Flamengo ‘cheirinho de hepta’ vira em cinco minutos e aperta Verdão; Corinthians desaba

Peruano Guerrero tenta uma bicicleta na vitória do Flamengo sobre a Raposa

Os periquitos em revista já se preparavam para degustar um ótimo macarrão da mama ao final da 27ª rodada do Brasileirão, muito bem temperado pelo Palestra mineiro.

O Palmeiras estava abrindo quatro pontos de vantagem na liderança com a vitória da Raposa por 1 a 0, em Cariacica. Mas uma vez Flamengo, sempre Flamengo… Em apenas cinco minutos, o time carioca virou o jogo e continuou na caça à equipe paulista.

O Urubu voou para 53 pontos, um a menos que o Palmeiras. Já o Cruzeiro, com 30, voltou a saborear a zona do agrião queimado. Abre o Z4.

Guerrero, aos 38 minutos do segundo tempo, e Mancuello, aos 43, garantiram o sensacional triunfo flamenguista. Os cariocas conquistaram a sétima vitória em sete jogos no estádio Kleber Andrade. Rafinha, aos 29, marcou para o time mineiro.

O Flamengo dominou o primeiro tempo, mas não soube traduzir a superioridade em gol. A Raposa melhorou no segundo, aproveitando bem os espaços deixados pelo Flamengo. Que só acordou após levar o gol.

Depois do empate com Guerrero, o confronto ficou aberto e Ábila perdeu duas chances: parou nas luvas de Montanha e depois, sozinho, chutou para fora. Na sequência, Mancuello promoveu a festa carioca.

No Itaquerão, minha casa minha vida (18.838 pagantes, pior público do estádio até hoje), o Corinthians levou bala do Fluminense, com um tiro de Cícero na bacia das almas, mais precisamente aos 49 minutos do segundo tempo.

O lance nasceu de uma falta inexistente de Lucca. Scarpa cobrou e Gum, em impedimento, cabeceou. A bola sobrou para Cícero, que chutou sem chance para Walter (substituiu Cássio, machucado).

Sua senhoria, o assoprador de latinha Anderson Daronco, também deixou de marcar um pênalti para cada time.

Com a derrota, a equipe corintiana caiu da quinta para a sétima posição. Segue com 41 pontos, 13 atrás do Palmeiras e a quatro do Peixe, que fecha o G4. O Tricolor das Laranjeiras chegou a 43 pontos e está em quinto lugar.

O resultado mais justo seria o ‘oxo’, já que o Fluminense foi superior na fase inicial, e o Corinthians deu as cartas na segunda etapa. O apito amigo fez a diferença.

No Barradão (5.651 pagantes), o soberano São Paulo decepcionou mais uma vez. Perdeu do Vitória por 2 a 0, gols de Marinho e Lyanco (contra) no segundo tempo. O destaque da partida foi Marinho, que fez de gato e sapato a defesa do Tricolor.

Com o triunfo, o time baiano foi a 32 pontos, na 15ª posição, e saiu do subsolo do campeonato. A equipe paulista, com 34 pontos em 12º, voltou a flertar com a zona do rebaixamento. Está somente a quatro pontos da degola. E no fim de semana, receberá a visita do Flamengo.

Os baianos dominaram a maior parte do jogo e mereciam até um placar maior. Foram raros os momentos de lucidez do São Paulo.
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Pitaco do Chucky. O Saci colorado é o convidado que todos desejam: há 12 jogos que não consegue comer a cereja do bolo, pior série da história do clube na era dos pontos corridos, iniciada em 2003. Somou apenas nove pontos em 42 possíveis.

Galo bom de bico. Com boa atuação de Robinho e gols de Fred ‘Slater’, Clayton e Pratto, o Galo afundou ainda mais o Saci colorado na zona da degola e manteve a terceira colocação na tabela, com 49 pontos, a cinco do Palmeiras. O time gaúcho, que marcou um gol com Gustavo Ferrareis, ocupa a 18ª posição, com 27 pontos, a quatro do Figueira, primeiro time fora do caldeirão do diabo.

Zé Corneta. Mais um legado olímpico à cidade dos Jogos de R$ 40 bilhões: governo só deve pagar 13º no próximo ano. E olhe lá!

‘Cucabol’. Mestre Cuca soltou os cachorros após a vitória do Palmeiras sobre o Coxa. Desabafou contra as críticas ao estilo de jogo dos periquitos em revista: “Criamos a jogada de lateral na área porque temos um cobrador e jogadores altos e bons para isso. As pessoas deviam ter um pouco mais de respeito. Será que vão falar que é ‘Cucabol’? Ninguém gosta de ouvir coisas assim, de puxar para o lado pessoal. Mas não tem problema. O que importa é que o Palmeiras ganhou para gosto de um, desgosto de outros”.

Sugismundo Freud. Problema compartilhado é problema dividido ao meio.

‘Cucabol’ 2. Comentarista da ‘ESPN’, Mauro Cezar Pereira rebateu as declarações do palmeirense: “A fala de Cuca foi direcionada a mim, de maneira até um pouco grosseira. As críticas ao estilo de jogo do Palmeiras são feitas por mim. São técnicas, não há nada pessoal”. De acordo com o jornalista, os treinadores têm dificuldades de lidar com as críticas, que não podem ficar ligadas unicamente à posição no campeonato: “Direito meu de não gostar, de criticar. Técnicos de futebol, em toda parte, não se dão bem com a crítica”.

