O Palmeiras assumiu a liderança do campeonato ao derrotar o Peixe por 1 a 0, no aquário da Vila Belmiro, e ser beneficiado pelo fracasso do Corinthians contra o Coelho (1 a 1 no Itaquerão). Após oito rodadas do campeonato, o Palestra acumula 15 pontos, mesma pontuação que o Alvinegro, mas leva vantagem no saldo de gols, 8 a 4. Com o triunfo do Galo sobre o Avaí, o Corinthians caiu para o terceiro lugar, já que também perde no saldo para o atual campeão, 5 a 4.
Mesmo sem apresentar um bom futebol, o Palmeiras venceu com um gol de Gustavo Goméz. Já Raphael Veiga perdeu um pênalti, o primeiro em 25 cobranças com a camisa alviverde. O Corinthians, por sua vez, decepcionou a Fiel, jogou muito mal e só conseguiu empatar aos trancos e barrancos com Gustavo Mosquito. O time mineiro merecia o triunfo.
O Palmeiras começou o clássico mais agressivo, explorando a direita com Dudu. Aos poucos, o Peixe equilibrou o jogo, com forte marcação no meio de campo. Compensou a técnica menos apurada em relação ao Palestra com muita raça na briga pela bola. Criou as melhores oportunidades da etapa inicial, deixando a torcida animada (14.220 pessoas/R$ 416.655)
Em uma delas, o Peixe chegou ao gol. Léo Baptistão disputou a bola e mandou na área. Gabriel Menino desviou para trás, e Marcos Leonardo, livre, tirou de Lomba. Porém, sua senhoria, o assoprador de latinha Luiz Flavio de Oliveira, atendeu chamado do VAR, foi conferir na telinha, apontou falta de Baptistão em Zé Rafael e anulou o gol.
No segundo tempo, o jogo ficou mais truncado. Toma lá, dá cá, e raros momentos de emoção. Ricardo Goulart substituiu Jhojan Júlio no Peixe; Rafael Navarro entrou no lugar de Dudu no Palmeiras, que também trocou Murilo, lesionado, por Naves. Aos 22, numa jogada despretensiosa pela direita, Marcos Rocha foi derrubado por Rodrigo Fernández na área.
Pênalti confirmado pelo VAR, sob muitos protestos dos santistas. Raphael Veiga ajeitou a bola, chutou e… pimba na trave. Primeira cobrança desperdiçada pelo meia em 25. A frustração palmeirense, porém, durou apenas nove minutos. Scarpa bateu escanteio e Gustavo Gomez cabeceou. A bola desviou em Lucas Pires antes de balançar a rede: 1 a 0, aos 34.
Em desvantagem, o Santos partiu para o tudo ou nada. Ricardo Goulart mandou uma bomba e Marcelo Lomba espalmou. Desesperado atrás do empate, o Peixe proporcionou bons espaços para o contragolpe, mas o Palmeiras não soube aproveitá-los para aumentar o placar. No final, tratou de segurar a bola para garantir os três pontos e a liderança.
No Itaquerão, minha casa minha vida, envelopado como Neo Química Arena, o Corinthians maltratou a bola e só escapou da derrota aos 36 minutos do segundo tempo, graças a um gol de Gustavo Mosquito. O Coelho saiu na frente com um tento de Aloísio ‘Boi Bandido’, aos 21 da etapa final. O time mineiro foi superior ao Corinthians e merecia o triunfo. Mais uma vez, Cássio se destacou no Alvinegro.
Após três partidas esquentando o bumbum no banco de reservas por picuinhas com o gajo Vitor Pereira, Róger Guedes jogou como titular. Procurou mais a bola e participou do lance do gol. Maycon cobrou escanteio na direita, Guedes cabeceou e Jaílson salvou. No rebote, Mosquito acabou com o sofrimento da Fiel. Que voltou a ver uma equipe sem padrão, incapaz de se impor ao adversário mesmo com o apoio incansável da galera (35.122 torcedores/R$ 2.164.285,50).
