O soberano São Paulo está com o grito de campeão entalado na garganta desde 2012, quando saboreou a Copa Sul-americana. Tal eficácia pode ser atribuída ao exemplar planejamento da cartolagem que se julga superior à dos coirmãos, um passo à frente das chuteiras encardidas pela incompetência.
Nos últimos 30 meses, nada menos que 48 atletas aterrissaram no CT da Barra Funda como esperanças e 51 foram embora, a maioria sem deixar um pingo de saudade, até a bolar parar no Brasileirão/17. Alguns não ficaram mais que seis meses.
Somente neste ano, o Tricolor arrecadou mais R$ 165 milhões com a venda de apenas cinco jogadores – média de R$ 33 milhões por pé de obra. Deixaram o clube: David Neres –12 milhões de euros; Luiz Araújo – 10,5 milhões de euros; Thiago Mendes – 9 milhões de euros; Maicon – 7 milhões de euros; e Lyanco – 5,9 milhões de euros. O ‘Armarinho Tricolor’ estimava arrecadar R$ 60 milhões ao longo da temporada.
O preço de alguns reforços: meio-campista Petros, ex-Betis – R$ 9,2 milhões (50% dos direitos econômicos); zagueiro Robert Arboleta, ex-Universidad de Quito – R$ 6,6 milhões; meia Jonatan Gomez, ex-Santa Fé da Colômbia – R$ 2,6 milhões.
A dança são-paulina, sem contar os atletas que deixaram o Morumbi depois do Brasileirão com cara de Brasileirinho:
2015
Chegaram: Luiz Eduardo, Carlinhos, Dória, Wesley, Centurión, Thiago Mendes, Daniel, Wilder Guisao, Jonathan Cafu, Rogério, Bruno, Breno e Lyanco.
Saíram: Tolói, Antônio Carlos, Paulo Miranda, Reinaldo, Edson Silva, Dória, Souza, Boschilia, Maicon, Denilson, Pato, Jonathan Cafu, Ademilson e Ewandro.
2016
Chegaram: Lugano, Júnior Tavares, Douglas, Buffarini, Mena, Maicon, Cueva, Jean Carlos, Robson, Kieza, Chavez, Calleri, Gilberto, Kelvin, Ytalo e Léo Natel.
Saíram: Robson, Jean Carlos, Mena, Centurión, Calleri, Ganso, Kieza, Wilder Guisao, Alan Kardec, Rogério, Luiz Eduardo, Luís Fabiano e João Paulo.
2017
Chegaram: Sidão, Edimar, Cícero, Jucilei, Maicosuel, Thomaz, Denilson, Pratto, Wellington Nem, Morato, Marcinho, Neilton, Jonatan Gomez, Petros, Arboleta, Marcos Guilherme, Aderlan, Hernanes e Bruno Alves.
Saíram: Luiz Araújo, David Neres, Lyanco, Neilton, Chavez, Pedro, Breno, Wellington, Léo, Carlinhos, Auro, Matheus Reis, Michel Bastos, Daniel, Hudson, Thiago Mendes, Artur, Banguelê, Kelvin, Ytalo, Maicon, Wesley, Lucão, Douglas e Cícero.
Um show de bola da cartolagem fora de campo, comandada pelo maestro CA de Barros e Silva desde outubro de 2015. Rodízio de churrascaria não paga nem placê. Resultado: por muito pouco, o ‘Armarinho Tricolor’ não fechou as portas e foi conhecer o inferno em 2018.
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Pitaco do Chucky. Todos têm o direito de dar opinião… até os imbecis.
Balanço. Os ‘professores’ Renato Gaúcho (Grêmio) e Fabio Carille (Corinthians) comeram a cereja do bolo. Conquistaram os títulos mais cobiçados, a Libertadores e o Brasileirão. Engoliram fácil veteranos de guerra, dinossauros do ludopédio nacional, como mestre Cuca, Levir Culpi, Abel, Marcelo Oliveira e Vanderlei Luxemburgo.
Balanço 1. Sem dinheiro para fazer grandes investimentos, Corinthians e Grêmio decidiram raspar o tacho e consagraram o bom e barato, a vitória do primo pobre no Paulistinha, Brasileirão e ‘soy loco por tri América.
Zé Corneta. Brasil, a hora e a vez da anarquia total – no Executivo, Legislativo e Judiciário.
