O senador pitbull Romário decidiu bombardear a mordaça no esporte. O Baixinho apresentou Projeto de Lei para castrar o autoritarismo no esporte brasileiro, acabar com a punição ao atleta que se manifestar politicamente ao longo de uma competição.
A proposta nasceu após engravatados de colarinho branco do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) advertirem a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg por dizer ‘Fora, Bolsonaro’ depois de uma partida do circuito nacional.
Romário lembrou aos abjetos cartolas enclausurados no poder que “a livre manifestação de pensamento é direito garantido na Constituição”.
Os anos de chumbo do verde oliva foram sepultados, embora ainda apareça gente fazendo uma força incrível para cantarolar novamente ‘eu te amo meu Brasil, eu te amo…’
De acordo com Romário, a Lei Pelé absorveria um artigo dizendo que “nenhum atleta poderá ser punido devido a uma manifestação de natureza política, salvo se houver ofensa direta e expressa, durante a disputa de uma competição, a um de seus participantes, patrocinadores ou organizadores”.
Romário é uma das raras vozes do esporte que saíram em defesa de Carol. Que sentiu, no retorno à Saquarema, para a disputa de mais uma fase do circuito, um gigantesco apoio dos atletas.
“Ninguém falou nada sobre o episódio. Acho que todos preferem evitar assuntos polêmicos”, contou Carol. Ou seja, estando bom pra mim, que se exploda o resto. Lutar para quê?
Ficar em cima do muro traz ótimos dividendos, menos para Carol. “Difícil ver tudo o que está acontecendo sob esse governo e se calar. Um governo com uma política totalmente covarde com as minorias, que está destruindo nosso meio ambiente, que faz apologia a torturadores, que ameaça à imprensa, que tem desprezo total pela nossa cultura e nossos maiores artistas, que ri da nossa cara e mente descaradamente”, desabafou Carol ao ‘Globo’.
Ela classificou a advertência do STJD como censura. Mas não vai se calar. Promete soltar o verbo sempre que achar imprescindível. Se preciso, repetirá ‘Fora, Bolsonaro’ quantas vezes for necessário.
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Pitaco do Chucky. Capitão Corona x Doria, o Trumpinho da Pauliceia: o único santinho é o diabo que os carregue.
Gajo no Palestra. Depois de mais de duas semanas da demissão do ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo, fumaça branca na chaminé do Allianz Parque: Abel Ferreira, 41 anos, é o novo comandante do Palmeiras. Contrato até dezembro de 2022. Salário: 120 mil euros (R$ 800 mil). O gajo despontou na elite da bola portuguesa em 2017. Assumiu o Braga e ganhou muitos elogios. Estava no Paok da Grécia. Antes de acertar com Abel Ferreira, a cartolagem palmeirense negociou com Miguel Ángel Ramírez, do Independiente Del Valle. Sem sucesso. Também fracassou nas negociações com Gabriel Heinze, Sebastian Beccacece, Ariel Holan e Quique Setién. Abel Ferreira vai aterrissar com quatro portugueses: os assistentes Vitor Castanheira e Carlos Martinho, o preparador físico João Martins e o analista de dados José Magalhães.
Zé corneta. Mancini está mais perdido no Corinthians do que brigadeiro em sopa de jiló.
Desafio corintiano. Faltando apenas uma rodada para o final do primeiro turno do Covidão-20, uma dura realidade para a Fiel: o Corinthians venceu apenas equipes que se viram nos 30 para escapar do fantasma do rebaixamento. Os únicos pontos que conquistou contra times mais bem colocados foram nos empates com Peixe, Fortaleza e Dragão goiano, todos no Itaquerão, minha casa minha vida, agora envelopado como Neo Química Arena. Ou seja, dos 21 pontos obtidos em 54 possíveis, somente 18 (85%) foram graças aos coirmãos de bico quadrado que namoram ou frequentam a zona do agrião queimado. Neste fim de semana, o time receberá o Saci colorado. Sem a Fiel nas arquibancadas, o estádio da zona leste virou salão de festas dos visitantes.
Sugismundo Freud. O medo também é um sinal de respeito.
Caça ao tesouro. Graças ao eldorado financeiro provocado pela pandemia do novo coronavírus, o mata-mata da Copa do Brasil está sendo encarado como boia, pé de pato, máscara e cilindro de ar no mergulho pela sobrevivência. A passagem às quartas de final representará um reforço de R$ 3,3 milhões. Se avançar às semifinais, mais R$ 7 milhões. Se carimbar uma vaga na decisão e for vice-campeão, levará mais R$ 22 milhões; se soltar o grito de campeão, embolsará R$ 54 milhões, além do dindim das fases anteriores. Ao eliminar o Fortaleza nos pênaltis, o soberano Tricolor já beliscou R$ 3,3 milhões. A maratona do Covidão-20 dará R$ 31,7 milhões ao ganhador.
