Se a primeira impressão é a que fica, o gajo Vitor Pereira pôde conferir in loco, na vitória do Corinthians sobre o Red Bulls Bragantino por 1 a 0, no Itaquerão, minha casa minha vida, que o fado desafina se o maestro Renato Augusto não estiver numa boa jornada; que a defesa é um Deus nos acuda nos chuveirinhos na área; que a lateral esquerda é uma avenida com Lucas Piton; que o meio de campo fica muito exposto com apenas Du Queiroz na marcação; que falta um centroavante; e que o banco de reservas não é dos mais produtivos para substituir as feras com mais 30 anos.
Mas o ‘professor’ Vitor Pereira também pôde anotar que o Corinthians tem um dos melhores goleiros do país, Cássio (precisa aprimorar a saída do gol nos cruzamentos e o jogo com os pés); que possui um quarteto mágico, Renato Augusto, Paulinho, Giuliano e Willian; que tem um atacante muito perigoso, Róger Guedes, principalmente se estiver ligado no jogo; e que é dono de uma invejável arma fora das quatro linhas, a força da Fiel nas arquibancadas (30.423 pagantes/R$ 1.894.093)
Em um jogo muito pegado pela nona rodada do mequetrefe Paulistinha, a pré-temporada com ingresso pago, o Corinthians marcou o gol da vitória aos 34 minutos do segundo tempo. Willian recebeu na esquerda, cortou para o meio e chutou no canto esquerdo de Cleiton. O goleiro do Braga deu rebote, Gustavo Mosquito, que havia entrado no ataque, pegou de primeira e mandou na trave. Mas a bola voltou para ele estufar a rede.
Com o triunfo no café da manhã do campeonsto (um crime colocar os jogadores para correrem às 11 horas, sob mais de 30 graus), o Corinthians disparou na liderança do grupo A, com 17 pontos, sete a mais do que o vice-líder Guarani e ainda com um jogo a menos. O Red Bulls Bragantino, com 16 pontos, lidera o D. O Corinthians voltará a campo no próximo sábado, no clássico contra o soberano São Paulo, no Morumbi. O gajo Vitor Pereira deve estrear na casamata corintiana.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona já arrumou emprego para depois das eleições: motorista de ônibus elétrico, em parceria com Nelson Piquet.
Demorô. ‘Professor’ Tite confirmou: deixará a casamata da amarelinha desbotada depois da Copa do Catar, no fim do ano, independentemente do resultado. Não deixará saudade. Que venha o espanhol Pep Guardiola! O ludopédio nacional precisa de um salto de qualidade, um upgrade. O Circo Brasileiro de Futebol deve fazer tudo, e mais um pouco, para contratá-lo. Guardiola está anos-luz à frente de Jesus, Abel Ferreira e outros gringos citados pela mídia caolha.
Zé Corneta. ‘Menino Ney’ abre o jogo em papo com o fofo Ronaldo: não sabe se voltará a jogar no Brasil. Não vai fazer falta.
De baleia a manjubinha. Trata-se de uma simples constatação, primária até: de nada adianta o Santos trocar de ‘professor’ se os alunos continuarem botinudos e a cartolagem seguir tratando o clube como quintal de casa. Nem o ‘catedrático’ espanhol Pep Guardiola seria capaz de colocar ordem na sala de aula. O Peixe vem tropeçando no bê-á-bá da chuteira há muito tempo. Ano passado, por pouco não foi rebaixado pela primeira vez para a série B do Brasileiro. Dificilmente o time obtém uma nota cinco após um jogo. E fora de campo coleciona inúmeros credores e bloqueios financeiros. O rombo supera os R$ 500 milhões. Os espertalhões transformaram a gloriosa baleia numa manjubinha. Na gestão do presidente Andres Rueda, que assumiu em 2021, a média dos técnicos é de três meses e meio no clube. O bola da vez é o hermano Fabián Bustos.
Sugismundo Freud. O medo também pode servir como motivação.
Isto é incrível! O Galo bico de ouro ganhou o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Supercopa, mas a mídia caolha pouco enalteceu o papa-títulos, o time a ser batido nesta temporada. Nas mesas-quadradas da TV, o Urubu voou como grande personagem da final em Cuibá, apesar de ter entrado pela porta dos fundos, graças a um regulamento esdrúxulo, que permite a um vice brigar pelo título. Mohamed, Nacho, Arana e o incrível Hulk foram colocados para escanteio. Discutiu-se barbaridade o trabalho do gajo Paulo Sousa, a decisão de Gabigol em não cobrar um pênalti, a substituição de Bruno Henrique por Diego Ribas e por aí vai. No Bate-Pronto da Jovem Pan, a rádio que virou TV oficial, o comentarista Mauro Beting explodiu após uma hora e 15 minutos de Flamengo no ar: “Não vamos falar do Atlético, o campeão?” O programa é comandado pelo rubro-negro doentio Thiago Asmar.