Balanço 2. Impulsionado pelos milhões da ‘titia’ Leila Crefisa, o Palmeiras se consagrou o rei da pipoca: na hora de a onça escovar os dentes, o jacaré tomou conta da lagoa – fracassou contra Ponte (Paulistinha), Raposa (Copa do Brasil), Barcelona (Libertadores) e Corinthians (Brasileirão). Porca miséria.
Balanço 3. Uma vez Flamengo, sempre Flamengo: cheirinho pra cá, cheirinho pra lá, e nada de colocar o bloco na rua. Só faturou o mequetrefe Carioquinha. Atacou de coadjuvante no Brasileirão e na Libertadores. E caiu nos pênaltis na Copa do Brasil e na Sul-americana, com direito a barbárie no ‘new Maraca’.
Sugismundo Freud. A esperança é o pilar do mundo.
Balanço 4. Um dos três ‘bichos-papões’ antes de a bola rolar, o Galo quebrou o bico com seu elenco cheio de estrelas e virou canja – não obteve nem a classificação para a Libertadores.
Balanço 5. Enquanto a nau vascaína desafiou os entendidos e navegou no sucesso, em companhia de uma fantástica Chapecoense, reconstruída depois de uma tragédia, o Peixe fez questão de manter a rota de sempre: nadou aqui, flutuou ali e morreu na praia.
Dona Fifi. Mídias sociais, o palanque da imbecilidade.
Balanço 6. Aleluia! Pela primeira vez nos últimos tempos, o Tricolor das Laranjeiras se livrou do bico da cegonha sem asas em campo e o departamento jurídico pôde sair de férias sem fazer hora extra.
Balanço 7. A torcida do Saci colorado viveu temporada supimpa: vibrou efusivamente com o inédito vice-campeonato da Série B, festejou o tri da Libertadores do amigo de fé e imortal Grêmio e apareceu entre os cavalinhos do ‘Fantástico’ só nos últimos programas.
Caiu na rede. Ô Del Nero, pode esperar, tua hora vai chegar.
Balanço 8. Despacito: o encontro de titãs entre europeus (Real Madrid) e sul-americanos (Grêmio) no palco de Abu Dhabi para a equilibradíssima decisão do Mundial da mamãe Fifa – frente a frente, uma multinacional da bola e um representante da periferia, dos quitandeiros (com todo o respeito);
Balanço 9. De nada valeram as pragas da turma do contra: Neymar manteve o reinado do esporte bretão no país e no mundo, com a transferência recorde de 220 milhões de euros (R$ 820 milhões) – comandou ainda a recuperação da amarelinha desbotada depois do show de horrores do mestre Dunga e seus anões.
Papo de boteco. CBF: Circo Brasileiro de Futebol, Condomínio Brasileiro de Falcatruas ou Confederação Brasileira de Foragidos?
Zapping. O narrador Galvão Bueno é mesmo fora de série. O número um da plim-plim foi eleito o melhor pelos boleiros, com 32,4% dos votos, em pesquisa do ‘Uol’, e também o pior, com 17,1%.
Happy New Year. Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo – Feliz Ano Novo. Lembre-se: nada é tão ruim que não possa ficar pior. O blog voltará em 8 de janeiro. Ninguém é de ferro.
Tititi d’Aline. Ex de Neymar, com quem tem um filho, David Lucca, Carol Dantas é uma felicidade só: engatou um romance com o empresário Vinicius Martinez. O casal trocou juras de amor pelas redes sociais, com direito a foto ao lado do Papai Noel.
Bola de ouro. 2018. Um ano altamente produtivo: nove feriados nacionais. E cinco pontos facultativos. A vida é bela!
Bola de latão. Legado olímpico. O tempo passa, o tempo voa, e nada de as chamas dos Jogos da Rio-16 iluminarem o esporte nacional. Uma vergonha de R$ 40 bilhões.
Bola de lixo. Brasil sil sil… Nem algemas nem tornozeleira eletrônica: os Irmãos Metralha do ludopédio nacional continuam livres como um passarinho na floresta encantada da ‘ilha da fantasia do mestre Tattoo’, em que o STF bate um bolão e seu time é mais conhecido do que a equipe do ‘professor’ Tite.
Bola sete. “Ano Novo vem aí. E com ele 365 novas chances para você fazer merda” (de um Papai Noel com o saco cheio).
Dúvida pertinente. Ano novo, bola velha?
O que você achou? jr.malia@bol.com.br