Tiro curto. Mídia caolha: amigos da imprensa ou bocas de aluguel?
Cobrança aos ídolos. Melhor jogadora do mundo em 2018/19, a americana Megan Rapinoe criticou a omissão do hermano Messi e do gajo Cristiano Ronaldo na luta contra o racismo. A bicampeã mundial de futebol acredita que eles poderiam exercer papel preponderante graças à popularidade que desfrutam: “Não estou falando sobre usar uma camiseta do Black Lives Matter, estou falando sobre ir mais fundo no combate ao racismo”, disse Rapinoe ao jornal ‘L’Equipe’. A jogadora citou como exemplos o piloto Lewis Hamilton, o rei do garrafão LeBron James e a tenista Naomi Osaka. “A liberdade de expressão de Hamilton é incrível, para não mencionar LeBron James, já que eles estão no centro de apostas econômicas colossais. E Naomi Osaka, que usa uma máscara no US Open com nomes de negros mortos pela polícia americana como Breonna Taylor e George Floyd, no meio do tênis que é tão branco!
Caiu na rede. Camisa do Corinthians impera no Halloween.
Gilete press. De Mauro Cezar Pereira, no Uol: “Acho que é uma aposta interessante [contratação de Abel Ferreira], melhor do que qualquer outra tentativa do mais do mesmo com técnicos brasileiros. O que chama a atenção é a falta de rumo e ideias dos dirigentes, que atiraram para todos os lados na busca por um novo técnico. Mas me parece uma tentativa interessante. O clube arrisca outro caminho e, com o elenco que tem, pode fazer mais do que tem apresentado recentemente.” A conferir.
Tititi d’Aline. Lançadas por vários times no mês da conscientização e combate ao câncer de mama, as camisas na cor rosa estouraram em vendas, com um crescimento de 77% em relação ao mesmo período de 2019. Soberano São Paulo, Peixe, Flamengo, Fluminense, Saci colorado, Grêmio, Sport, Avaí, Chape e Furacão adotaram o enxoval. A comercialização dos modelos femininos aumentou 121% em comparação a outubro do ano passado, de acordo com a Netshoes. As peças custam R$ 199.
Você sabia que… Macini ainda não venceu na casa corintiana?
Bola de ouro. Hugo Neneca. Craque, o Flamengo faz em casa… E a inesgotável usina do Ninho do Urubu produz mais um: Hugo de Souza Nogueira. O paredão de 21 anos e 1,96m precisou de apenas um mês, mais precisamente de 10 jogos, ou 900 minutos e uns quebrados, para explodir como novo xodó da torcida. Há 12 anos no clube, Neneca saltou de quarta opção para um dos principais responsáveis por sete vitórias e três empates do time. Deixou Diego Alves, César e Gabriel Batista na poeira. Sofreu apenas oito gols, um a cada 113 minutos, e operou pelo menos 13 milagres, com direito a pegar até pênalti contra o Furacão. Neneca, R$ 50 mil mensais, estreou contra o Palmeiras. E, de cara, ganhou o troféu de melhor em campo.
Bola de latão. Arboleda. O zagueiro foi multado pelo soberano São Paulo por ter sido flagrado numa balada em meio à pandemia do novo coronavírus. Arboleda apareceu num vídeo que dominou as redes sociais e deixou a torcida muito irritada. O equatoriano de 29 anos já foi contaminado e se recuperou. Envolvido em outras confusões (chegou a tirar foto com uma camisa do Palmeiras), Arboleda deve ser rifado ao final da temporada.
Bola de lixo. Sidcley. O lateral-esquerdo foi afastado do elenco corintiano. Emprestado pelo Dínamo de Kiev em troca de US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões), o jogador treinará em horários alternativos até 31 de dezembro, quando será devolvido ao clube ucraniano. Sidcley disputou 48 jogos e marcou três gols com a camisa do Corinthians. Nesta temporada, participou de 21 partidas, a última contra o Coelho, pela Copa do Brasil (derrota por 1 a 0). O atleta não deixará saudade. Decepcionou dentro e fora de campo.
Bola sete. “A gente apaga um incêndio por hora. A cada hora um bomba atômica aparece. E está vindo aí mais uma punição da Fifa pelo Cueva. Nosso jurídico conseguiu adiar essa situação. Só que esse problema vai estourar novamente” (do presidente santista Orlando Rollo, sobre a dívida de R$ 30 milhões da contratação do meio-campista junto ao Krasnodar, da Rússia – que maravilha).
Dúvida pertinente. Corinthians de Andrés ‘Desmanchez’, apenas um coadjuvante com grife desbotada?
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