O Flamengo manteve a freguesia. Com um gol de Pedro no segundo tempo, após grande jogada de Bruno Henrique pela esquerda, o Rubro-negro derrotou o Palmeiras por 1 a 0, no ‘new Maraca’, pela primeira rodada do Brasileirão. O Palestra não vence a equipe carioca desde novembro de 2017. O placar indica: quatro derrotas e quatro empates em oito confrontos. No retrospecto geral, 46 vitórias do Palmeiras, 41 do Urubu e 33 empates em 120 partidas. Depois da partida, o ex-jogador Edmundo, o Animal, criticou o Palestra de Abel Ferreira: “Nosso time precisa propor o jogo! Não só jogar de contra-ataque.”
Gabigol, com problemas intestinais, desfalcou o Flamengo. Além de Bruno Henrique, os goleiros Diego Alves e Weverton estiveram em tarde inspirada. O Rubro-negro voltará a campo na próxima quinta, quando visitará o Coxa, em duelo da Copa do Brasil. O Palmeiras jogará contra o CRB, em Alagoas.
Eficiente na marcação e perigoso nos contragolpes, o Palmeiras foi superior ao Flamengo no primeiro tempo. A equipe do gajo Abel Ferreira explorou muito bem a velocidade de Rony ‘Bolt’ e criou sérias dificuldades para a zaga rubro-negra. Em uma delas, o atacante desceu pela direita, cruzou e Luiz Fabiano bateu de primeira. Diego Alves salvou com o pé esquerda. Já na reta final da primeira etapa, Rony ‘Bolt’ se livrou de Gerson, após receber lançamento, e mandou uma bomba. Diego Alves espalmou para escanteio.
Sem Gabigol (vetado por causa de problemas intestinais), o Flamengo teve mais posse de bola, porém sem muita verticalidade. Sucumbiu à defesa palmeirense, capitaneada pelo excelente paraguaio Gustavo Gomez. Pedro, substituto de Gabigol, fracassou nas duas chances do time carioca.
O Flamengo cresceu muito no segundo tempo. Apertou o cerco sobre Rony ‘Bolt’ e passou a envolver o Palmeiras com mais criatividade, principalmente pela esquerda com Bruno Henrique. Que desperdiçou boa oportunidade logo a um minuto, tocando por cima do gol na frente de Weverton. Aos seis, o ponta arrematou e Weverton defendeu.
Com seguidas falhas no combate aos rubro-negros no meio de campo, o ‘professor’ Abel Ferreira trocou Felipe Melo por Danilo aos nove. Na sequência, mais três mudanças: Raphael Veiga por Gustavo Scarpa, Parrick de Paula por Zé Rafael e Luiz Adriano por Wesley. Ninguém entendeu a saída do atacante, já que vinha abastecendo Rony ‘Bolt’ com ótimos passes.
Aos 25, Weverton operou um milagre em cabeçada de Rodrigo Caio. Aos 30, o Flamengo foi premiado pelo melhor futebol em campo. Bruno Henrique superou dois palmeirenses com uma rapidez incrível e cruzou. Pedro, até então apagado, apareceu na pequena área e completou para a rede.
Depois do gol, Rogério Ceni sacou Everton Ribeiro e colocou Vitinho. No Palmeiras, Matias Viña por Victor Luiz. O Flamengo não se acomodou na vantagem e continuou dando trabalho ao goleiro Weverton. O Palestra partiu para o tudo ou nada e parou nas luvas de Diego Alves. Que, a exemplo de Weverton, foi um dos destaques do clássico meio chinfrim no primeiro tempo, mas bem disputado e até emocionante no segundo.
No Itaquerão, minha casa minha vida, envelopado como Neo Química Arena, o Corinthians estreou como os amigos da onça gostam: Dragão goiano, 1 a 0. O duelo marcou a estreia do ‘professor’ Sylvinho na casamata corintiana. Zé Roberto marcou o gol da vitória na bacia do primeiro tempo.