No primeiro tempo, por exemplo, chutou apenas uma vez ao gol de Jailson. E no segundo, só complicou a vida do Coelho na reta final, na base da raça e sem um pingo de inteligência. O prestígio de Vitor Pereira já começa a subir no telhado. Depois do jogo, parte da galera voltou a entoar ‘ou joga por amor ou joga por terror’ e ‘não é mole não, tem que ser homem para jogar do Coringão’.
Outros resultados: Fluminense 1 x 2 Flamengo, Cuiabá 0 x 1 Furacão, Coxa 1 x 0 Botafogo e Galo 2 x 1 Avaí.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona, imbatível no jogo da moedinha: cara eu ganhei, coroa você perdeu.
Maquiagem tricolor. O balanço financeiro de 2021, apresentado pelo soberano São Paulo, indicou um rombo de R$ 642 milhões. A dívida cresceu 10,5% em relação a 2020, quando a soma dos papagaios chegou a R$ 574 milhões. Na prova dos nove, porém, 2+2= 5. Quem garante é o economista César Grafietti, especialista em finanças do esporte. Ele calcula que o cheque especial vermelho, preto e branco já atingiu R$ 739 milhões. Ou seja, tem caroço no angu tricolor. Segundo Grafietti, o clube calculou a dívida levando em conta todos os passivos, diminuindo-se os ativos. Não está errado, mas não é o modelo habitual de análise no mercado. Traduzindo: uma bela maquiagem de R$ 97 milhões de Júlio ‘Instagram’ Casares, seus pares e impares.
Maquiagem tricolor 2. Pelo sim, pelo não, o Conselho Fiscal mandou um recado: a diretoria deve cumprir “de forma severa” o orçamento deste ano, descer o facão nas despesas, reduzir a dívida a qualquer custo. Houve aumento de receitas, mas foi devorado pelas chuteiras. Um dos problemas foi não ter pago os compromissos quando a dívida foi gerada. O Tricolor deve somente para Richarlyson e Ganso a mixaria de R$ 16 milhões. Também estão entre os credores: Jucilei (R$ 4,7 milhões), Hernanes (R$ 2,9 milhões) e Daniel Alves (R$ 22,8 milhões, parcelados em R$ 400 mil até 2026). Em intermediações, o São Paulo acumula R$ 58,2 milhões a pagar. E la nave va num mar de espinhos.
Zé Corneta. O ‘professor’ Rogério Ceni tem mesmo salvo-conduto da mídia. Vem errando nas substituições sistematicamente, mas passa incólume às críticas.
Zapping. SBT em ritmo de festa: final da Champions entre Real Madrid e Liverpool deixou a plim plim na poeira. A emissora de SS liderou a audiência em São Paulo, a principal praça da publicidade, com a média de 15 pontos. A Vênus Platinada ficou em segundo, com 10,7. Depois apareceram Record (3,8), Band (2,4), Cultura (0,5) e RedeTV (0,1). Durante o jogo o SBT conseguiu um pico de 17. Cada ponto na Pauliceia desvairada equivale a 75 mil domicílios sintonizados.
Sugismundo Freud. As opiniões dos outros são realmente dos outros.
Só no cheirinho. E o Jürgen Klopp, hein? O ‘professor’ alemão está se especializando em nadar, nadar e morrer na praia. Ao levar bala do Real Madrid no Parque dos Príncipes, faturou o terceiro vice da Champions, o segundo na casamata do Liverpool (tombou duas vezes contra o time espanhol). Campeão da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga, Klopp sonhava em fechar a temporada no Olimpo das chuteiras, com o título da Premier League e da Champions. Perdeu o campeonato para o Manchester City de Guardiola por um ponto e a decisão da Champions para o Real. A inédita quádrupla coroa virou pó.