Caiu na rede. O palmeirense pisca e o Verdão já está em outra final.
Chuá. O basquete brasileiro tem tudo, e mais um pouco, para espantar a crise em 2022. A confederação brasileira receberá uma polpuda verba de R$ 3,6 milhões da Lei Piva, enquanto o vôlei terá mais de R$ 8 milhões. O basquete fica a mínguas porque não vai ao Mundial ou Olimpíada, requisito necessário para ser aquinhoado com mais dindim pelo COB (caixinha, obrigado Brasil).
Gilete press. Do gigante Cássio, após a vitória corintiana sobre o Braga: “Primeiro, feliz e glória a Deus por esse prêmio [melhor em campo]. Não é só meu, é de toda a equipe pela dedicação e empenho. Fizemos um jogo difícil contra uma equipe competente e qualificada. Estamos aqui para ajudar ele [novo treinador], para ajudar o Corinthians a ganhar partidas, ser vitorioso, ir em busca de títulos. Acho que ele ficou muito feliz. Mudando de assunto. Nós, jogadores, temos que nos posicionar. É inadmissível ver jogadores sangrando, jogadores machuados, jogos sendo adiados. E não é para todo torcedor, porque muito torcedor está indignado. Isso não pode acontecer no Brasil, temos que evoluir e não aceitar mais isso.” Na mosca!
Tititi d’Aline. O carismático Rogério Caboclo pegou mais 20 meses de gancho por assédio moral a um funcionário e não volta mais ao trono do Circo Brasileiro Futebol. A pena havia sido imposta pela comissão de ética e foi referendada em assembleia geral. Com a nova suspensão, a punição totalizou 41 meses, período que ultrapassa o fim do mandato de Caboclo, em abril de 2023. A casa maldita do ludopédio tem até um mês para marcar novas eleições para um mandato tampão. Caboclo está afastado desde junho de 2021. Antes dele, foram defenestrados por corrupção Ricardo Teixeira, José Maria Marin (Zé da Medalha) e Marco Polo Del Nero.
Você sabia que… o Leeds United demitiu o hermano Marcelo Loco Bielsa, 66 anos, após a goleada de 4 a 0 para o Tottenham?
Bola de ouro. Fluminense. Mesmo com reservas, passou fácil pelo Vasquinho (2 a 0) e carimbou a nona vitória consecutiva no início da temporada, o que não conseguia desde 1941 em duelos oficiais. O Tricolor das Laranjeiras reina absoluto nos clássicos da Cidade Maravilhosa das balas voadoras: nos últimos 14 confrontos, ganhou nove, empatou quatro e perdeu apenas um. Neste ano, o Flu tem 100% de aproveitamento contra os coirmãos.
Bola de latão. Santa Cruz. Continua colecionando resultados expressivos: pela primeira vez levou uma traulitada do Retrô em jogos oficiais. E com requintes de crueldade: havia 15 anos que não perdia por 4 a 0 no Arruda. A última vez tinha sido para o Vasco no Brasileirão de 2006. O Retrô abriu o caminho para a façanha ainda no primeiro tempo, quando colocou 3 a 0 no placar. Com a goleada, o Santinha ficou numa situação difícil, pois não depende mais das próprias forças para terminar a primeira fase na frente de pelo menos dois concorrentes a uma vaga na série D de 2023.
Bola de lixo. Violência. Bandidos travestidos de torcedores transformaram o futebol numa guerra em apenas três dias. O ludopédio deixou o noticiário esportivo para frequentar a editoria de polícia. A barbárie teve bombas, invasão de campo, veículos danificados e jogadores hospitalizados. Começou em Salvador, passou por Recife, atingiu o Gre-Nal e chegou a Curitiba. Uma vergonha!
Bola sete. “Os treinadores brasileiros não fascinam mais os torcedores porque muitos ficaram estagnados, após décadas de repetições e de vícios. Não é apenas modismo a procura por tantos técnicos estrangeiros, portugueses e sul-americanos, principalmente da Argentina” (do pequeno grande Tostão, na Folha – no alvo).
Dúvida pertinente. Até quando os patrocinadores fecharão os olhos para os escândalos do Circo Brasileiro de Futebol?
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