O Corinthians teve a chance de empatar no segundo, mas Mateus Vidal perdeu o pênalti. Fernando Miguel defendeu, a bola sobrou para o corintiano, que chutou rasteiro e o goleiro pegou novamente. Fernando Miguel foi o melhor em campo. Além do pênalti, fez pelo menos três defesas difíceis ao longo da partida.
Desta vez, o Dragão derrotou São Jorge e deixou a Fiel com a certeza de que deverá agradecer ao santo padroeiro se o Corinthians escapar do rebaixamento. Após a derrota, a galera criticou Sylvinho por ter escalado Mosquito como ‘falso nove’, abandonado o esquema com três zagueiros, colocado Roni e Camacho como volantes, ‘prendido’ Fagner na lateral, promovido o retorno de Gil e substituído Luan apenas no final da partida.
No café da manhã do campeonato, o Galo perdeu de 2 a 1 do Fortaleza, em BH. O time mineiro saiu na frente com um gol de Hulk, cobrando pênalti. O Fortaleza virou com dois gols de Pikachu. No Castelão, o Ceará venceu o Grêmio por 3 a 2. O Vozão chegou a abrir dois gols de diferença na etapa inicial, viu o imortal empatar e, nos acréscimos, Jorginho deu a vitória. Outros jogos: Furacão 1 x 0 Coelho e Chapecoense 0 x 3 Bragantino.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona & Filhos: até satanás já está de saco cheio.
Gringolândia. Nossos preclaros e obscuros ‘professores’ têm carradas de razão quando se manifestam contra a invasão dos gringos, garantindo que não precisam aprender nada com os estrangeiros. Prova dos nove: a revista inglesa ‘FourFourTwo’ preparou um ranking com os 50 melhores treinadores do mundo e não aparece nenhum brasileiro para contar a história. Guardiola, do Manchester City, lidera a tropa. Depois, vêm Antonio Conte, da Inter de Milão, e Diego Simeone, do Atlético de Madrid. Além de Simeone, mais quatro hermanos figuram na lista: Marcelo Gallardo, do River Plate; Marcelo Bielsa, do Leeds; Mauricio Pochettino, do PSG; Hermán Crespo, do São Paulo, mas pelo trabalho realizado no Defensa y Justicia. Ocupa o 50º lugar. Os demais são europeus.
Gringolândia 2. Nos últimos tempos, em Terra Brasilis, os estrangeiros soltaram várias vezes o grito de campeão. O gajo Jorge Jesus, por exemplo, faturou cinco canecos com o Flamengo. Já o patrício Abel Ferreira ganhou a Libertadores/20 e a Copa do Brasil/20 no Palmeiras. E, para felicidade dos defensores da reserva de mercado, Crespo colocou a faixa de campeão paulista de 2021. O top 10 da ‘FourFourTwo’:
Pep Guardiola (Manchester City)
Antonio Conte (Inter de Milão)
Diego Simeone (Atlético de Madrid)
Jürgen Klopp (Liverpool)
Julian Nagelsmann (RB Leipzig)
Hans-Dieter Flick (Bayern de Munique)
Thomas Tuchel (Chelsea)
Mauricio Pochettino (PSG)
Gian Piero Gasperini (Atalanta)
Brendan Rodgers (Leicester)
Zé Corneta. A vida é bela: em tempos de crise, Rogério Caboclo, o Napoleão do Circo Brasileiro de Futebol, comprou quitinete na Barra da Tijuca por R$ 10,5 milhões… à vista.
Entre a cruz e a parede. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come… A possibilidade de a Olimpíada ir para o beleléu provocaria um prejuízo de R$ 88 bilhões ao Japão. A matemática é do economista Takahide Kiuchi, do Nomura Research Institute e ex-membro do conselho do Banco do Japão. Já o risco de o país mergulhar na pandemia de covid-19, com a disseminação da doença, poderá acarretar em gastos de R$ 300 bilhões. Os médicos temem que a presença de turistas durante os Jogos ocasione a proliferação do vírus num país com pouca cobertura vacinal (nem 5% da população foi imunizada). A disputa por medalhas começará em 23 de julho.
Sugismundo Freud. O amor é uma ilusão de ótica inventada pela sociedade.