Tiro livre. Troca-troca na Petrobras, apenas um jogo de cena do Capitão Corona para o gado mugir e abandonar o rabo.
Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na Folha: “Diferentemente do que ocorre na estrutura individualista do futebol e do país, polarizada e empobrecida, em todos os sentidos, em que as pessoas só escutam, enxergam e entendem o que lhes interessa, o jogo no campo é um esporte de diversidade, de diferentes visões estratégicas, um teatro de emoções, de encontros e desencontros, como é a vida.” Bingo!
Caiu na rede. Tite valoriza os ‘pernas rápidas’ e esquece os ‘lúcidos nas pernas’.
Tititi d’Aline. O gajo Paulo Sousa já se considera um carioca. Depois de morar num hotel da Barra da Tijuca, o contestado ‘professor’ do Flamengo repousa numa bela choupana no mesmo bairro. Ela fica a poucos metros da praia. Sempre que pode, o patrício dá um mergulho ou uma caminhada pela areia para relaxar. Outra curtição de PS: o futevôlei. Como ninguém é de ferro, não dispensa um chope ou uma taça de vinho ao lado de amigos, sempre de chinelinho no pé.
Você sabia que… o gajo Abel Ferreira já cumpriu nove jogos de suspensão desde que aterrissou no Palmeiras em outubro de 2020?
Bola de ouro. Carlo Ancelotti. Aos 62 anos, o ‘professor’ do Real Madrid ganhou pela quarta vez a Champions. É o primeiro tetracampeão entre os 66 treinadores que já conquistaram o caneco em quase 70 anos de torneio. Ancelotti, campeão duas vezes com o Milan, em 2003 e 2007, já tinha conquistado a Champions com o Real Madrid, em 2014. Como jogador, ele também teve uma carreira vitoriosa. Ao lado do brasileiro Paulo Roberto Falcão, o meio-campista ajudou a Roma a conquistar o histórico título italiano de 1982/83, quebrando um jejum de 40 anos, além de quatro Copas da Itália. Cabe a pergunta: por que não pensar em Ancelotti para substituir Tite na amarelinha desbotada depois da Copa do Catar? Tem muito mais bagagem que o gajo Abel Ferreira ou espanhol Xavi.
Bola de latão. Grêmio. Ficou no ‘oxo’ com o Vila Nova, em Goiânia, e completou quatro jogos sem vencer na série B. O ‘professor’ Roger Machado já encara protestos da torcida. Que, após o apito final no duelo em Goiás, gritou “Renato! Renato! Renato!”, pedindo a volta do treinador ao imortal – deixou o cargo no início de 2021. O Grêmio perdeu da Raposa e empatou com Ituano, Criciúma e Vila Nova. Ocupa a quinta colocação, com 13 pontos, nove atrás do líder Cruzeiro.
Bola de lixo. Fortaleza. Mais preocupado com a Libertadores, o time cearense segue na lanterna do Brasileirão. Ficou no 1 a 1 com o Juventude, no Castelão, e coleciona apenas dois pontos em sete partidas – empatou duas vezes e perdeu cinco. A equipe do ‘professor’ Vojvoda só não sofreu outra derrota porque o goleiro Marcelo Boeck fez grandes defesas. O Leão do Pici voltará a campo na próxima quarta. E terá de jogar muito para saborear o primeiro triunfo: enfrentará um Ceará embalado por 100% na Sul-americana, além de um empate com o soberano Tricolor no Morumbi.
Bola sete. “Fiz muito gol, muita coisa boa e muita merda. Peitei treinador, dirigente, a ditadura militar, capotei carro, vi demônios, enterrei irmãos, quase morri de overdose e agora só quero morrer de amor” (de Casagrande, num dos episódios da série ‘Casão – Num Jogo Sem Regras’, da Globoplay – imperdível)
Dúvida pertinente. Turco Mohamed (Galo), Vitor Pereira (Corinthians) ou Paulo Sousa (Urubu), quem vai dançar primeiro?
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