami Heat e uma pelo Cleveland Cavaliers. O último título dos Lakers foi conquistado em 2010, quando Kobe Bryant era a principal estrela da equipe.
Caiu na rede. Uma vez Flamengo, sempre Flamengo… menos sob a batuta do chefão Landim.
Gilete press. De Guilherme Frossard, no ge.globo: “Dizem que a felicidade não está no destino final, e sim no trajeto. Se é assim, independentemente da taça seguir para Belo Horizonte no início de 2021, o atleticano precisa curtir o momento. O Galo é líder [24 pontos e 72,2% de aproveitamento]. Com convicção, com bola, com repertório, com elenco. Com merecimento. Com mais um trabalho espetacular de Jorge Sampaoli no Brasil.” No alvo.
Tititi d’Aline. Se está ruim na elite, imagine na série C… Na sétima rodada, o Imperatriz só escapou do W.O porque o Vila Nova emprestou calções aos jogadores. O massagista do time maranhense simplesmente esqueceu parte do enxoval. Levou apenas a vestimenta branca. O juiz não permitiu a utilização da peça porque o Vila Nova iria usar a mesma cor. Os donos da casa, então, cederam calções vermelhos, colocados pelo avesso para esconder o carimbo do time goiano. O Imperatriz perdeu por 3 a 0 e carrega a lanterna do grupo A com um ponto. O Vila Nova é vice-líder.
Você sabia que… Fernando Diniz já comandou 44 vezes o soberano Tricolor, acumulando 20 vitórias, 11 empates e 13 derrotas?
Bola de ouro. Luis Suárez. Defenestrado pelo Barcelona, o atacante estreou com dois gols e uma assistência no Atlético de Madrid. O uruguaio de 33 anos entrou aos 25 minutos do segundo tempo. O Atlético arrasou o Granada por 6 a 1. Diego Costa, João Félix, Corrêa e Llorente também marcaram. Molina descontou. Menção honrosa: Hoffenheim. Amassou o poderoso Bayern de Munique: 4 a 1, pela segunda rodada da Bundesliga. O Bayern estava invicto havia 32 jogos. O papa-títulos alemão vinha de 23 triunfos consecutivos.
Bola de latão. Mano Menezes. Um começo arrasador na casamata do Bahêa: três jogos, três derrotas. Ótima contribuição à campanha da equipe, nove jogos sem vencer na elite do campeonato. “Futebol não é um jogo de justiça, é um jogo de competência”, explica o ‘professor’. Com nove pontos, o Bahêa repousa na zona do agrião queimado. Venceu duas partidas, empatou três e perdeu seis.
Bola de lixo. Fernando Diniz. O ‘professor’ do soberano São Paulo chega à decisão contra o River Plate cheio de moral. O time completou cinco jogos sem vencer ao empatar em 1 a 1 com o Saci colorado. É o maior jejum do treinador em um ano a serviço do Tricolor. O último triunfo aconteceu em 6 de setembro: 3 a 1 no Fluminense. Depois, quatro empates (Red Bull Bragantino, Peixe, River e Inter) e uma derrota (LDU). O Tricolor está no bico da cegonha sem asas na Libertadores. Somente uma vitória sobre os hermanos nesta quarta, em Buenos Aires, mantém o São Paulo na briga pela classificação ao mata-mata.
Bola sete. “Você compraria um plano de saúde de Landim?’ (do blogueiro Menon, no Uol – desce o pano).
Dúvida pertinente. Se o Palmeiras estivesse no grupo do São Paulo e enfrentasse o River Plate e a LDU, estaria invicto?
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