O Urubu voa tranquilo no grupo H da Libertadores, com 100% de aproveitamento (nove pontos na liderança); Gabigol assume a vice-artilharia dos brasileiros na história competição, com 26 gols; pela primeira vez, o Flamengo volta de Santiago com uma vitória sobre a Universidad Católica. Apesar do bom esquindolelê, parte da torcida continua pegando no pé do gajo Paulo Sousa.
A vitória por 3 a 2 não aliviou a barra do patrício, mesmo acumulando 70% de aproveitamento na casamata rubro-negra – 13 vitórias, cinco empates, três derrotas, 42 gols a favor e 18 contra. Muitas críticas ao trabalho do ‘professor’ pipocaram nas redes sociais. A temperatura explodiu quando sacou Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique numa tacada só durante o segundo tempo. Colocou Diego Ribas, Pedro e Lázaro. Também substituiu Everton Ribeiro por Marinho.
Trocas que deixaram a galera com o cabelo em pé, já que os chilenos aumentaram a pressão e só não empataram por absoluta falta de condições técnicas, em mais uma prova de que o setor defensivo do time é um eterno convite a grandes emoções. A apreensão só desapareceu aos 39 com a marcação do gol de Lázaro, após contra-ataque. Na bacia das almas, Pablo, contra, definiu o placar de 3 a 2.
Gabigol, aos 8 de jogo, abriu o placar. Isla, contra, empatou aos 16. O centroavante colocou novamente o Flamengo na frente aos 35 da etapa inicial: Bruno Henrique, que voltou muito bem ao time, desceu pela esquerda, cruzou e Gabigol só empurrou para a rede. O atacante chegou a 26 tentos na Libertadores (25 pelo Urubu e um pelo Peixe). Superou Palhinha e Fred na vice-artilharia entre brasileiros na competição. Perde apenas para Luisão, ex-Corinthians e Palmeiras, que cravou 29.
No final da partida em Santiago, um imbecil da Universidad Católica foi flagrado imitando macaco para torcedores do Flamengo. Localizados num canto do estádio, os rubro-negros também foram alvo de latas, alguns objetos e até sinalizadores.
Pela Sul-americana, a segunda divisão da Libertadores, o soberano São Paulo, com um time misto, venceu o Jorge Wilstermann por 3 a 1, na altitude de 2.500 metros de Cochabamba, na Bolívia, pela terceira rodada. Os gols do Tricolor foram marcados por Igor Gomes, Reinaldo e Marquinhos, enquanto Osorio descontou para os bolivianos.
O São Paulo de Rogério Ceni continua com 100% de aproveitamento e lidera o grupo D com nove pontos, cinco à frente do chileno Everton. O Ayacucho, do Peru, com três, e Wilstermann, com um, completam a chave. Na próxima quinta, o Tricolor visita o Everton. Antes, na segunda, encara o Peixe, no Morumbi, pelo Brasileirão. Já o Santos ficou no 1 a 1 com o Union La Callera, fora de casa.
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Pitaco do Chucky. Serra, serra, Capitão Corona: Brasil acima de tudo liderou a perda de florestas tropicais no mundo em 2021, com 40% da derrubada, ou pouco menos da metade.
Abel: fim da linha. Cansado de ouvir desaforo de anjinhos organizados pelo diabo, o ‘professor’ Abel Braga deixou o Fluminense após 26 jogos, 17 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. A equipe marcou 35 gols e tomou 15. Voltou a ganhar o Carioquinha depois de uma década. Além de limpar o armário nas Laranjeiras, Abelão mandou um recado ao mercado da pátria das chuteiras furadas: “Se não for fora do país, a minha carreira como treinador acabou. Eu não quero mais. Já tive convites para diretor técnico, diretor de transição. Algo como o Muricy está fazendo no São Paulo.” Vaias e gritos de ‘burro’ acompanharam o treinador nos últimos jogos no ‘new Maraca’: Vila Nova (Copa do Brasil), Saci colorado (Brasileirão) e Unión Santa Fe (Sul-americana). A cartolagem queria que ele continuasse, mas Abelão puxou o carro.
Abel: fim da linha 2. O treinador retornou ao Fluminense no início da temporada. Pela quarta vez assumiu a casamata do time. Ao todo, ganhou três Carioquinhas (2022, 2012 e 2005) e um Brasileirão (2012). Deixa o clube com 70,5% de aproveitamento, índice mais alto com o time. A cartolagem decidiu apostar em uma solução caseira para dirigir a equipe contra o Coxa, neste domingo, pelo Brasileirão. Desde 2016, o ex-zagueiro Marcão já atuou como interino em três ocasiões, mesmo número em que acabou efetivado no cargo. Ao todo são 63 jogos, com 28 vitórias, 16 empates e 19 coças (52,9% de aproveitamento). Ano passado, encerrou a temporada com 25 jogos, 11 vitórias, quatro empates e 10 derrotas. O time terminou o Brasileirão na sétima colocação e garantiu vaga na pré-Libertadores.
Abel: fim da linha 3. Com a demissão de Abelão, o Brasileirão acumula quatro quedas em três rodadas. A roda viva começou com Alberto Valentim, convidado a se retirar do Furacão após o chocolate de 4 a 0 do soberano São Paulo na largada do campeonato. Já o Coelho deu um bico em Marquinhos Santos depois da derrota por 1 a 0 para o Avaí, enquanto o Saci colorado despachou o uruguaio Cacique Medina. Neste ano, o Circo Brasileiro de Futebol colocou ponto final no fim da restrição que limitava as demissões de ‘professores’ na série A.
Zé Corneta. O Ministério da Saúde adverte: nenhuma criança virou jacaré depois de 10 meses do início da vacinação. Nenhum dos 38 óbitos investigados apontou consequências da picadinha no braço.