Cancelado. O pugilista Esquiva Falcão, medalha de prata na Olimpíada de Londres, em 2021, colhe os frutos do patrocínio da Havan, empresa do negacionista Luciano Hang, amigo de fé e irmão camarada do Capitão Corona: está perdendo vários seguidores. “A Havan vai me ajudar a chegar ao título mundial. Não se pode confundir patrocínio com política”, diz o boxeador, que entregava pizza até pouco tempo atrás para ajudar a mulher. Diga-me com quem andas…
Tiro livre. E segue o baile do avestruz: operário faz macumba contra Galo no futuro estádio do clube e é demitido pela construtora por justa causa.
Gilete press. Do chefão são-paulino Júlio Casares à colunista Mônica Bergamo, da Folha: “O presidente da CBF, Rogério Caboclo, realmente convidou o Muricy (Ramalho) para trabalhar na seleção. Eu falei que não gostaria de abrir mão dele, que é um profissional sério, um patrimônio do São Paulo. E o Muricy não desejou largar esse projeto. Agi como um mandatário representando 20 milhões de torcedores. É claro que eu fico lisonjeado porque fomos atrás dos melhores. E os melhores estão aqui (…) Queremos transformar o círculo vicioso em virtuoso. Estamos melhorando. Quando chegamos aqui, estávamos vendendo o café da manhã e o almoço para pagar o jantar. Agora começamos a vender só o café da manhã.” O campeão voltou?
Caiu na rede. Peixe: pior do que está é só continuar com o que tem.
Tititi d’Aline. O supercampeão Daniel Alves, 41 canecos no currículo, abriu o jogo: já começa a ficar incomodado com o calote de R$ 11 milhões do soberano São Paulo. Ele garante não ser movido a dinheiro, mas a paciência está se esgotando. Papagaio é bom só na gaiola. Ninguém gosta de trabalhar de graça. “Quando você compra um grande vinho, não compra a garrafa, compra a história. Ela tem um preço. Se você não tem capacidade de arcar com essa história, dificilmente vai beber grandes vinhos constantemente”, justificou o sommelier Daniel Alves. Que ainda degustou: chega um momento que não pode facilitar mais. E o vinho pode azedar.
Você sabia que… a TV paga perdeu mais de 200 mil assinantes apenas em março?
Bola de ouro. Tiago Volpi. O goleiro são-paulino está se especializando em agarrar pênaltis. Já pegou quatro desde dezembro de 2019, o último deles cobrado por Nenê, do Fluminense. O soberano Tricolor não toma gol da marca da cal há 546 dias – o último foi assinalado por Luciano, à época no Grêmio e hoje no Morumbi. Além das defesas de Tiago Volpi, duas cobranças foram para fora e uma parou na trave.
Bola de latão. Sergio Villarreal. O volante colombiano de 26 anos é um tremendo cara de pau. Chegou como esperança ao Nacional de Patos e foi dispensado após o Paraibaninho. Não entrou nenhuma vez em campo. Mas nas redes sociais divulga que marcou um gol (utilizou imagem do tento de Fernando Pires na derrota para o Treze por 2 a 1) e foi escalado na seleção da rodada. Detalhe: o gol de Fernando Pires foi marcado quando Sergio Villarreal já não estava mais em Patos.
Bola de lixo. Cuiabá. Demitiu o ‘professor’ Alberto Valentim após o empate (2 a 2) com o Juventude. Deu um bico no treinador apesar do título mato-grossense e da invencibilidade da equipe – sete vitórias e três empates em 10 partidas. A decisão partiu dos irmãos Alessandro Dresch (presidente) e Cristiano Dresch (vice). Valentim é conhecido por exigir carta branca, não aceitar palpite da cartolagem.
Bola sete. “Ninguém quer perder pontos, ainda mais em casa, mas não dá para transformar isso em pesadelo. Faz parte do show, o Campeonato Brasileiro é longo. Quando não dá para ganhar, tem que pontuar, porque lá na frente esses pontos podem fazer muita falta” (do goleiro Tiago Volpi, após o empate do soberano Tricolor com o Fluminense – há controvérsias).
Dúvida pertinente. Flamengo acima de todos?
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