Zé Colmeia. Rafael Sóbis está justificando cada centavo que a Raposa investiu em sua contratação. Em 15 partidas, ele marcou nada menos que… três gols. E apenas num jogo, no triunfo sobre o Saci colorado por 4 a 2. O pão de queijo pagou ao Tigres, do México, cinco milhões de dólares pelos direitos de Sóbis.

Caiu na rede (by Zé Simão). Na onda de divórcios, só falta o Corinthians se separar da arbitragem.

Dom Chicote. O atacante Robinho manda prender e soltar no Galo. Em 41 jogos, o rei das pedaladas marcou 23 gols, média de 0,57 por partida. É o melhor índice de Robinho desde que estourou no Peixe, em 2002. Superou a marca de 2010: 0,47 por partida em defesa do time santista. Robinho é o artilheiro do Brasileirão, ao lado do menino Jesus, do Palmeiras, com 11 gols.

Zapping. E o comentarista portunhol segue falando o óbvio, o que todo mundo vê na TV.

Bem, amiguinhos. O ‘professor’ Jorginho não tem dúvidas: o fator Tite foi fundamental para o triunfo do Vasco sobre o Atlético/GO (2 a 0), em São Januário. A presença do treinador da amarelinha desbotada nas arquibancadas motivou ainda mais os jogadores, segundo Jorginho. Que lembrou não ser fácil o comandante de uma seleção encontrar tempo para assistir jogo da Série B, “e os jogadores sabem disso muito bem”. Com o triunfo, o líder Vasco abriu três pontos de diferença sobre o time goiano, 51 a 48.

Patolino na geral. O interino Fábio Carille parece mais perdido no banco corintiano que analfabeto em concurso de soletração.

Bem, diabinhos. A esperança ganhou pingos de otimismo no Coelho. Ao bater o Botafogo (1 a 0), o time mineiro completou quatro partidas sem derrota – também venceu o Saci colorado (1 a 0) e empatou com Ponte (1 a 1) e Figueira (2 a 2). Chegou a 21 pontos… mas permanece na UTI do Brasileirão. Apenas 1.789 testemunhas acompanharam o duelo no Independência. Com a derrota, o sonho botafoguense de atingir o G4 desmoronou. A equipe soma 38 pontos.

Gilete press. De Cleo Guimarães, no ‘Globo’: “O Comitê Rio 2016 vai fazer um recall das medalhas descascadas conquistadas na Olimpíada e na Paralimpíada. Várias delas — de ouro, prata e bronze — estão apresentando falhas na pintura. Os casos conhecidos até agora são de esportistas brasileiros, mas tudo leva a crer que também há medalhas descascando entre os atletas de outros países. Os comitês vão enviá-las para a Casa da Moeda, que providenciará a troca.” Menos mal.

Tititi d’Aline. O pequeno grande Tostão, 69 anos, marca mais um gol de placa: nos próximos dias, lança o livro de memórias ‘Tempos vividos’. Uma obra imperdível.

Você sabia que… o Peixe ganhou apenas quatro jogos e perdeu oito fora de casa, em 14 jogos como visitante?

Bola de ouro. Diego Alves. O brasileiro entrou para a história do Campeonato Espanhol como maior pegador de pênaltis. No triunfo do Valencia sobre o Leganés por 2 a 1, ele defendeu a cobrança de Szymanowski e superou a marca de Zubizarreta. Diego Alves acumula agora 17 defesas, contra 16 do ex-goleiro do Barcelona. O brasileiro estabeleceu o recorde após 39 cobranças; Zubizarreta era o bambambã depois de 102. Menção honrosa: Magrão. O goleiro comemorou 600 jogos a serviço do Sport com uma atuação de gala. Pegou muito na vitória sobre o Peixe (1 a 0), na ‘Ilha de Lost’.

Bola de latão. Elano. O santista entrou no segundo tempo contra o Sport, no lugar de Vitor Bueno (lesionado), jogou pouco mais de 15 minutos e foi expulso por reclamação. Resultado: o Peixe perdeu e deu adeus ao sonho do título.

Bola de lixo. Marginais catarinenses. O zagueiro Fabiano Eller, do Joinville, revelou ter sido vítima de bandidos travestidos de torcedores do clube. Ele foi seguido até o prédio em que mora e, antes de entrar na garagem, os animais atiraram um martelo e um paralelepípedo em direção ao veículo. O jogador não registrou boletim de ocorrência. Apenas comunicou o fato ao clube, penúltimo colocado da Série B.

Bola sete. “Eu credito a virada à superação e força de vontade deles, e um pingo de sorte pra gente conseguir esse resultado. Confesso que até o empate já servia na situação aos 40 do segundo tempo. Tenho que valorizar muito os atletas. Uma equipe que quer ser campeã precisa ter sorte” (do ‘professor’ Zé Ricardo, do Flamengo – haja coração).

Dúvida pertinente. Palmeiras x Flamengo: briga até a última rodada?

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