Il Capo. A vida de Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, o cartola mais poderoso do esporte bretão em todos os tempos, será mostrada numa série de cinco episódios. Dirigido por Belisário Franca, ‘Havelange, Fifa, futebol e poder’ trará a ascensão e queda do poderoso chefão. A estreia está prevista para outubro. O documentário vai revelar a chegada de Havelange ao poder, a relação com ditadores, os escândalos fora das quatro linhas. Sempre aberto a conchavos, ele comandou a mamãe Fifa por 24 anos. Sentou no trono em 1974. Em 30 de abril de 2013, renunciou ao cargo de presidente de honra devido a acusações de corrupção. Havelange também reinou no COI (corrupção olímpica internacional). Morreu em 16 de agosto de 2016, quando tinha 100 anos. Deixou como herança maldita Ricardo Teixeira, Zé da Medalha (Marin), Del Nero, Caboclo e outros cartolas abjetos.
Sugismundo Freud. Direitos não têm lugar onde impera a força.
Vassourada no apito. Novo mandachuva e raios da comissão de arbitragem do Circo Brasileiro de Futebol, o ex-assoprador de latinha Wilson Luiz Seneme ativou o passaralho no departamento mais elogiado da bola: nove demissões. A lista do RH: Sérgio Corrêa, responsável pelo VAR; Manoel Serapião, analista do apito amigo; coronel Marinho, ouvidor; Cláudio Cerdeira, José Mocellin, Nilson Monção e Almir Alves de Mello, cortes de vídeo do VAR; psicóloga Marta Magalhães; e Érika Krauss, da logística. Permaneceram nos cargos: Alicio Pena Júnior, Giuliano Bozano e Édson Resende. Certeza absoluta: só vai mudar as moscas.
Caiu na rede. Por causa do show ‘Amigos’ no Allianz Parque, o espetáculo ‘Fregueses’ foi transferido para Barueri.
Gilete press. De Paulo Cezar Caju, tricampeão mundial, em Veja: “Sou do tempo em que os jogadores se divertiam e cada time tinha pelos uns três craques disputando para ver quem fazia mais gols. Também sou do tempo em que os locutores falavam a língua da Geral e a garotada imitava os gritos geniais dessas feras na pelada. Hoje, aprendi a me divertir com esse vocabulário vergonhoso dos analistas de computadores, que faço questão de compartilhar com vocês semanalmente. Pérola da semana: ‘Com muita intensidade, o time ataca por dentro, subindo as linhas para abastecer o atacante que faz o facão e dá o tapa na orelha da bola’.” É vero.
Tititi d’Aline. Não há dúvidas: Andreas Pereira é o Barbosa do cheirinho rubro-negro: crucificado por torcedores e mídia apaixonada como o goleiro da Copa de 50, ‘condenado à morte’ depois da derrota do Brasil para o Uruguai na final do Maracanã. O meio-campista errou feio contra o Palmeiras, na decisão da Libertadores, mas não pode ser execrado sumariamente. É um bom jogador. Merece crédito. A cartolagem, porém, entrou na pilha da galera e dos jornalistas e já se mexe para abortar a compra de Andreas por 10 milhões de euros (R$ 50,8 milhões), parcelados. Os direitos do atleta pertencem ao Manchester United.
Você sabia que… o Palmeiras do retranqueiro Abel Ferreira marcou somente 15 gols em três jogos da Libertadores, com a média de cinco por jogo?
Bola de ouro. Rony. Aos trancos e barrancos, pouco importa: é o maior artilheiro da história do Palmeiras na Libertadores, com 13 gols. Superou o ex-meia e xodó Alex. Depois aparecem Raphael Veiga, Willian Bigode, Borja e Tupãzinho, com 11 gols, à frente de Lopes (nove) e Dudu, Gustavo Scarpa, Edmundo, Ademir da Guia e César Maluco (oito). Rony pode ser criticado tecnicamente, mas cumpre com louvor seu papel no esquema do gajo Abel Ferreira. Onze de cada 10 ‘professores’ vibrariam com o reforço de Rony, destaque do time na conquista da América em 2020/21. Rony já balançou a rede duas vezes na atual competição.
Bola de latão. Galo. Está sendo processado pelo River Plate na mamãe Fifa. Os hermanos cobram US$ 2,5 milhões (R$ 12,5 milhões) da venda de Nacho Fernandez, fechada em fevereiro de 2021. Parte dessa grana deveria ter sido paga pelo campeão brasileiro em agosto do ano passado, e outra menor em dezembro.
Bola de lixo. Racismo. Nos últimos dias, explodiu nas arquibancadas da Libertadores. Partiu principalmente de hermanos imbecis, como no embate entre Corinthians e Boca Juniors – o cretino foi preso, pagou apenas R$ 3 mil de fiança (bancada pela embaixada), voltou para casa e continuou animalescamente nas redes sociais. É bom que se diga, porém, que o racismo não pertence somente aos argentinos. Por aqui, vira e mexe há casos de injúrias raciais e… nada acontece.
Bola sete. “A sociedade argentina é tão racista que nem se dá conta do seu racismo. Ele contamina as subjetividades de se ver o mundo e a população. Ele se assemelha ao machismo e à homofobia. Mas enquanto esses dois comportamentos são sistematicamente combatidos por pessoas e ONGs, o racismo não tem a mesma atenção” (de Daniel Mato, doutor em Ciências Sociais, para a Telam, agência de notícias do governo dos hermanos – nocaute).
Dúvida pertinente. Campanha com faixas, prisão do torcedor, multa ao clube ou eliminação da equipe do torneio, o que é melhor para combater o racismo?
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